quinta-feira, 29 de setembro de 2011

dava jeito

Dá jeito que as coisas continuem a correr bem, e se não for pedir muito, dava jeito que corressem um pouquinho melhor.

Dá jeito que a calma e a serenidade sejam o estado de espírito dominante e que a agitação interior passe. Rápido!

Dá jeito que este país encontre um rumo e que a situação possa melhorar. Embora saiba, que antes de melhorar, vai piorar. Porque ainda não batemos no fundo. Mas também já não falta muito.

Dá jeito que o povo abra os olhos e os ouvidos e pegue nas armas da coragem e do desassossego e se levante para reclamar o que é seu por direito e de que tem vindo a ser espoliado nas últimas décadas.

Dá jeito que o tempo passe e que com a sua passagem vá erodindo as recordações menos boas e as leve consigo de caminho. Dá jeito que os amigos se mantenham por perto, ainda que fisicamente longe e que com coisas simples, nos façam sentir bem, presentes e vivos
.
Dá jeito que a vida dê voltas e mais voltas e nos traga a capacidade de sermos surpreendidos e a capacidade de nos deixarmos deslumbrar, de queixo caído e olhar vidrado ao contemplar a beleza de tudo o que há à volta e que, tantas vezes!, nos esquecemos de ver. Quando nos permitimos deixar entrar o sol, o calor e a brisa que sopra fresca, que nos revolve o coração por dentro e areja a alma, dá jeito que não percamos o pé. Que haja um qualquer anjo da guarda nos vigie e auxilie nessa operação de limpeza de mofos e de bafios.

Dá jeito viver o mais e o melhor que se puder.
Esta vida é demasiado curta para se viver a sofrer. Além disso, não vale a pena levar as coisas que nos acontecem demasiadamente a sério. Não saímos daqui vivos.

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