Há um ano devo ter escrito num outro blog que tive mais ou menos a mesma coisa que escrevo aqui,e agora. Chegou o dia. Ou melhor, está a começar agora o dia que pode definir se terei ou não trabalho para o próximo ano lectivo que está quase a começar.
As dúvidas são as de sempre: Serei colocado? Em que escola? Com quantas horas? A que anos irei dar aulas? A escola será boa? As pessoas simpa´ticas? Terei de alugar casa?
Mas este ano juntam-se outras questões novas. A lobita será colocada? Onde? Com quantas horas? Ficaremos perto um do outro?
Questões para as quais não tenho resposta. Só me resta esperar. Aguardar. Queimar a paciência à espera que tudo corra pelo melhor. Mesmo quando tudo indica que as perspectivas são negras. Sinto-me tão confuso quanto ao que sinto sobre este tema que até se torna difícil conseguir ordenar as ideias o suficiente para poder escrever de forma que se compreenda. Todos os anos a situação dos professores contratados tem piorado. É verdade! Nem quando andava a concorrer nos miniconcursos em que dava a volta a Portugal em dois dias, as coisas me pareciam tão negras. Também é verdade que era bem mais novo! Ainda assim, a descrença neste sistema tem vindo a acumular-se ano após ano. Parece-me que quantos mais anos de serviço tenho, pior me sinto nesta profissão que escolhi. E ainda há quem pense que somos uns privilegiados! Não sei em quê... Sinceramente: andei a queimar as pestanas para tirar um curso superior, esforcei-me no estágio, já dei a volta a Portugal umas quantas vezes neste anos de docência, quatorze anos como professor, catorze escolas. Comecei como contratado e continuo como contratado. E pior: sem perspectivas de vir a ser mais do que isso.
Já falei com a lobita sobre a possibilidade de irmos embora. Há dias estava à conversa com um amigo meu e percebi que não me quero ir embora, mas que se tiver de ir, não tenho outra saída senão fazer as malas e pôr os pés ao caminho. E ao mesmo tempo que quero ser colocado para não ter de ir, também penso que não ficar colocado pode ser o impulso que me leve finalmente daqui para fora. Ao mesmo tempo que quero ser colocado, por mais um ano, também penso, que diferença faz ser colocado por um ano? Para daqui a um ano estar a escrever mais do mesmo? Vou entrar em quadro? Vou ficar-me numa escola? Vou poder instalar-me e criar a minha família? Vou ganhar mais? Vou ter mais segurança profissional?
Provavelmente, vou estar um ano mais velho, mais descrente, menos confiante. Não sei o que é melhor... Se ficar colocado se ficar sem colocação e tentar resolver a minha vida noutro lugar...
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