domingo, 29 de julho de 2012

Não me canso (parte 3)

Dos concursos

Ridícula a aplicação informática que temos de utilizar para concorrer ao concurso de professores. Foi alterada este ano, e conseguiram deixar a coisa ainda menos intuitiva e user friendly do que era anteriormente. Para além disso o ministério resolveu reformular os tipos de horários a que os professores contratados podem concorrer. Assim, em vez dos quatro tipos de horários anteriores, há agora apenas três,o que dificulta em muito o procedimento de escolha dos locais a que pretendemos concorrer. Senão vejamos: Existe o horário completocom vinte e duas horas lectivas (tipo1); o horário entre as quinze e as vinte e uma horas (tipo2) e entre as oito e as quinze horas (tipo3). O ordenado é mais ou menos proporcional: horário completo cerca de 1100 euros mensais. A questão coloca-se nos intervalos que são demasiado largos para os outros dois tipos de horários. Um professor contratado que tenha um horário de quinze horas, recebe 750 euros, mas um que tenha vinte e uma horas recebe 1050. Esclarecidos? Quando se concorre completamente às cegas (porque não se sabe quantos horários vão aparecer, em que escolas, com quantas horas e qual a duração do contrato) isto torna o processo de concurso tudo, menos transparente.
Talvez seja mais fácil jogar no €milhões...

Existem três tipos de áreas às quais podemos concorrer os QZP's (ou Quadros de Zona Pedagógica) que são áreas mais ou menos coincidentes com os distritos (existem vinte e três QZP's em Portugal Continental, de Norte a Sul) os concelhos e os agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas. Quando conccorremos a um QZP, estamos a dizer que aceitamos um horário em qualquer escola desse QZP. O mesmo quando concorremos a um concelho. Há concelhos que têm apenas um agrupamento de escolas, mas há concelhos que têm vários agrupamentos de escolas: quanto mais população tiver o concelho, mais agrupamentos haverá.

Diz a aplicação que tenho de concorrer a um mínimo de dois qzp's e a um máximo de vinte e três, mínimo de dez concelhos e máximo de cinquenta e a um mínimo de vinte e cinco escolas e a um máximo de cem.. Ora, como não tenho nada a perder, concorri aos vinte e três QZP para os horários completos. "E pronto", pensei eu, "assim concorro a todas as escolas, de todos os concelhos, de todos os QZP do país." Ainda assim, achei que deveria concorrer para os horários tipo 2, entre quinze e vinte uma horas para alguns concelhos, não se vá dar o caso de não conseguir um horário completo.

Preenchi os códigos dos concelhos na malfadada aplicação. Quando tento submeter as minhas preferências, a aplicação diz-me que tenho erros. Qual é o erro? Se já concorri a todos os QZP e por defeito a todos os concelhos que os compõem, qual o erro? Simples: a aplicação está (mal)feita de forma a não permitir que um candidato concorra a um horário mais pequeno sem concorrer antes a um horário maior. Ou seja, tenho de inserir primeiro os concelhos a que pretendo concorrer a um horário mais pequeno com um horário maior antes. Estúpido? Sim! Tanto mais que ao repetir concelhos com horários tipo 1, tipo 2 e tipo 3, na verdade não podemos concorrer a 50 concelhos mas apenas a cerca de 16,66666 concelhos. Brilhante! O mesmo se quisermos concorrer a escolas. Em vez de 100 escolas, podemos apenas concorrer a 33,3333 escolas.

Isto é que é Matemática, Sr. Ministro!



Não haja dúvida que o MEC está cada vez mais eficiente. Em eliminar professores do sistema.

sábado, 28 de julho de 2012

Férias

Começaram há dois dias.

E não, não tenho saudades do trabalho. Mas tenho saudades de algumas pessoas que conheci neste trabalho. Particularmente da lobita. Ainda que tenhamos estado juntos, os dias sem ela não são a mesma coisa. Falta o riso, o olhar, o bigode farfalhudo (é uma lobita, não estranhem!), o jeito tropeçudo de embrulhar os tapetes debaixo dos pés, o "tenho sono nojólhos" e os abraços.

A cabeça apoiada no meu ombro, as pernas entrelaçadas, as fitas que faz quando lhe corto as unhas, o riso (adoro o teu riso, sabes?)

O pior das férias é estar a tantos quilómetros da lobita. Sem dúvida!

Ainda falta muito?

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Não me canso (parte 2)...


Não me canso...


Brevemente, fotos!

Só porque a máquina do sapo já veio da reparação de uma avaria que não existia! Felizmente que quando a entreguei na loja para ser reparada, quem me atendeu, testou a máquina e corroborou os sintomas de que me queixava! Imaginam como me sentiria se o sr. pegasse na máquina e ela funcionasse a 100%?! Teria sido uma vergonha daquelas!

Mas pronto! Já voltou e aparentemente a funcionar bem. Esperemos! É que mais uma semana e meia e precisamos dela a bombar! Muitas fotos para fazer nas férias que temos planeadas!

Férias

Final de ano lectivo. Finalmente! Trabalho, trabalho, trabalho e mais trabalho. Reuniões, organização de materiais e dossiers, inventários e o que mais inventaram para nos manter ocupados. Todos?! Não!! Principalmente nós, os parentes pobres, os contratados. Colegas de quadro, salvo honrosas excepções, pouco lá apareciam.
Episódios caricatos: a avaliação de desempenho feita a olho; o colega muito bom que quando soube que não iria ser reconduzido por não haver horário, deixou o que tinha para fazer por fazer e foi de férias; aquele outro colega muito bom que deita fora material da escola, sem sequer pedir opinião/autorização a quem quer que seja...
Perfeitamente elucidado!

Hoje(na verdade, ontem) foi o primeiro dia de férias. Não sei até quando. Espero que terminem no dia um de Setembro, muito embora tenha dúvidas que isso venha a acontecer. Melhor dizer que ontem foi o último dia de trabalho. Essa é uma certeza!

Hoje foi o primeiro dia longe. Custou. Muito. E até fiz por andar entretido. Saí de casa, passeei, vi coisas e pessoas. Mas como se calam as saudades? Como se preenche o espaço de quem tanto se sente a falta? Pistas? Sugestões? Palpites? Bitaites? Dicas?

sábado, 14 de julho de 2012

Gostava de...

....ser uma espécie de pássaro que se pudesse dedicar apenas a aperfeiçoar a arte e o dom de voar. A solo e a pares. Que não tivesse de se preocupar com levantar vôo nem aterrar, porque poderia passar todo o tempo no ar. A aproveitar as correntes quentes para subir e deixar-me planar. Sentir o sol nas penas e ver tudo de lá de cima. Ver tudo à escala dos pássaros. Nessa escala, o homem e as suas obras são coisas pequenas. Vistas de longe não impressionam. Gostava de ter essa capacidade de distanciamento da realidade, por vezes.

... conseguir manter a calma e de ter a sabedoria para distinguir quando é o momento para lutar e quando é o momento para aguentar as pancadas que nos dão. Infelizmente, sou apenas um sapo. Com o coração demasiado perto da boca. Eventualmente, com o coração demasiado perto da boca.

... ser capaz de chegar mais perto dos outros. De não ter receio de sair magoado. De ser forte para suportar os reveses e ultrapassá-los. De contornar os escolhos e seguir em frente. Ou seguir para o lado. Ou até de voltar atrás, se necessário for. Mas de não desistir. De não me deixar vencer pelo medo, pelo conforto ilusório da mentira.

... sentir o calor do teu abraço, o perfume da tua pele e o veludo da tua voz. De guardar o teu sorriso, o som das gargalhadas, o teu corpo colado ao meu. De me lembrar de todas as tolices que fazemos e dizemos quando somos apenas nós. De adormecer junto a ti. Sempre.

calendários

Eu sei. É dia 14 de Julho e apenas hoje coloquei os primeiros posts do mês.

Não que tenha recebido reclamações pela ausência, não que haja emails e petições a circular para saber o que aconteceu ao sapo. Apenas porque a vontade de escrever tem sido inversamente proporcional ao trabalho que tenho tido para fazer. Somem a isso, deslocações ainda mais frequentes, mais cansaço e o ambiente espetacular no local de trabalho têm-me tirado a vontade de escrever.

Então, assim de repente cá fica um resumo destas duas semanas: reuniões de trabalho (muitas e variadas!); vigilâncias de exames; 2 dias no Porto em serviço, revisão do carro, ida a casa dos meus pais deixar tralha; 3mil km; sapo e lobita on tour por casa, Braga, Barcelos, Vila do Conde, Porto, Vila Real, Guarda, Castelo Branco e por mais uns recantos. Cenas. Pronto. é isto.


Concurso de docentes. (não sei para quê uma vez que não há horários!) Concorremos para os Açores. Estamos a pensar emigrar. 


Definimos o percurso definitivo das férias, começamos a fazer marcações de alojamento para as férias (sim, eu sei que não tive direito ao subsídio de férias, mas fui poupando ao longo do ano para isto!). 


Noutra frente,  aproxima-se o dia em que o sapo vai ao covil da lobita para conhecer o resto da alcateia.


Existem muitas datas importantes para assinalar no calendário. E até ao dia 31 de Agosto, a ansiedade vai aumentar. É sempre assim. De há catorze anos a esta parte. A única coisa que muda é a esperança. Não está morta. Mas já pressente os abutres prontos a devorarem-na a 31 de Agosto.

Grandes Filmes - into the wild


É um grande filme. Não sei se já aqui falei dele (é possível uma vez que o sr alemão me anda dar cabo da cabeça) mas, para mim, é um grande filme. Baseado num livro e em factos reais é uma grande narrativa. Verdadeiramente livre. Inspirador e desafiante o filme faz pensar. E ainda bem. Já que estamos rodeados de tudo o que é rápido, instantâneo, fast, light e outras tretas afins, de vez em quando é bom /re)ver algo que nos obrigue a pensar. Mesmo que depois nada mude. Mesmo que depois tudo permaneça igual. Talvez sintam a curiosidade de tentar ouvir o que o coração diz e a cabeça ignora. Pensar menos e viver mais. Ainda bem que há a arte para nos acordar do marasmo, da rotina e lembrar do que é realmente importante.

Ponto extra: a banda sonora. Absolutamente fabulosa.
Já deixei aí uma amostra.





Guaranteed

On bended knee is no way to be freelifting up an empty cup I ask silentlythat all my destinations will accept the one that's meso I can breathe
Circles they grow and they swallow people wholehalf their lives they say goodnight to wives they'll never knowgot a mind full of questions and a teacher in my soulso it goes...
Don't come closer or I'll have to goHolding me like gravity are places that pullIf ever there was someone to keep me at homeIt would be you...
Everyone I come across in cages they boughtthey think of me and my wanderingbut I'm never what they thoughtgot my indignation but I'm pure in all my thoughtsI'm alive...
Wind in my hair, I feel part of everywhereunderneath my being is a road that disappearedlate at night I hear the treesthey're singing with the deadoverhead...
Leave it to me as I find a way to beconsider me a satellite for ever orbitingI knew all the rules but the rules did not know meguaranteed...

Sem texto. É que a música diz tudo.