a) São frequentes. Mais frequentes do que eu gostaria. Já seria de esperar que errasse menos, que tivesse aprendido alguma coisa nestes anos. Ou não seria de esperar coisa nenhuma, porque o percurso que faço é uma incógnita e nem sempre se vê o caminho ou se perde a pista. Provavelmente paro para ver qualquer coisa que me chamou a atenção e esqueço-me de recomeçar a andar. Mas é tão bom poder fazer uma pausa e ficar só a contemplar o outro (ou a outra!) e a natureza;
b) Têm consequências. Umas boas outras nem tanto. Mas sinto-as quase todas na pele. Directa ou indirectamente. As consequências agradáveis são sempre bem vindas: fazem sentir bem. As desagradáveis são um bocadinho menos confortáveis. Porém, são aquelas que mais rapidamente nos fazem crescer e progredir no sentido de nos tornarmos mais e melhor.
c) Fazem-me pensar. Porque tenho esta tendência para ser reflexivo. E portanto, tento tirar algo de quase tudo o que me vai sucedendo. A única questão que se coloca é aquela relativa ao meio termo, ao ponto de equilíbrio: quanto é que se tem de pensar naquilo que nos vai sucedendo? Por vezes, dou por mim a pensar que o tempo que passo a pensar é tempo perdido para viver. E que seria melhor viver em vez de pensar como integrar o que me foi sucedendo na minha história pessoal e com isso aprender alguma coisa. Por outro lado, viver intensamente sem tempo para processar o que se viveu parece-me um pouco leviano. Um desperdício. Desperdício porque se perde um pouco (muito?) do que se viveu, na ânsia de tudo viver e tudo experimentar num ritmo desenfreado onde não há lugar para digerir o vivido. Confuso? Eu também...
d) Magoam pessoas. Às vezes demasiado. Às vezes por um tempo muito longo. Com consequências prolongadas e efeitos secundários. Invariavelmente só se magoam as pessoas que nos são próximas e que gostam de nós. Não é comum magoar pessoas para as quais somos indiferentes ou pouco importantes. Para esses, tanto dá. A única variável que aqui importa é a intencionalidade do erro. E magoar com intenção não é algo que faça com frequência. Sim, já o fiz. Mas sei bem que nesta vida se recebe o que se dá.
e) Deixam-me com medo de voltar a tentar, porque corro o risco de voltar a errar. A única forma de não errar é não tentar. Mas, não tentar não será o maior erro de todos?
f) Têm emenda. E por isso, sou capaz de admitir o erro, pedir desculpa pelo estrago e tentar reparar os danos. A menos que não me apeteça ou que não tenha dado conta do que fiz. Acontece. Não tenho esse nível tão elevado de consciência que me permita avaliar toda e qualquer acção que pratico.
g) Têm desculpa. Se os quiserem desculpar. Sou apenas humano. E dizer isto é dizer que tenho falhas e que me engano e que erro. Que caio e que me tento levantar. E que cair, não sendo agradável, é o primeiro passo para depois, à medida que me vou levantando, tomar precauções para não voltar a tombar. Retirar alguma lição, alguma aprendizagem do que aconteceu.
h) Fazem parte de mim. E são causa e consequência do que sou. Não tenho pretensão de ser perfeito (estou muito longe disso). Sei que vou continuar, aqui e ali, a errar. Lamento, mas é que eu sou perfeito com defeitos.
Ainda bem que não ficaste em stand by e voltaste...;) Gosto de te ler e da forma como escreves.
ResponderEliminarPara mim, o não tentar com medo de errar, é sem dúvida o maior erro de todos.
Não nos podemos dar ao luxo de ficar parados a ver as coisas acontecerem à nossa frente, pois a vida é curta demais para isso.
Mary Jane: obrigado. Como já deixei por aqui, escrevo para me sentir mais leve e para me libertar de tanta coisa que me atrofia o pensamento.
ResponderEliminarSim, que este Sapo que aqui escreve, também sente e pensa sobre o que sente. :)
Estamos de acordo: é de facto um erro enorme o deixarmos de ir, de fazer, de estar e de procurar apenas por medo de falhar. Mas o medo existe e nem sempre é fácil vencê-lo.
A vida é mesmo muito curta. Por isso deve ser vivida intensamente mas também de forma ponderada. É difícil achar o equilíbrio...