domingo, 11 de setembro de 2011

os meus erros

a) São frequentes. Mais frequentes do que eu gostaria. Já seria de esperar que errasse menos, que tivesse aprendido alguma coisa nestes anos. Ou não seria de esperar coisa nenhuma, porque o percurso que faço é uma incógnita e nem sempre se vê o caminho ou se perde a pista. Provavelmente paro para ver qualquer coisa que me chamou a atenção e esqueço-me de recomeçar a andar. Mas é tão bom poder fazer uma pausa e ficar só a contemplar o outro (ou a outra!) e a natureza;

b) Têm consequências. Umas boas outras nem tanto. Mas sinto-as quase todas na pele. Directa ou indirectamente. As consequências agradáveis são sempre bem vindas: fazem sentir bem. As desagradáveis são um bocadinho menos confortáveis. Porém, são aquelas que mais rapidamente nos fazem crescer e progredir no sentido de nos tornarmos mais e melhor.

c) Fazem-me pensar. Porque tenho esta tendência para ser reflexivo. E portanto, tento tirar algo de quase tudo o que me vai sucedendo. A única questão que se coloca é aquela relativa ao meio termo, ao ponto de equilíbrio: quanto é que se tem de pensar naquilo que nos vai sucedendo? Por vezes, dou por mim a pensar que o tempo que passo a pensar é tempo perdido para viver. E que seria melhor viver em vez de pensar como integrar o que me foi sucedendo na minha história pessoal e com isso aprender alguma coisa. Por outro lado, viver intensamente sem tempo para processar o que se viveu parece-me um pouco leviano. Um desperdício. Desperdício porque se perde um pouco (muito?) do que se viveu, na ânsia de tudo viver e tudo experimentar num ritmo desenfreado onde não há lugar para digerir o vivido. Confuso? Eu também...

d) Magoam pessoas. Às vezes demasiado. Às vezes por um tempo muito longo. Com consequências prolongadas e efeitos secundários. Invariavelmente só se magoam as pessoas que nos são próximas e que gostam de nós. Não é comum magoar pessoas para as quais somos indiferentes ou pouco importantes. Para esses, tanto dá. A única variável que aqui importa é a intencionalidade do erro. E magoar com intenção não é algo que faça com frequência. Sim, já o fiz. Mas sei bem que nesta vida se recebe o que se dá.

e) Deixam-me com medo de voltar a tentar, porque corro o risco de voltar a errar. A única forma de não errar é não tentar. Mas, não tentar não será o maior erro de todos?

f) Têm emenda. E por isso, sou capaz de admitir o erro, pedir desculpa pelo estrago e tentar reparar os danos. A menos que não me apeteça ou que não tenha dado conta do que fiz. Acontece. Não tenho esse nível tão elevado de consciência que me permita avaliar toda e qualquer acção que pratico.

g) Têm desculpa. Se os quiserem desculpar. Sou apenas humano. E dizer isto é dizer que tenho falhas e que me engano e que erro. Que caio e que me tento levantar. E que cair, não sendo agradável, é o primeiro passo para depois, à medida que me vou levantando, tomar precauções para não voltar a tombar. Retirar alguma lição, alguma aprendizagem do que aconteceu.

h) Fazem parte de mim. E são causa e consequência do que sou. Não tenho pretensão de ser perfeito (estou muito longe disso). Sei que vou continuar, aqui e ali, a errar. Lamento, mas é que eu sou perfeito com defeitos.

2 comentários:

  1. Ainda bem que não ficaste em stand by e voltaste...;) Gosto de te ler e da forma como escreves.
    Para mim, o não tentar com medo de errar, é sem dúvida o maior erro de todos.
    Não nos podemos dar ao luxo de ficar parados a ver as coisas acontecerem à nossa frente, pois a vida é curta demais para isso.

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  2. Mary Jane: obrigado. Como já deixei por aqui, escrevo para me sentir mais leve e para me libertar de tanta coisa que me atrofia o pensamento.
    Sim, que este Sapo que aqui escreve, também sente e pensa sobre o que sente. :)

    Estamos de acordo: é de facto um erro enorme o deixarmos de ir, de fazer, de estar e de procurar apenas por medo de falhar. Mas o medo existe e nem sempre é fácil vencê-lo.
    A vida é mesmo muito curta. Por isso deve ser vivida intensamente mas também de forma ponderada. É difícil achar o equilíbrio...

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