Há pessoas que têm o dom de aparecer e desaparecer na nossa vida. Aparecem e desaparecem sem se fazer anunciar. Como se de meras sombras silenciosas se tratassem. Mas não o são, pois a adivinhar pelas marcas que deixam em nós, estão bem presentes e vivas, ainda que não de forma constante nem permanente. Ausentam-se por períodos mais ou menos longos e de quando em vez regressam.
Ainda assim, aquando de um reencontro acabamos por perceber, que guardamos delas mais do que inicialmente julgávamos. E se temos a felicidade de as reencontrar com tempo para permitirmos à memória que se vá libertando dos grilhões do esquecimento, e assim nos vá reavivando frases, imagens, cheiros, desenhos, sentimentos e momentos que sendo perfeitamente limitados no tempo, são eternos nas recordações, apercebemo-nos que, de facto, há gente que fica na história da gente.
Faz bem ouvir 'gosto de ti'. Faz bem ouvir 'gosto de ti' várias vezes. Faz bem ouvir. Aquece o coração. É igualmente gratificante dizer 'gosto de ti'.Ou 'tenho saudades tuas'. 'Não me esqueço de ti'. 'De cada vez que ouço a música ou o artista X, lembro-me de ti'.
Ainda que seja fruto do momento. Ainda que seja o resultado de uma carência pontual. Ainda que seja para massajar o ego. Ainda que seja o doce que está no congelador a que recorremos quando nos apetece um miminho extra. Ainda que seja só um flirt, um namorico e que nunca venha a ser um romance. Ou ainda mais: uma história de amor (e será que não o é?). Daquelas em que o amo-te não é apenas a conjugação pronominal reflexa do verbo amar no presente do indicativo na primeira pessoa do singular, mas antes uma afirmação de um gostar e de um querer maior, mais forte e melhor. Ainda que nunca venha a ser verdade, ainda que seja incapaz de o fazer porque não é o tempo certo, porque não é a situação indicada, porque as regras da sociedade não o permitem, porque a tua consciência te pesa, porque não pode ser a tua escolha, porque não te podes permitir sentir e agir em conformidade. Ainda que seja tudo isto ou que seja apenas nada.
Ainda assim, ter-te como companhia soube-me muito bem. Ontem como hoje.
E eu estou cá sempre (que puder e que queiras!)
Ola, vejo que tal como eu tens um blog à pouco tempo. Gostei muito!!!
ResponderEliminarhttp://ocoisassoltas.blogspot.com/
Olá M.R.
ResponderEliminarSim, o blog tem pouco tempo. Embora já tenha tido outro que já durava há uns bons anos. Porém foi tempo de mudar. Obrigado pelo teu comentário.
Podes aparecer quando quiseres. O charco não tem porta, paredes ou telhado. :)