Entre 5.ª feira à noite e hoje, fiz mais de 1000km pelas estradas deste país. Os fins-de-semana em casa são sempre óptimas oportunidades para fazer a rodagem (mais uma!) ao carro. Como se ele precisasse. Mas soube bem, tudo bem ponderado, foi preferível ter ido do que ter ficado aqui. Ainda que tenha sido uma corrida. E um disparate de dinheiro gasto. Não tem preço dormir na nossa cama. Acordar sem despertador. Descer para comer qualquer coisa. E voltar para a cama e preguiçar um pouco mais. Sabe-me bem! De vez em quando permito-me estas coisas.
Hoje antes de vir embora, fui à Loja do Cidadão. Tive de ir tratar de um assunto relacionado com o serviço de gás. A Loja estava cheia. Pessoas em pé por todo o lado. As poucas cadeiras estavam sobrelotadas. Filas à beira das máquinas para tirar as senhas. Fiquei surpreendido com algumas coisas: a quantidade de gente idosa que vai à Loja do Cidadão; a confusão que estas pessoas fazem com as senhas e os diferentes balcões das diferentes instituições; o ar impávido e sereno dos funcionários como se viver no caos fosse norma; o ruído (que chega a ser ensurdecedor, entre toques de telemóvel, pessoas a gritar ao dito aparelho, crianças de todas as cores, formas e feitios a correr pelos corredores, bebés a chorar). Suspiros. Muitos suspiros ao ver que o ritmo a que os números são chamados é tão lento, mas tão lento que qualquer caracol passa a ser um animal extremamente irrequieto. Penso que seria possível fazer vários estudos antropológicos e sociológicos bem interessantes se estudasse a fauna que por ali passa diariamente.
Depois a viagem de volta para o charco: aproveitei para pôr a conversa em dia com três pessoas amigas. Sabe bem. Falamos com os amigos, damos e recebemos notícias, jogamos conversa fora e quando dou conta, já se passou mais meia-hora e o destino fica mais perto. Este é um hábito antigo. Que me lembre, desde que fico colocado longe de casa que o tenho. Rentabilizar o tempo!
Sem comentários:
Enviar um comentário