Depois da foto, o texto.
Perguntaste-me porque tinha colocado a foto, logo ontem. Porque escolhi aquela entre todas as outras, se tinha tantas para colocar. Disse-te que gosto da foto o que é verdade. Que gosto das cores da parede e gosto das palavras pintadas na parede por um qualquer spray preto. Embora as palavras não façam lá muito sentido.
Ninguém vende amor. O amor ou se dá ou se recebe. Não se vende nem se compra. E quem julga que vende e compra amor, vai dar conta, mais cedo ou mais tarde, que se enganou ou que foi enganado (ou ambas!).
Amor em pó. Lembra-me aquela loja de bolos Amor aos Pedaços e bolos, claro, são coisas boas e doces como o amor.
Amor em pó, as cinzas do amor ou o que resto do Amor que houve e que se desvaneceu como as cores de uma parede exposta ao sol inclemente do Verão.
Vendo Amor em Pó. O pó do amor? Não. O amor não deixa pó. O pó é leve, pouco pesa. Poucas marcas deixa. E basta sacudirmos que o pó cai. Em casos mais exigentes, lavamo-nos para retirar o peso do pó. O incómodo que ele nos provoca. A forma como ele se cola ao pescoço e às marcas da pele e nos marca os punhos e as golas das camisas. O amor deixa marcas bem mais fundas do que as provocadas pelo acumular do pó. Pelo sim, pelo não, o mais avisado será não deixar que o pó assente sobre o amor.
Assim como assim, o amor é para ser vivido. Mais do contemplado. Mais do desejado e querido. Mais do que suspirado pelos cantos de um caderno velho de páginas amarelecidas pelo tempo ou pelos nomes grafitados a spray pela calada da noite numa qualquer parede ou muro apanhada desprevenida. Mais do que pelos bits e bytes de um qualquer blog electrónico.
A foto, só a publiquei porque me deu prazer tirá-la: encontrar escrito numa parede uma frase singular com sentidos múltiplos, dúbios e que podem traduzir o que dela se quiser. No fundo, são só palavras combinadas de uma forma curiosa.
O amor é só para ser vivido.
Como se de uma trip de um outro pó qualquer se tratasse.
E o amor é uma droga tão boa!
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