O dia no charco amanheceu bonito.
O céu está vestido de azul e o sol resolveu engalanar-se do mais belo tom de luz e vai derramando sobre tudo à sua volta a claridade enquanto aquece as pedras, as árvores,os campos que cansados de chuva, parecem respirar um pouco melhor e vão libertando os seus humores sob a forma de vapor de água.
Assim quase que apetece saltar cedo da cama. Quase que dá vontade de acordar ainda de madrugada, vestir, preparar um lanchinho, colocar a mochila às costas e ir. Sim, a pé, claro! Ir descobrir percursos novos, novas paisagens e vistas.
Cansar o corpo para descansar a mente. Encontrar tempo para se encontrar a si mesmo. Ir andando e vendo e enquanto se anda e vê, vai-se vendo o que se traz por dentro que pesa, que faz frio e ter receios.
O dia amanheceu bonito e por ter amanhecido bonito cuidei que fosse mais fácil sentir-me assim também. E no entanto, o amanhecer bonito pouco tem a ver com o que decido sentir, experimentar e viver. O dia amanheceu bonito e mesmo que cá dentro esteja um pouco menos claro, um pouco mais nublado eu escolho sentir-me bem. Não bem de eufórico. Não bem de entusiasmado. Mas bem! Daquele bem que pode até não ser suficiente para me deixar com um sorriso de orelha a orelha, mas que é aquele bem que me deixa tranquilo. Porque o que preciso é de estar tranquilo. E de te passar essa tranquilidade, calma e segurança.
As apostas são altas, mas a recompensa é ainda mais elevada. E vale a pena arriscar. Vale a pena arriscar quando o que há a ganhar é tanto que apenas a perspectiva de isso acontecer nos submerge e deixa mergulhado num estado de alegria imensa.
Por isso, hoje o dia amanheceu bonito. E a luz do sol inspira-me tranquilidade.
Porque estou seguro do que sinto por ti.
Seguro do que sentes por mim.
E tranquilo!
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