Este ano, encontrei neste charco, duas janelas.
Daquelas de madeira, bonitas. Bem tratadas por dentro, sem bicho. Por fora, até podem aparentar que têm a tinta a estalar ou que lhes falta um pouco de verniz. Ou que já as abriram e fecharam com violência, como se fossem elas as causadoras do mau-estar que quem as abriu e fechou. Não têm vidros duplos, nem fechos de segurança. Mas são confiáveis e seguras.
Têm os vidros quase sempre limpos. E quando sorriem, o sol irrompe pelas vidraças e ilumina o rosto de quem à beira delas se põe. Dá gosto poder ver janelas tão de bem com a paisagem que permitem ver e ao mesmo tempo tão tranquilas com o que resguardam de olhares curiosos. Estas janelas têm portadas. Para se protegerem das pedras de quem, passando na rua e vendo janelas tão airosas, sente necessidade de partir um vidro ou outro para não se sentir tão mal consigo mesmo.
Ah! As janelas também têm reposteiros. Pesados que tapam a luz. Mas ainda assim, não conseguem esconder o brilho de quem lá dentro se esconde. E como brilha e como é morno e agradável o calor que se sente sair do coração, perdão, da lareira que existe do lado de dentro das janelas!
H e P: Obrigado!
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