A avaliação dos alunos está praticamente pronta. E se avaliasse o meu trabalho apenas pelos resultados seria um professor sofrível. Das quatro turmas de ensino regular (duas de sétimo, uma de oitavo e uma de nono) vou dar cerca de 40% de negativas nos sétimos anos, quase 50% no oitavo e uns 25% no nono.
A pergunta que se impõe: Para quem é que eu trabalho? Em primeiro lugar para mim. Não apenas pelo vencimento ao dia 23 mas pela necessidade de me sentir realizado como pessoa e profissionalmente. Porém, o meu público é cada vez mais difícil. E não é por ser exigente. É precisamente o contrário. É pela falta de exigência que revelam. A todos os níveis. E claro que culmina com a falta de exigência deles mesmos. Passividade, indiferença, desleixo, falta de iniciativa, de espírito crítico, de capacidade de análise e discussão, pouca curiosidade e interesse por tudo em geral e pelo saber em particular, ausência de metas, mesmo que de curto prazo. O mais curioso é que aparentemente têm auto-estima elevada. Não sabem nada, mas acham-se os maiores; não cumprem com quase nada do que lhes é pedido e no entanto estão sempre a reclamar de que os professores assim e os colegas assado. São bons a passar a responsabilidade do que fazem para os outros. Não interessa quem, nem de que forma, desde que não tenham de ser eles os responsáveis... Como é que se ensina gente desta? Como é que se ensina quem, declaradamente, não quer aprender?
Vou ficar por aqui... Estou a ficar (mais) desmotivado.
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