Não sei o que nos falta a todos. Somos uns fatalistas. Desencantados, desapaixonados por causas comuns que nos digam directamente respeito. Que pena não sermos o povo de Timor-Leste. Por esses, fizemos vigílias e manifestações e pressão internacional. E até estivemos do lado do govrno e o governo do lado do povo (por conveniência??) Somos capazes de grandes gestos de solidariedade quando nos estendem um saco do Banco Alimentar. mas acho que é por receio que um dia, possamos ser nós a ter de recorrer a ele. Quando somos chamados a lutar pelo nosso futuro, pelo nosso país, a dar o nosso contributo para tentar mudar algo que sabemos que está mal, que é injusto, que não vai dar resultado, preferimos ignorar. Fazer orelhas moucas. Assobiar para o lado e contar os cêntimos para ir tomar um café. Não sei se por defeito de formação pessoal e social, desvalorizamos as nossas opiniões, forças e poder de mudar aquilo que temos todo o direito (e o dever) de mudar.
É uma questão individual, porém são muitos indivíduos com o mesmo sintoma, o que resultam no problema da população. Quando falei em defeito de formação pessoal e social, não sei onde termina um e começa outro. Porque na verdade não fomos, enquanto povo "ensinados" a prestar atenção a estas coisas. Existe um outro défice estrutural no país: o défice de participação do povo nas instituições democráticas. Á excepção do voto, pouco ou nada mais fazemos. Talvez seja por aqui que se deva começar a mudança, e mais importante, a tomada de consciência do que cada um de nós é e pode ser na sociedade actual.
(escrito por mim numa discussão sobre as ultimas medidas de combate ao défice quando se questionava a questão da falta de reacção do povo português)
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