sábado, 31 de dezembro de 2011

Adeus e Olá!

Adeus ano velho.
Deixas poucas saudades. Algumas, mas poucas. Nem tudo foi mau. Houve algumas coisas muito boas. Mas vai lá descansado para o teu cantinho, ganhar pó, gozar a tua reforma... Deves ser um daqueles velhos que fica amargo com o tempo... que se queixa só por dois motivos: por tudo e por nada! Daqueles que tem um semblante triste porque ninguém gosta de ti. Eu gosto de ti um bocadinho, mas só um bocadinho...

Olá Ano Novo!
Bem-vindo! Espero que sejas bem mais fácil de suportar que o teu antecessor, que vai ali de andarilho para o Lar do Passado. Que tragas contigo as coisas que precisamos: Saúde, Trabalho, Esperança e muito, muito Amor. Que é o que todos precisamos!

Bom Ano Novo! A todos.
Sem excepções!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Balanço?!

2011 está à beira de terminar. Não que seja algo de extraordinário. É apenas a marcha do tempo, que alguém decidiu começar a contar, não se se sabe bem quando.

Por estes dias, há uma tendência generalizada para analisar e avaliar o ano que está a terminar. Canais de televisão, jornais, revistas fazem o balanço do que foram os últimos 365 dias. Reportagens, artigos, e peças jornalisticas mostram o que de melhor e pior aconteceu nas mais diversas áreas da sociedade a nível interno e internacional.

Se tivesse de fazer um balanço do ano, o que dizer? Que conclusão tirar relativamente à globalidade de 2011? Não sei se me apetece pensar em tanta coisa que aconteceu. Foi um ano agitado. De grandes mudanças a nível pessoal. Umas dolorosas, outras agradáveis, mas de mudança. Porém, para melhor muda-se sempre, não é?

A situação económica e financeira do país é o que todos sabemos e conhecemos. As incertezas sobre o futuro são imensas. As dificuldades que se avizinham, vão ser um teste muito duro à capacidade de resistência e persistência das pessoas. O ano de 2012 vai criar muitos problemas a quem não for capaz de antever as mudanças e assim, se precaver contra os seus efeitos menos positivos. Sim, desde já aviso que durante o ano que vem me irei queixar. Mas também não vou baixar os braços e desistir. Posso até ser forçado a emigrar, a procurar noutro local o que o meu país não me sabe dar, mas não vou desistir.

Tenho um motivo muito forte para continuar a tentar: eu e tu. E os seis meses de que falamos há pouco. E o que dissemos que iriamos tentar realizar depois desse tempo. Mais do que perder tempo a falar do passado, a relembrar o que foi, como foi e porque foi, quero pôr os olhos no horizonte e fazer caminho.

Caminhar contigo. Nem ir à tua frente, nem me deixar ficar para trás. Caminhar contigo ao mesmo ritmo, umas vezes mais rápido, outras mais devagar. Parar para descansar. Parar para ver a paisagem, o céu, as estrelas. Parar para escutar o que temos para dizer um ao outro. Parar porque o outro precisa. Parar para depois avançar com mais vontade e mais determinação, rumo a sermos mais e melhor. Juntos e cada um de nós.

Quantas pessoas é que conhecem?

Que vos fariam companhia numa viagem de quase 70km, por telefone, depois da meia-noite, tendo sido acordadas por essa mesma chamada telefónica, estando cheia de sono, sem emitir um único protesto e que só desliga o telefone depois de estarmos no quarto?

Que vos ama de tal forma que chega, por vezes, a assustar a intensidade com que se sente o amor dela por nós? Que nos faz pensar: ISTO é ser amado! Então porque utilizei a palavra amor para o que tive antes, se não me parece que tenha sido sequer parecido com o que sinto com por esta pessoa?

Que estão dispostas a ir convosco para qualquer lado, sem fazer perguntas, sem levantar obstáculos, que vos diz que sim a tudo, mesmo às coisas mais disparatadas, improváveis e espontâneas do momento?

Que vos inspiram a querer ser mais e melhor? A tentar fazer o que de melhor se sabe; a estar disponível para aprender mais; a querer dividir quanto se tem, tudo o que se é, em nome de um sentimento tão puro e natural, tão profundo e experimentado; tão desejado e completo que por vezes apetece dançar sem razão, sorrir porque sim; e deixar sair do peito, espalhar-se pelas células do corpo através da corrente sanguínea e sentir o pulsar da vida, do Amor, do desejo e das vontades que se sente, de dois fazer UM. Um completo, mais perfeito com menos defeitos; mais positivo, mais calmo, mais ponderado, mais decidido, mais certo, mais destemido, mais humanos.

Quantas pessoas é que conhecem que têm a capacidade de vos fazerem sentir perfeitos? (Perfeito com defeitos, claro!) Mesmo sabendo que os defeitos são mais que muitos?

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ah, saudade!

Não matei a saudade, mas dei-lhe uma coça!
E que bem que me soube!

Abençoada Terça-feira!


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

click! #14

Cinzento. A tentar levantar vôo, sem saber como.

O mundo ao contrário

"Se gosto de ti
Se gostas de mim
Se isto não chego
Tens o mundo ao contrário"


Há alturas em que apetece dar uma sacudidela à vida. Pendurá-la numa corda e dar-lhe umas pancadas para tirar o pó que está entranhado e que nos impede de ver os desenhos que tem, como se fazia antigamente com os tapetes, antes de haver aspirador.

Agora que o ano está a chegar ao fim, e que se começam a tomar as resoluções de ano novo (que raramente servem para alguma coisa, mas que aliviam a cabeça por alguns momentos!) gostava de conseguir dar uma monumental vassourada naquilo que me impede de ver os desenhos do meu tapete. Naquelas coisas que tenho em mim e que me impedem de ver o sol, por entre as nuvens; que me fazem, uma e outra vez, cair em desânimo e por isso estragar aquilo que sendo bom poderia ser ótimo, não fosse este meu talento natural para complicar o que é simples e para querer TUDO!, JÁ!, AQUI! e AGORA!

Gostaria de ter a presença de espírito, a paciência, a tranquilidade para conseguir aproveitar melhor as oportunidades que me são oferecidas; para saber esperar pela melhor altura (mas como saber?); ter a sabedoria para escolher as palavras certas para o momento; o gesto indicado para cada ocasião; a atitude mais adequada para cada situação. Gostaria de ser capaz de entender e aceitar o que me dizes. De não ser capaz de te causar dano, dor ou sofrimento.

Mas não sou nada disto que escrevi atrás.

Sofro por antecipação. Tento não o fazer, mas da mesma forma que fico feliz com antecedência fico triste por antecipação. E sim, isso provoca-me sofrimento. E dói. Não estou a falar só de dor psicológica, mas de dor física. Sou parvo, eu sei. Não entendo porque raio tenho de sentir no corpo as dores da alma. Mas se somos um só e se tudo é a mesma coisa, se somos pó e em pó nos vamos tornar, é capaz de fazer algum sentido, ter em mim todas as dores do que vivi e do que tenho para viver, e ainda do que imagino que possa vir a passar, mesmo que não se concretize.

Tenho medos. E os medos levam a atitudes irracionais, ilógicas e potencialmente perigosas para mim e para os outros que comigo estão. Fazem-me reagir a quente. Dizer coisas que emocionalmente sinto mas que vistas pelas lentes da lógica não fazem sentido (e ainda assim, eu sinto-as!).

Não quero perder oportunidades. Não quero perder mais oportunidades de fazermos aquilo que (sabemos bem!) temos de fazer. Custa saber que elas são oferecidas e que consciente ou inconscientemente, as deixamos passar. Fico triste. Chego a pensar porque não aproveitamos a oferta? Medo? Cansaço? Falta de lembrança? Bloqueio? A sério. Tira-me do sério!

Não sou perfeito. Sinto as coisas assim, desta maneira estúpida e forte. E isso faz-me oscilar entre os extremos da alegria e da tristeza... Não consigo, por mais que tente, e eu tenho tentado, passar por aquilo que experimento de uma forma menos intensa, menos sentida, menos vivida...

É desgaste ser eu. E acredito que seja muito desgastante estar e viver comigo.
Tenho dias em que nem eu me aguento!

26 de Dezembro

Não acredito mais no Pai Natal.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal II

Está a acabar o dia de Natal. Tão esperado e desejado por uns e tão pouco importante para outros.

Ontem, numa das conversas que tive com Amigos a quem telefonei a desejar Boas Festas, disse que o Natal cada vez me diz menos. Que as compras, as decorações, as comidas, as sms para os amigos e conhecidos, os mails, as actualizações de estado no Facebook, as prendinhas, as luzes e os pinheiros acompanhados da figura omnipresente do "pai natal" estão de tal forma "entranhados" que chegam a enjoar. Quando disse isto ao meu Amigo, ele sugeriu que arranjasse uma criança. Que depois o natal volta a ganhar sentido. Ainda nos rimos. Ainda dissemos uns disparates à volta do assunto, mas ficou a ideia a dar-me a volta ao miolo (sim, é uma volta pequenina, proporcional ao tamanho do cérebro!)

Arranjar uma criança: até que ponto é uma ideia viável?

Arranjar uma criança, seria aos olhos de muita gente, um bilhete de entrada na porta do internamento de uma qualquer instituição de saúde mental, com direito a estada prolongada em regime de tudo incluído (é uma ideia! Com a crise que aqui vai, mais vale arranjar uma forma de alguém nos sustentar!)

Natal? Até para o ano...


sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal

Passei a manhã na cozinha.
Sim, o sapo também cozinha. E gosta! Por ser Natal, para não sobrecarregar ainda mais o pessoal cá de casa, levantei-me cedo, cozi as batatas e o bacalhau, fiz o puré, desfiei o bacalhau e amassei os bolos de bacalhau que foram depois fritos. Entretanto, tomei o pequeno-almoço lavei a louça que se sujou ao longo do processo e fui ajudando a fritar os bolos, enquanto comecei a preparar o almoço.

Acabei agora de lavar a louça e arrumar a cozinha. É tempo de pausa para lá por volta das 19h começar a tratar do jantar, que cá em casa, sempre foi o bacalhau cozido com batatas e couves, regado com bom azeite. Ao olhar para a mesa da sala, já por lá se amontoam doces. Sendo que só as rabanadas e a aletria foram feitos cá em casa: pudim de pão, tarte de amêndoa, filhós, bolo rei, bolo de aniversário (sim, há quem faça anos hoje cá em casa!!) e sei lá o que mais... Quase que fico sem vontade de comer. Notem bem que disse QUASE! :p

Falta cá o meu irmão e cunhada e sobrinhos para a festa da família ser mais completa. Para mim, vai ser um Natal diferente. Mas nem por isso menos bom. Cada vez mais acho que tenho mais do que preciso e que logo que o Menino me dê saúde, o resto a gente faz. Com maior ou menor dificuldade, mais rápido ou mais devagar, mas as coisas acabam por acontecer. Se soubermos conter a urgência das vontades e aguardar serenamente que o tempo passe (e ele passa sempre!) o que é nosso, às nossas mãos vem parar.

É Natal! É tempo de parar para pensar nas pessoas que realmente contam para nós. E dizer-lhes isso mesmo. Amanhã pode ser tarde!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ressacar

Não da bebida.
Não de drogas. Mas da falta que me fazes.

Acordar e andar o dia todo a sentir a tua ausência é algo doloroso que as mensagens e os telefonemas clandestinos não conseguem aplacar totalmente. Ajudam a suportar, mas não resolvem. Penso que o síndrome de abstinência deve ser algo semelhante a isto.

E sim, eu vejo as fotos das nossas escapadas, relembro as conversas e episódios que, de serem tão nossos, são indescritíveis aqui. Releio os emails, as sms, ouço as mensagens de voz, tenho-te no pensamento o dia todo e quando te ouço ao telefone, salta o coração no peito. Quando me cruzo com um carro semelhante ao teu, fico à espera de te ver ao volante...



Estás em todo o lado, sabes? Estás presente e és o presente que mais quero receber este Natal. Um presente para a Vida. Daqueles presentes que não se esquecem. Que marcam!

Beijo-te!

Porque é (quase!) Natal

A quem frequenta aqui o charco do sapo, se não escrever nada nos próximos dias, não estranhem. É que estou à espera de uma estrela brilhante no Céu, de três Reis Magos vindos de Oriente (será que são os chineses que compraram a EDP?!) e de que tenham um Feliz Natal junto de quem é importante!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Passar tempo...

Perco muito tempo a pensar.

No que fiz, no que não fiz, no que gostaria de ter feito, no que gostaria que me fizessem, no que hei-de fazer... Enfim! Perco tempo a pensar em vez de aproveitar o tempo para viver!

Já aqui disse que não quero um dia acordar e dar conta que a vida passou por mim, e que me deixei ficar a vê-la passar, em vez de me atirar a ela e deixar que a vida aconteça, com todas as coisas boas e menos boas que possa trazer, com todas as surpresas agradáveis ou nem tanto que encerra. Quero ser o actor principal da minha vida e não apenas um mero figurante ou pior ainda!: um espectador.

Por isso, sinto, aqui e ali urgência de viver. De me sentir vivo! De me aperceber que a vida me acontece, tal como se dá conta do tempo a passar: as sombras que as árvores e os prédios projectam no chão e que mudam ao longo dia; a luminosidade que vai modificando ao longo do dia; o cansaço que se instala sem pedir licença nos corpos à medida que o dia de trabalho avança; as rugas que começamos a reconhecer no espelho; as manchas da pele que a idade traz consigo; o perder cabelo ou assistir, impotente, que vai mudando de cor..

E no entanto, dou por mim a pensar que quero envelhecer. Com uma condição: quero envelhecer contigo! Ao teu lado! 

às voltas pela cidade

Tudo está na mesma.
Obras, trânsito, buracos, pó, centros comerciais a rebentar pelas costuras e gente carregada com sacos, saquinhos, embrulhos, laços, fitas, criancinhas a correr, mães e pais a berrarem pelas criancinhas...

Ainda bem que é quase Natal. Entrei num centro comercial e só se via gente a entrar e sair das lojas. Sim, com sacos nas mãos. O consumismo desenfreado está no seu auge, por estes dias. Parece um concurso a ver quem consegue transportar mais coisas nas mãos...

Já tinha saudades de Coimbra. Apesar de tudo, é a minha cidade. Mesmo que isso me valha algumas piadas! E hoje o dia esteve bonito. Sol brilhante e céu azul. À tarde cheguei a sentir calor.

Fiz algumas das coisas que tinha previsto fazer. Não fiz tudo. Mas amanhã também é dia.
E agora, com licença, que vou ali embrulhar umas coisas que comprei e preparar a lista das coisas a fazer amanhã de manhã!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sons! #5

Back to basics

De volta a casa! Por mais do que três dias, o que é sempre bom!

Dormir em minha casa, no meu quarto, na minha cama, saber onde está tudo sem ter de abrir todos os armários e gavetas, poder deslocar-me para qualquer lado em casa sem esbarrar em móveis e portas e outros obstáculos porque tenho a planta da casa gravada na memória; ir ao frigorífico e ver coisas familiares e poder tirar qualquer coisa que ninguém se chateia; não ter de andar em "bicos de pés" para não aborrecer ninguém... estas pequenas coisas não têm preço.

Claro que, como tudo na vida, há um lado menos bom: ter de dar algumas satisfações ao pessoal cá de casa, horas para comer, conversas nem sempre agradáveis...

Mas globalmente estou contente por estar em casa! Já precisava de respirar outros ares! E de ver gente! É tempo de retomar o contacto com os amigos que têm estado um pouco de lado. Sair um pouco, ""tomar uns cafés", fazer umas visitas sociais.

E vou ter saudades, vou. Mas sei que vou poder ir doseando as saudades com telefonemas, sms e msn ou fb. Não é a mesma coisa, mas vai dar para o gasto! ;)

Além disso, o Natal está aí à porta e embora ainda não esteja minimamente dentro do espírito da época, pode ser que entretanto a coisa se dê!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sons! #4

O original:


A versão:

Depois de ouvir é escolher!
Eu gosto das duas. Por motivos diferentes!

click! #13

Pôr-do-sol. Hoje. Céu de cores mil.

Mudar

Acredito que mudar é bom!
Introduzir alterações na nossa vida, de forma a não permitir que a rotina se instale é bom. Viver em mudança e provocar a mudança é melhor que sermos forçados a mudar de forma inesperada ou do que sermos confrontados com mudanças repentinas que nos são impostas. A chave para lidar com a mudança é estarmos preparados; não nos deixarmos acomodar e, se possível, antecipá-la!

Por isso, vou introduzir, com efeitos a partir de Janeiro mais uma mudança. Estou confiante de que esta é uma mudança (muito!) positiva para a minha vida! Estamos, aos poucos, a criar condições para dar passos no sentido do que se deseja para a nossa vida, para se poder ser um pouco mais feliz, para aumentar a partilha e tornar o sonho um pouco menos sonho e um pouco mais real.

Por isso mudar é bom! Porque nos aproxima mais do que desejamos, do que queremos para a nossa vida e nos retira da expectativa causada pela espera. Deixar de estar à espera e passar à acção, deixar de ser espectador e assumir a condição de agente da mudança, sermos a mudança que queremos ver na nossa vida e na dos que nos rodeiam é a forma de lutar contra o conformismo e contra o tão português "deixa andar".

Vou mudar. Quem me acompanha?

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

F5

Às vezes dá a ideia que temos esta tecla na nossa vida. Que, de quando em vez, nos dão a hipótese de fazer um "refresh" ou "reload" na nossa vida.  Que temos a possibilidade, e temo-la sempre embora muitas vezes nos esqueçamos disso, de mudar o que não queremos, o que nos incomoda, o que nos impede de ser felizes.

Fazer F5 à nossa vida, coloca em perspectiva quem somos, na medida que aquilo que não é coisa própria nossa, se vai, desaparece, esfuma-se e fica a essência, o núcleo do que somos e trazemos por dentro; que é nosso. Que na maior parte das vezes é o mais importante. E que nos esquecemos com demasiado frequência devido à lufa-lufa do dia-a-dia. Porque damos demasiada importância ao que os outros podem pensar, acabamos por ir de encontro às expectativas que pensamos que eles têm de nós.

Fazer F5, dar um "refresh" à nossa vida, nem que seja para agitar a rotina, sair do marasmo, ver o que fica e o que surge de novo no nosso caminho é positivo!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Absurdo

Absurdo significa numa tradução algo literal, desagradável ao ouvido.
Absurdo tem como tradução corrente, que não faz sentido.

Absurdo é esperar que as nossas acções não provoquem reacções. Absurdo é pensarmos que só nós sentimos as coisas que os outros nos fazem e que o que fazemos aos outros (consciente e/ou inconscientemente!) não lhes faz mossa a eles. Absurdo pensar que o que nós pensamos e sentimos é mais importante do que o que os outros pensam e sentem. É absurdo imaginar que a razão só está do nosso lado.
É absurdo adiar a resolução de uma situação por nos mantermos irredutíveis na nossa torre de marfim, indiferentes a quem passa cá em baixo.

É absurdo invocar o respeito pelo outro como pretexto para não resolver uma situação que incomoda e causa desconforto. É absurdo mas é real. Acontece. Com muita frequência. E por vezes, a necessidade de manter as amizades ou uma relação próxima (ou pelo menos tentar!) deveria ter prioridade relativamente ao dito "respeito" que nos impede de provocar o contacto e obter a explicação que precisamos para perceber o outro.

Às vezes prefiro que me "respeitem" menos e que sejam mais meus amigos.
Mas isto sou eu. Um sapo estranho.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Agradecer

É um acto de educação.
É um gesto bonito que fica bem a quem o faz e que cai bem a quem o recebe.

E por isso agora, que a chuva abrandou, quero agradecer ao meu Amigo, meu irmão de ideias e de sentir que só conheci aos dezoito anos, por tudo o que é para mim. Por tudo o que representa de Amizade, de discernimento, de capacidade de análise e de retirar o que exagera, às coisas que de alguma forma me preocupam, me fazem telefonar-lhe quase à beira do desespero.

Agradecer à minha Amiga, mulher, amante, companheira, Amor recente e ainda assim, que parece de e para sempre que tem a capacidade de me deixar melhor só com a sua presença, com um gesto, uma palavra.

Agradecer pelos pais que tenho, que mesmo a 260km se preocupam comigo. E mesmo não o verbalizando sei que gostam de mim e que estão sempre à minha espera.

Agradecer pelas irmãs e pelo irmão, cunhada e sobrinhos. São a minha família, e embora raramente saibamos dizer o quanto gostamos uns dos outros (mais um aspecto a trabalhar!), sei que estão lá para mim, caso precise.

Agradecer pelos amigos. Por aqueles que se vão lembrando do sapo e que ficam felizes por saber dele. Que se preocupam e que gostam de ter novidades e ficam felizes, verdadeiramente felizes por me verem e por estarem comigo.

Agradecer pelo trabalho, bem raro e cada vez mais escasso. Pela ocupação, rendimento e oportunidade que me dá de conhecer novas pessoas, novas terras, novas formas de fazer, de ser e de estar. Não é que seja tudo bom, que não é, mas até de algo mau se pode aprender qualquer coisa!

Agradecer pela saúde. Não está perfeita, mas está tudo bem. Sem grandes sobressaltos, o que já é muito hoje em dia!

Agradecer pela possibilidade de partilhar convosco algumas das coisas que sinto, que vivo, que experimento. E pela sorte de ter quem se interesse pelo que escrevo e que interaja comigo através dos comentários ou do mail.

Agradecer pelo facto de ter em mim um sopro de vida que me permite fazer boa parte do que me apetece, sem grandes restrições físicas e mentais.

Agradecer pela fortuna de ter tido a possibilidade de ter visto mais uma vez, a luz do dia. A possibilidade de ter sentido na pele o vento, o frio, a chuva, o toque doce dos teus lábios e o contacto morno das tuas mãos que tornam cada dia, cada instante, um momento único e irrepetível de cumplicidade e de amor.

Chuva miudinha

Há coisas que não matam mas moem. Que não sendo motivo suficiente para provocar o caos, vão provocando desordem e confusão. Que vão minando e provocando estragos à partida conjunturais e que se não forem contidos a tempo se podem tornar estruturais. E, confesso, começam a fazer danos. Uns maiores que os outros. E uns de efeitos mais duradouros que outros.

Sinto-me como se andasse à chuva. Daquela fininha, que quase parece que não molha, mas encharca. Daquela que ao princípio, nem se sente. Mal se dá por ela, mas depois vamos dando conta que afinal, molha.

E nesta fase, não consigo, não quero e não tenho condições para suportar mais. Estou a chegar aos meus limites. Da paciência, da compreensão, da resistência. Sinto-me, aqui e ali, preso por arames. Prestes a rebentar. Ou a deixar-me cair. Não quero. Não é disso que preciso. Há caminhos alternativos: ignorar, (o que não é fácil, não me ajuda a entender, nem resolve nada) ou perguntar o porquê (que não me apetece, não tenho vontade mas se começa a afigurar como a saída mais provável).

Estou tão farto disto. Sinto-me tão cansado de ser saco de pancada, sem perceber o porquê... Se existe o conceito de bullying, estou a senti-lo na pele. E quem conhece um pouquinho dos sapos, sabe o quão sensível é a sua pele. Não sou excepção. E dói. Muito. :'(

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Dias de descanso

Os dias de descanso estão quase à porta. De amanhã a uma semana, começa a interrupção lectiva do Natal. E confesso que estou mesmo a precisar de sair daqui. Preciso de ir para o meu meio, de estar perto das pessoas que me fazem sentido: família e amigos. Preciso! Preciso de dar descanso a esta cabeça e de estar perto das outras pessoas que me fazem bem; que me fazem sorrir e com quem também posso ser um pouquinho mais eu. Não sei porquê, mas ir a casa deixa-me um pouquinho mais de baterias carregadas portanto, preciso de ir a casa

Preciso de estar com os meus amigos. Preciso de ir fazer algumas comprinhas de natal, sobretudo para as crianças, que os adultos este ano vão ter de se contentar com pouco. Preciso de acordar num dia de sol e muito frio, de me meter a caminho da Serra da Estrela e de ir tirar fotos tolas na neve; de ir descer uma encosta nevada com um saco de plástico, de atirar bolas de neve mal amassadas a alguém, de levar com bolas de neve, de sentir os dedos enregelados, de ficar com a cara vermelha do frio, de ver o pôr-do-sol no cimo da Serra ou a fazer o caminho em direcção a Seia (ou a Manteigas, tanto dá!) e lá chegados, entrar num café, pedir uma chávena de chocolate quente e ficar a ver as fotos e a rir dos disparates!

Depois fico a pensar que ter estes dias de interrupção lectiva também pode ser menos bom. Porque significa que não vou estar perto de quem, em tão pouco tempo, se tornou tão importante. Tão importante, ao ponto de ser muito difícil equacionar a minha vida longe dela. Menos bom, porque no Natal, apetece estar perto de quem se gosta, e este Natal, isso não sei se vai ser possível.

De amanhã a uma semana, começa a interrupção lectiva. E vem com ela a oportunidade de parar para pensar em tanto que tem acontecido desde o início de Setembro. Para perspectivar, com um pouco mais de tempo, o que o futuro pode trazer. E dessa forma, tentar tomar melhor decisões. Fazer melhores escolhas.

De amanhã a uma semana, começa a interrupção lectiva. E ainda falta tanto trabalho até lá!

domingo, 11 de dezembro de 2011

No meio da ponte (capitulo 10)

"Já está!
Já conversei o que tinha a conversar.
Disse o que tinha a dizer, ouvi o que quis ouvir e arrumei a maior parte do que tinha para arrumar. No fundo, fui coerente com a decisão que tinha tomado. O que fica agora é alguma mágoa, alguma dor. Muitas memórias. Algumas boas, outras nem por isso. Mas quero guardar todas. Porque se com as boas me alegro, com as menos boas recordo o que não quero mais para mim.

Agora já sei onde falhamos. Onde falhei. E não quero falhar mais nos mesmos sítios. A falhar, (e sim, eu sei que é inevitável) vou procurar falhar melhor. Errar melhor. Porque com o erro também se aprende. E eu aprendi! Quero levar tudo quanto sou para o novo caminho. Mas também vou aproveitar a travessia da ponte para deixar para trás o peso do que não fiz, do que não sou, mas permiti que me tornasse. Vou deixar para trás as mágoas e as tristezas e as falsas esperanças que criei e que deixei que semeassem em mim. Vou despertar a parte de mim que fui escondendo sob a capa de uma pretensa, (sei-o agora), alegria e felicidade.

Assumo o compromisso de ser eu mesma! De dizer não, de dizer sim, de dizer talvez quando é exatamente isso que sinto e que quero dizer. De não criar castelos no ar. De não permitir ser outra coisa que não FELIZ. Mesmo estando consciente (sempre a consciência, não é?) que a felicidade é efémera e não-permanente. Mas sabendo também que é possível transformar pequenos momentos de felicidade, em períodos mais alargados desse estado inebriante que me faz sentir ser feita de luz e cor!

Vou abraçar o novo caminho. Vou dedicar-me a ele como ele se tem dedicado a mim. Juntos, vamos construir algo de extraordinário. De único! Vou fazer, com ele, tudo para sermos felizes.
Porque eu acredito que fui feita para este caminho.
Porque ele me espera do outro lado da ponte. Onde disse que estaria desde o primeiro momento.
Porque eu quero ser feliz, sendo eu mesma!"

Sons! #3

Não há dúvidas!

Nem pode haver!
Quando o que se sente cá dentro, e que é afirmado e confirmado vezes sem conta através de palavras, mas principalmente de gestos e de atitudes, de olhares, de acções concretas, não há dúvidas. Não pode haver dúvidas. E não há!

Quando tens oportunidade de ver que o outro corre riscos por ti, se arrisca, se atravessa para estar, para falar, para te ver, para te tocar e de uma maneira geral, para se fazer presente na tua vida, não tens dúvidas. Quando sentes o coração pesado e apertado de saudades ou tão leve que tens de o manter preso dentro do peito quando estás com o outro; quando te parece que um cavalo te galopa no peito, porque recebeste um olhar, um toque de pele na pele, um beijo clandestino que te incendeia, não há lugar para dúvidas.

Se te apercebes do que o outro faz por ti, por ambos, pela relação; se dás conta de quanto se investe e do que se coloca e se dá, do valor das apostas que estão a ser feitas, se ficas, se estás presente, se tens vontade de continuar a estar, a fazer, a criar, a cultivar, a colher, a dar-te e a receber o outro, deixa a cautela. Deixa as precauções. Deixa tudo e vai! Lança-te na maior aventura da tua vida!

Vive!
Entrega-te!
Atira-te de cabeça!
Sem capacete, sem pára-quedas, sem preparação e sem rede.

Apenas porque tens a certeza que o outro está lá para te apanhar.
Apenas porque acreditas que amas e és amado/a.
Apenas porque só assim, te tornas o motor principal da tua vida. Entras na acção e deixas de ser o espectador que se limita a ver a vida passar.

Não há dúvidas! Amo-te!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Distâncias

Distâncias são medidas. Medidas daquilo que nos separa ou daquilo que nos une. Depende do ponto de vista, como aquela história do copo meio cheio ou meio vazio... Para mim, se está meio, está meio. Não consigo imaginar uma coisa cheia, se está pela metade, nem vazia, se tem conteúdo, ainda que não preencha totalmente. As distâncias são medidas em unidades diferentes dependendo do grau, do género e da relação que se estabelece entre a distância em si, e os sujeitos distantes. (pessoas, locais, objectos, sentimentos, recordações, desejos... querem que continue?...)

Podem medir-se distâncias em unidades de tempo e de espaço. E essas toda a gente sabe medir. Existem réguas e esquadros, transferidores, curvímetros, conta-quilómetros, satélites e lasers que nos dão distâncias lineares e áreas com grande precisão.

Mas que unidade usamos para medir a distância entre uma palavra proferida e as diferentes interpretações que essa palavra vai ter quando ouvida por pessoas diferentes,cada uma com o seu quadro de referência e estrutura mental diferentes? Como se mede a distância entre um batimento de coração e outro? Qual a unidade que se usa? E para medir a distância que vai entre um olhar apaixonado e um olhar de desejo? Um abraço de amizade e um abraço quente e húmido de amor, cheio de paixão e desejo? Como se mede a intensidade de um olhar? Qual o instrumento? E a unidade de medida?

E como se mede a saudade? Pelo intensidade do sofrimento causado pela ausência do outro? Ou pela quantidade de vezes que se recorda o cheiro do cabelo e do corpo, o som do riso e das gargalhadas, os abraços, o perfume e o cabelo, o peso do corpo, o calor ou o frio das mãos, a suavidade da pele, os gestos tantas vezes repetidos?

Como se mede a distância entre duas pessoas que se amam, que se querem e se desejam? Pelo tempo que passam juntas? Pelo tempo que querem passar juntas? Pela forma como aproveitam o tempo quando estão juntas? Pela forma como se disponibilizam um para o outro e se ajudam mutuamente? Pela atenção, carinho e cuidado que dedicam ao outro? Pela vontade que sentem de fazerem a distância real e física que existe entre eles, mais pequena e dessa forma estarem mais próximos, de serem um?

A distância é mais imaginada que real.
A distância, muitas vezes, não é mais do que um obstáculo que colocamos a nós mesmos quando nos sentimos incapazes de saltar os muros que erguemos ou que outros ergueram por nós. Muros como o embaraço, a vergonha, a timidez, as ideias feitas, a opinião dos outros, as convenções sociais, as regras da sociedade, a educação que recebemos, a nossa herança cultural e moral judaico-cristã que nos prende, nos corta os movimentos, as ideias, os desejos e as vontades e nos leva a pensar em coisas tão sem sentido como culpas e medos...

A distância tem os limites que nos colocamos. Se somos livres, não há barreiras, não há limites. Porque a nossa liberdade é só isso. Liberdade. Sem limites barreiras nem prisões.

Preparar o fim do primeiro período

Implica preparar sete grelhas de avaliação, estar presente em sete reuniões de Conselho de Turma, corrigir sete turmas de testes (7!) redigir uma acta, ir ao jantar de natal da escola (mal posso esperar...) ter reuniões o Sábado TODO, rebentar com o fim-de-semana anterior (este que agora começa) a trabalhar que nem um louco, para durante a semana poder ter tempo para fazer outras coisas que não apenas trabalhar, comer e dormir.

Por isso, amanhã, para além de ir às compras, dar um jeito ao quarto, pôr roupa a lavar e a secar, tenho uma turma de testes para corrigir, trabalhos para ler e classificar, preparar as grelhas de avaliação, fazer as grelhas, terminar as planificações das disciplinas, verificar as adaptações curriculares e preparar o palavreado para colocar nos planos de recuperação/acompanhamento dos meninos e meninas. Parece bem? A mim, não me parece nada bem... Mas tem de ser!

Ai a vida de um sapo professor é muito dura!!! :D


post scriptum: hoje, pela primeira vez, fui citado. Aqui. É estranho, ver num outro blog aquilo que escrevi. Ao mesmo tempo massaja-me o ego. Será errado ficar contente por alguém ver sentido no que escrevo, ao ponto de me citar?

Feriado

Foi ontem, mas bem que podia ser novamente hoje.
Não pela ausência da obrigação de ir trabalhar, mas pelo prazer que me dá partilhar dias contigo. Pela simplicidade e facilidade que sinto possível e tão real! quando estamos juntos. Passear por sítios novos, descobrir locais de cortar a respiração, viver experiências, partilhar cumplicidades, desejos e sonhos. Conversar. Conversar muito. E sentir que, por vezes, se diz mais com um gesto, com um olhar, do que com todas as palavras do mundo.

Repetir até à exaustão os planos de sempre, mas sentir que se vão dando passos para concretizar esses planos faz-me sentir que estamos a caminhar na direcção certa. Que este é, sem sombra de dúvida o nosso caminho, o nosso tempo, e que poderá ser, muito provavelmente é, a nossa vida. Nos feriados. Mas também nos dias de semana, e nos fins-de-semana. E nas férias. E nos dias de chuva. E nos dias de tempestade.

Porque somos mais do que um feriado ocasional. Somos todos os dias. O dia todo.
Sim, e a noite também! ;)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Se cuidas de mim, eu cuido de ti também.

E isso é a essência do gostar.

Do sentir que somos importantes para o outro, mais do que dizem as palavras.

De percebermos que apesar de termos de ser (necessariamente!) a nossa prioridade, precisamos que o outro se sinta bem, para que nós possamos estar melhor.

E sentir que existe sintonia, que funcionamos no mesmo comprimento de onda e que estamos cá um para o outro é simplesmente perfeito. Mesmo que aqui e ali a antena perca o sinal de emissão e apareça um bocadinho de ruído, de estática a perturbar a compreensão da mensagem. Mesmo que de vez em quando nos percamos no meio de tanta informação, de tanto querer e gostar. Ainda que, por vezes, pareça difícil lidar com tanto gostar, com tanto querer, com tanto Amor.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

E se, de repente...

As coisas mudarem?
Sem contar, inesperadamente e sem que se tenha feito alguma coisa para isso, a atitude que outros têm perante ti mudar, sem que te tenhas dado conta que tenhas feito algo que o justifique?

Não tenho de entender, eu sei. Mas era mais fácil. Não tenho de saber o porquê, mas gostava! Se não souber onde estou a falhar, não tenho como melhorar. Respeito a opção dos outros, mas gostava de tentar entender onde falhei.

O charco a que cheguei com tanta esperança no início do ano, está a transformar-se numa poça de água suja e lamacenta onde gosto, hoje, um pouco menos de estar. Tem coisas positivas? Certamente! E é a esses aspectos positivos que me agarro 'com unhas e dentes' para me manter à tona das águas sujas e lamacentas que estão a tomar conta do charco.

Vou tratar de decantar as águas para que voltem a ser limpas e cristalinas!
Sugestões, alguém tem?

domingo, 4 de dezembro de 2011

O tempo

O tempo é um conceito muito relativo. Às vezes corre lento, outras anda rápido. Dizem que o tempo tem tempo. Que quem apressa a vida, atrasa a felicidade. Que o tempo cura tudo. Que tudo a seu tempo. Que tempo é dinheiro. Que o tempo ajuda a esquecer e a consertar o que está avariado ou estragado.

Para mim, o tempo resume-se ao existir. Por muitos livros, por muitos relatos que existam escritos, gravados com som e/ou imagem. Mesmo o que se encontra nas mediatecas, nas videotecas, só existe enquanto eu existir. Quando morrer, mesmo que esses registos continuem a existir, a mim pouca diferença me farão. Estarei morto. Não enterrado. Quero ser cremado. E que deitem fora as minhas cinzas. Do alto de uma qualquer serra. Pode ser que das minhas cinzas algo de bom nasça. Uma flor ou uma folhinha de erva. Ou um cogumelo! Qualquer coisa de mais simples, logo, melhor do que o que sou hoje. Este sapo feio e verde que habita em mim. Que não gosta de se ver ao espelho do charco onde habita. Que por mais que o beijem, não consegue ser um verdadeiro príncipe. Não tem cavalo branco. Nem escudo ou lança. Nem espada ou armadura.

Dava jeito que o beijo, para além de mudar o aspecto do sapo, mudasse também o feitio, a maneira de ser.
O tempo (lá está!) encarrega-se disso. Devagar, devagarinho, o tempo vai-me ensinando que aspectos são de manter e quais os que têm de ser polidos, aprimorados, burilados, para que fiquem não só com melhor cara mas também menos agrestes ao contacto.

Um mês é muito pouco tempo, estamos de acordo?
Depende. Um mês de vida num doente em fase terminal (Estranho como sempre achei curiosa esta expressão! Como se fossem só as pessoas portadoras de alguma doença incurável os que se encontram em fase terminal! A vida é ela própria uma doença de prognóstico reservado. E esta doença tem cura. Chama-se morte!), mas dizia eu, um mês de vida num doente em fase terminal pode ser considerado pouco tempo. Mas e a paz de se saber, ainda que aproximadamente, quando se vai deixar esta vida?

Um bebé com um mês de vida, já está um bocadinho diferente do dia em que nasceu. Maior, mais pesado. E os bebés com um mês de vida precisam de que olhem por eles. Que os alimentem, que lhes mudem a fralda, que lhes dêem banho, que os vistam. Que os aconcheguem, lhes aturem as birras, que lhes dêem colo e mimos. Que amparem nas noites mal dormidas. Que acarinhem e tratem bem. Que o levem ao médico e às consultas do peso e às vacinas...

Não se deixa morrer um bebé. Especialmente um bebé de um mês. Tudo farei para que haja tempo de vida para este bebé. Afinal, ele não surgiu de geração espontânea. Não foi planeado? Não! Mas está cá e agora tem de se tratar dele, de lhe dar as oportunidades todas que ele precisar para vingar, crescer forte, saudável e tornar-se no mais importante das nossas vidas.

Porque é(s) assim: o mais importante das nossas vidas!

click! #12

Quando nos sentimos emparedados, o único caminho é para cima!

Desancorar por dentro quem se amou

Não é tarefa fácil. Até porque amar alguém, em algum ponto da nossa vida, cria alterações em nós mesmos. De tal maneira que, já me aconteceu questionar-me porque deixei de fazer isto ou aquilo, ou porque deixei de estar com pessoas amigas, ou ainda porque mudei os meus hábitos e quem sou. Para todas as questões a mesma resposta: porque nalgum momento achei que era importante para a relação que deixasse de ser, fazer ou estar.

Não me arrependo de nada. Só do que não fiz. Do que fiz e faço, tento manter uma perspectiva de aprendizagem constante independentemente das consequências serem mais ou menos agradáveis. Não poucas vezes dou por mim a valorizar mais as consequências negativas, as dificuldades e os problemas do que as consequências positivas. O que não implica esforço, o que não nos custa temos tendência a não dar valor.

Desatar laços, cortar amarras, virar a página, encerrar um capítulo da vida, terminar uma relação leva-nos a descobrir em nós mesmos, novos aspectos da nossa maneira de ser que sempre estiveram lá, mas que nem sempre fomos/somos capazes de ver. Da mesma forma, também descobrimos no outro com quem partilhamos tanto tempo da nossa vida, aspectos, facetas, atitudes e comportamentos que não tínhamos visto (ou não quisemos ver!) por aquele prisma.

Não sou daquelas pessoas que quando termina uma relação queima as cartas, devolve os presentes recebidos, destrói fotografias, deita coisas para o lixo, e afins. Tenho guardadas numa caixa cartas, bilhetes, fotos, recados, pequenos nadas que já foram muito. Não consigo apagar pessoas da minha vida, pelo simples facto que se fizesse isso, estaria a apagar o período correspondente que estive com essas pessoas da minha história. E eu preciso de sentir que fiz caminho. Que vivi, senti e experimentei. Que amei e fui amado. Que construí memórias e que fui feliz.

Terminar uma relação implica pegar no que resta de nós, juntar os fragmentos do nosso amor-próprio, do que resta da nossa auto-estima e sair porta fora. Levar connosco o que sobrou. O que o outro e nós mesmos fomos capazes de preservar, de manter.

O resto, as coisas que se juntaram, que se foram colecionando, amontoando e que em muitas casos constituem tanta bagagem que só de pensar em carregar tudo, nos parece mais fácil ir ficando como se está, são coisas. E as coisas não são importantes, por muito que tenham custado, por difícil e injusta que seja a divisão dos tarecos. Por irracionais que as pessoas se tornem quando por incapacidade de lidar com a frustração ou rejeição pretendem correr com o outro para fora da sua vida. Haja a presença de espírito para que, pelo menos uma das partes, se mantenha calma, tranquila e ponderada.

Acredito que as pessoas que se cruzam na nossa vida estão lá por uma razão. Por um motivo. Mesmo que agora não seja capaz de o perceber, de ver isso, creio que serei capaz de perceber o porquê mais tarde. E se não o perceber, paciência. Também não vem mal ao mundo.

Acredito que foi preciso passar por tudo o que passei até agora, para poder ir aprendendo a dar valor às pessoas que tenho na minha vida no momento. E que tenho de agradecer por TUDO o que tive oportunidade de viver, de fazer, de ser e de experimentar e que me tornou o que hoje sou. Não que me ache alguém de extraordinariamente bom ou de positivo, mas pelo menos vou-me conhecendo um pouco mais e melhor. E esse é o objectivo: mais e melhor!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Frases tuas #1

"Quando tu nasceste, já eu fazia cocó duro!"

Foi das primeiras coisas que me disseste quando começamos a conversar sobre cada um de nós. Ri-me, claro! Não sabia que fazer cocó duro era sinal de "status". Muito menos que isso pudesse ser usado com orgulho e galhardia!! Mas pensando bem, à quantidade de porcaria que faz quem nos tem governado...

Sempre disseste esta frase, referindo-te à nossa pequena diferença de idades. Mas como se fosse para ti um orgulho o seres um pouquinho mais velha do que eu. Velha, não! Experiente! Experiente, não! Vivida! Eh pá... Vivida pode ter outro tipo de conotações... Gasta?! Usada?! Experimentada?! Acho que qualquer palavra que procure é passível de ser mal interpretada. Assim sendo, vou avançar. :D

Na verdade, não é por fazeres cocó duro há mais tempo que gosto de ti. Bem vistas as coisas, só gosto da frase porque me  lembro sempre da tua expressão quando a disseste. Faz parte da nossa história!

Olha, lembras-te disto?


Break!

3 dias sem escrever.
Parecia-me menos. Sim, que se conseguir acabar de escrever este post e publicá-lo antes da meia-noite, tecnicamente, serão apenas dois dias sem publicar. Não que haja obrigação ou compromisso. Não houve, há ou haverá.

Motivos para não ter escrito nestes dois dias? Só há um: chama-se viver!

Viver ao vivo e a cores, experimentando sítios, visitando locais. Travando conhecimento com cheiros, gostos, cores, formas, sabores. Viver a sentir o frio nas mãos e nos pés gelados, o vento na cara, o calor tímido do sol nestes dias de temperaturas de um só dígito. Viver com uma chávena de chá quente nas mãos, para afastar a sensação de "frescura" que paira no interior da boca.

Viver a companhia de alguém que é (muito!) amado, querido, desejado e acarinhado. Alguém com quem um monte de coisas (algumas novas!) fazem TODO o sentido. Alguém que mora comigo, no coração e na nova casa de janelas verdes. Na casa onde quero viver todos os dias. Onde quero acordar e adormecer. De preferência contigo nos braços.