sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

:)

Saudades dos teus pulinhos e do teu sorriso de menina.
E dos abraços. E dos beijos. Mas, confesso e espero que não seja um choque para ti, mais dos abraços. E do calor do teu corpo enrolado no meu. à procura de mais quente.

E agora são duas semanas inteirinhas só para nós.

Vamos a isso?

boa noite ^.^


Finalmente

contigo.
em casa.
de férias.

Este sim!, é um combo vencedor! 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

natal #1 luz(es)

Do natal, para além do espírito natalício que é real, há um conjunto de aspectos que gosto. Muito.
Um desses aspectos são as luzes. Gosto das luzes de natal. Gosto de as ver acender e apagar. Gosto das sombras coloridas que projectam nas paredes, nas janelas. No clarão indefinido de cor que espalham nas casas, nas ruas e, invariavelmente nas caras das pessoas.

Lá em casa havia sempre duas ou três gambiarras. Na árvore de natal e no Presépio. Fazíamos a coisa de forma a que piscassem alternadamente. Lembro-me bem de irmos buscar o pinheiro, apanhar musgo e fazer a decoração da árvore de natal e a montagem do Presépio. Algumas dessas memórias, desses natais, eram passados em casa da minha bisavó, na Régua. Lembro-me da casa, do fogão baixinho, da cozinha onde deixávamos o sapatinho depois do jantar de Natal, para de manhã irmos buscar as prendas. Sim, que esperávamos pela manhã seguinte. Já era bem mais crescido quando começamos a abrir as prendas à meia-noite.

Lembro-me das rabanadas, do arroz doce e da aletria. Dos bolos de bacalhau e das outras coisas que a minha mãe e avó faziam para a ceia de Natal. Lembro-me de irmos todos um ano à missa. Lembro-me de um Natal diferente em que tivemos toda a gente lá em casa. E ainda era a casa pequena. Vieram os meus tios e prima e avós do Porto. E a minha bisavó também lá estava. Que Natal! A nossa casa pequena tornou-se ainda maior para ter lá tanta gente naqueles dias. Foi um Natal memorável. Pelas minhas contas eramos doze pessoas à mesa. Não me lembro das prendas, mas lembro-me de sentir que fazia parte de uma família grande.

E sim, havia luzes. E luz. E rostos iluminados.
Era Natal!

Quase de férias

A minha reunião já foi. Os papéis estão entregues e verificados. Pautas impressas e prontas a afixar. Ainda deu para ajudar numa outra reunião e ficar um pouco mais de tempo na escola a aproveitar o quentinho bom e a net.Depois, resolvemos ir jantar a um café aqui da vila. Só para ser diferente, só para descontrair de um dia cheio.

Amanhã mais duas reuniões. Ao final da tarde, lanche/ajantarado para funcionários e professores. A festa de Natal da escola, mas agora para os crescidos. Para que também nós nos possamos divertir e confraternizar sem os olhares dos miúdos. Pelo que dizem os colegas que já cá estão há mais tempo, costuma ser uma festa boa com comida boa e bebida(!) à farta. Já ouvi falar em moelas e arroz de pato. Promete! Por mim, desde que haja sopa, está tudo bem!

É uma oportunidade para estar com os colegas, num ambiente diferente, mais descontraído.

Vamos ver como corre.

Isto anda esquisito

Os Estados Unidos acabaram com o embargo a Cuba?

Em Portugal prendem-se pessoas que ocuparam cargos políticos de relevo?

Com estas modernices, qualquer dia aprovam leis anti-corrupção que permitam que os que cometem crimes de colarinho branco não fiquem sob fiança a usufruir das suas casas em zonas chique depois de pagarem cauções de 3 milhões de euros.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

boa noite ô.ô


cheira a descanso

Já só penso em ir embora.
Já só quero ir embora.
Já só me imagino longe daqui.
Eu sei que estamos na recta final. Que as aulas só voltam em Janeiro, que a despedida para as férias até correu bem. Que isto nem é tão mau quanto parecia inicialmente.

Contudo, só penso em desligar. E fazer nada. Que me perdoem os que acham que estou a dizer disparates. Estou cansado. Muito cansado. Preciso desligar. Preciso de fazer coisas que me deem prazer em vez de continuar neste casa-escola-casa, ou melhor, charco-escola-charco.
A casa é muito grande. E fria. E não me apetece sociabilizar muito com os nativos. Ando a ponderar inscrever-me no ginásio/piscina mas não quero aulas com professor. Só acesso livre. Para ir duas vezes por semana, fazer passadeira/bicicleta/remar ou nadar. Pelo menos ocupo tempo e arejo as ideias. Isto enquanto o bom tempo não regressa para poder correr na rua. Agora, nesta época do ano, nem pensar. Anoitece muito cedo, faz muito frio e correr sozinho... não me parece.

Os planos para as férias estão em andamento e estamos a ultimar os últimos detalhes para podermos concretizar uma nova viagem. Vai ser a primeira vez que vou passar o ano no estrangeiro. Mais para a frente irei colocar algumas fotos. Talvez, lá mais para o fim do mês. Agora é tempo de acertar transportes e delinear programa para as festas. Destino já há e viagem também.

festa de natal

Foi hoje de tarde a festa de natal da escola. Cine-teatro da terrinha cheio que nem um ovo. Muito calor na sala. E no palco,... Surpresa! Alunos, funcionários e professores com peças de teatro, música, dança. Confesso: foi giro. E eu nem gosto destas coisas.
Participaram desde os pequeninos da pré até aos finalistas do secundário. Clubes, associação de estudantes, direcção.

Bom ver o bom ambiente da escola num espetáculo de duas horas em que tudo correu bem.
Assim, está bem!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

boa noite meu amor


é isto

Há dias em que a distância parece nenhuma e que as saudades não estão lá. E há outros em que se fica com o coração apertado e só apetece estar ali, com a pessoa ao lado, só abraçados a dormitar. Descontraídos o suficiente para nos perdermos um no outro. E descansarmos, mesmo que sem dormir muito. Porque cada volta na cama, acordamos para nos agarramos a seguir. Porque enquanto se dorme, procura-se a mão do outro. Porque a minha lapa não descola e eu gosto dela assim.

Agora queria a minha tê-la agarrada a mim, mesmo com voz de cama, de quem está cheia de sono. Mesmo que rabugenta porque o cansaço é muito. Mesmo porque sim!

Eu sei que a tenho no meu coração. Eu sinto-a lá. Tenho saudades de a abraçar. De lhe fazer festinhas até ela adormecer. De a ficar a ver dormir, a respiração certa e tranquila de quem dorme o sono dos justos. Às vezes bate os dentes e morde a bochecha. Acorda com a boca ferida. Quando dou conta que está a cerrar os dentes dou-lhe miminhos e passa. É bonita. Mesmo quando se acha feia porque está de óculos. Ela é um bocadinho totó, mas eu gosto dela assim.

Eu sei que isto é lamechas e talvez até, piroso. Mas ela merece que eu seja lamechas e piroso. Porque como tantas me diz, eu sou tudo para ela, e tudo inclui lamechas e piroso. É verdade, podia ser menos piroso, mas não era a mesma coisa!

domingo, 14 de dezembro de 2014

bOa NoiTe '-.-'


Mais uma

Eu sei que quando gosto de um filme, falo dele até à exaustão. O do momento, para mim, é a Vida Secreta de Walter Mitty. Gosto de quase tudo: da história, da fotografia, dos locais das filmagens, da banda sonora(!), dos personagens. Gosto da forma como o lema da revista Life acaba por estar presente no filme todo.

Por isso aqui vai:



O lema da revista Life, gravado na carteira que Sean O'Connel (Sean Penn) oferece a Walter Mitty (Ben Stiller) pelo seu aniversário.
Precious!

filmes



Vamos ver se conseguimos voltar ao ritmo de outros tempos.

Para as próximas semanas vamos ver se arranjamos tempo para ver November Man, A Most Wanted Man, Os Monstros das Caixas, Lucy, Don Jon e o que mais aparecer por aí.

OST Walter Mitty

Ouçam e digam de vossa justiça!

a melhorar

Senão vejamos:
Vou estar duas semanas seguidas com a lobita!;
o trabalho está quase a acabar: só faltam 5 dias;
O merecido descanso já se adivinha;
Vou voltar para casa;
Jantar com amigos no próximo fim-de-semana;
Aproxima-se o Natal;
Vamos de viagem;
2014 está a dar as últimas;
Vamos poder descansar, finalmente!

As coisas estão a melhorar!

(até porque já quase não me dói o ombro, estou melhor da constipação/alergia/coisos que me chateou durante mais de uma semana e, não sei se já disse, o trabalho está quase a acabar!)

E aqui vamos nós!

Para a última semana de aulas do primeiro período!
A toda a velocidade, entregar testes, fazer correções, realizar aulas de auto e heteroavaliação, preparar notas, registar faltas, justificar faltas, eliminar faltas de alunos que cumpriram medidas de recuperação de assiduidade, preparar reuniões, assistir a reuniões, ir à festa de Natal, ao lanche/jantar de Natal, comprar coisas para o Natal.

Fazer os sacos, limpar a casa, arrumar a tralha e ir embora e durante duas semanas estar longe daqui!
Iupiii!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

boa noite o-o


quase hora de dormir

Já sinto o sono a instalar-se. A tomar conta dos olhos. As pálpebras estão mais pesadas e assumem declaradamente a tendência que têm para se ir cerrando. São mais as vezes que carrego no backspace do que as que escrevo cinco ou seis carateres sem me enganar. O corpo está pesado e sinto-me mole. as dores e o cansaço do dia estão a vencer lentamente a batalha. É hora de apagar. De ficar esticado, debaixo dos lençóis e cobertores. Felizmente aqui debaixo está quentinho. Fora daqui reina o frio. Hoje de manhã havia geada. Nalgumas zonas era mesmo gelo que cobria tudo. Amanhã, deve estar igual.

Mas até lá tenho tempo para estar ao quente.
Sozinho mas quente, que não pode ser tudo mau.

A lobita está lá longe. Mas está aqui. Só que longe. Sem nunca sair de mim.
É assim: não há longe nem distância para quem sabe que só falta um dia.
;)

e não é caso para menos...

Anda tudo doente.
Anda tudo cansado
Alguns exaustos.
Outros prontos a dar o "tilt"

Não há condições. Não há cabeça que consiga dar conta de tantos papéis e papelinhos e relatórios e justificações e participações e actas e planos e listas de alunos com proposta de aulas de apoio e actividades desenvolvidas no decorrer do período e visitas de estudo e festas de natal e o jantar de natal mais encarregados de educação e colegas stressados e miúdos baldas que não sabem, não querem saber e têm raiva a quem saiba.

Não há condições.

Procura-se emprego honesto com remuneração justa em local agradável e perto de casa.
Aceitam-se propostas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

boa noite *-*


The Arcade Fire - Wake Up

A vida secreta de Walter Mitty


Que paisagens fabulososas!
Uma história sobre concretizar sonhos e ser feliz. Pelo menos é assim que o vejo.

dói-me o ombro

Alguém que me possa ajudar? até escrever é difícil.. :s

Curtas


relatório & contas

Fim de semana diferente. Primeiro porque estive (estou ainda) meio doente. Depois porque fui ter com a lobita. Lá longe, ao deserto. E apesar de não termos feito o programa cultural que tínhamos pensado, foi bom.
Fim-de-semana inteiro com a lobita e ainda um feriado de bónus. Estivemos com os primos e as primas da lobita e apesar de ter sido algo barulhento soube bem. Comidinha boa, gente simpática e alegre para ver se aqui o "muito chato" desligava. E desliguei. Quase o suficiente para não querer voltar sem a lobita. Isto pode parecer-vos estranho, porque é repetitivo e escrevo sempre o mesmo, mas ainda assim, cá vai: custa voltar com ou ficar sem a lobita. E não porque seja um hábito. Antes, porque lhe sinto a falta. Muito.

Enfim. O fim-de-semana foi passado entre as brincadeiras com o cão, as conversas com a família, os mimos da lobita, passeio na serra, passeios caninos, comidinha boa e pão ainda melhor.

Fotos?
Houve... mas ainda não as posso colocar. Ainda estão na máquina!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Memórias

Esta coisa de encher o saco de água quente, traz-me à memória outros tempo, em que éramos crianças e lá em casa os meus pais faziam a distribuição dos sacos de água quente pelas nossas quatro camas. Sim. Somos quatro. E cada um tinha o seu saco, tal como a sua caneca e prato e outras coisas do dia-a-dia.
Lembro-me de chegar à noite e depois de me lavar e vestir o pijama haver o ritual da colocação do saco de água quente na cama. Depois a seguir apagava-se a luz e dormia-se o sono dos justos.

Tempos bons em que tudo era mais fácil e simples, sem complicações e em que havia alguém que nos resolvia os problemas e se certificava que tudo corria com normalidade na nossa vida.

Olhando para trás, surgem estas memórias boas, como quando o meu pai chegava a casa vindo do trabalho e fazia o café (que mais não era que cevada) numa cafeteira grande. Depois deixava assentar para no dia seguinte ao pequeno-almoço, o tomarmos com leite e comer o pão. Lembro-me do pão da manhã dentro de uma bolsinha de pano (tinha nome, mas desse já não me recordo) que comíamos na escola no intervalo das 10h30. Entre correrias e saltos e tolices de miúdos pequenos no recreio da escola primária que ainda existe, embora agora tenha perdido a alvura das paredes em favor de um azul mais moderno. O recreio que era alcatroado (e mal, diga-se) tem agora um campo de jogos para os meninos terem educação física.

Recordações... são tantas, à medida que vou puxando o fio, surgem outras passagens e outros momentos.

Recordar o passado pode ser bom. Viver no passado, não.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

boa noite -.-'



dia (mais-ou-menos) não

Estar adoentado é uma seca. E estar adoentado longe de tudo e todos é ainda pior.
Passei a tarde a corrigir testes que estão uma (&#$%"# o que me deixou novamente a pensar, no que ando aqui a fazer...

Estou a ficar outra vez pior (que raio de relação que as enfermidades têm com a noite!).
E sim, sou um sapo verde e feio mas apetece-me miminhos. E não tenho. Nem posso ter...

Que raio de coisa esta! Chiça!

(Eu avisei que tenho por hábito reclamar!)

De molho

Confirma-se.
Passei o dia de cama, depois de uma noite muito mal dormida, com o nariz entupido, frio e sono.
De manhã depois do duche emborquei umas quantas canecas de chá de gengibre e limão com mel. Ao meio da tarde comi umas papas de Nestum de arroz e entretanto corrigi mais uma turma de testes do nono ano. Neste momento, tenho tudo corrigido, Os resultados é que enfim :s ....
Adiante!


Espero que amanhã amanheça melhor, já que é o início do fim-de-semana prolongado. Vou ter com a Lobita e não sei se por andar tão ocupado a viver, vou ter tempo de passar por aqui. Mas vou tentar, ok?

Boa noite +.+


...and i'm nothing on my own
and I love you
please come home

acho que estou a ficar doente...

Espero estar enganado! Amanhã vou socorrer-me do mel e do chá de gengibre com limão!
Não é por descuido que eu ando bem agasalhado. Também não ando descalço ou sem meias. Calço os chinelos mal chego a casa. Não apanho correntes de ar. Não saio de casa com o cabelo molhado.

Só pode ser pela diferença de temperatura na escola e fora dela!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Está um calor esquisito.

Tão esquisito que até parece que está frio.
Sim, escrevo já meio deitado, debaixo dos lençóis e cobertores e afins. E pela primeira vez este outono quase inverno) com um saco de água quente nos pés. Hoje teve de ser. Já me estava a sentir gelado e a começar a ficar mal disposto por sentir os pés tão frios. Na verdade, ainda não aqueceram. Mas já me sinto um bocadinho melhor!

Quando é que se esperam as temperaturas mais baixas? No fm-de-semana, pois claro! Quem é que tem planos para ir passar o fim-de-semana fora? O sapo e a lobita! Não falha! :D

(só por causa das coisas, vamos na mesma!)

De não prestar atenção às coisas

Ontem escrevi aqui que hoje teria reunião de directores de turma. Erro meu. A reunião é na quarta-feira dia 10 e não hoje. É o que dá ler as coisas na diagonal: fica-se com uma perspectiva enviesada da realidade!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

boa noite -.-


Preciso de vender a minha carrinha

algum interessado?

Livro de reclamações

Reclamo com frequência. É uma das minhas características. Não sei se é do meu mau feitio (muito provavelmente, sim!) ou se é de outra causa qualquer, mas reclamar é algo que faço amiúde.

Não reclamo por tudo e por nada, mas reclamo. Principalmente do que considero injusto.
Vem isto a propósito do meu actual colega de casa reclamar ainda mais do que eu. E agora, ao ver-me nas costas dele, pensar que não faz sentido reclamarmos das coisas que não podemos mudar. Assim, como não faz sentido reclamar com a pessoa errada, aquela que pode ouvir, mas não pode mudar nada em termos do conteúdo substantivo da reclamação.

O rapaz reclama do tempo (quando não chove há três dias, ontem esteve um dia de sol brilhante e céu azul) que está frio (estamos em dezembro, é normal estar frio!) que o tempo é uma bosta (nem tem estado vento, o que ajuda a que não se sinta tanto frio). 

Eu reclamo que nunca mais é dia 19 de dezembro ao fim da tarde.

E vocês de que reclamam?

novidades

Dia longo de trabalho. Aulas, testes e novidades. Reunião de directores de turma amanhã (a convocatória não respeitou o prazo legal de 48h para afixação) e calendário das reuniões de avaliação de final de período afixado na sala dos professores. Três dias de reuniões e eu faço o pleno: reuniões os três dias e entrega das avaliações no dia dezanove à tarde.

A parte boa, é que despacho quase tudo na 4.ª feira e tenho a quinta quase toda livre para ultimar as coisas da minha direção de turma. O resto é a loucura: até dia 19: dar testes, corrigir testes, entregar testes, preparar avaliações, entregar avaliações. Trabalho administrativo e burocrático que não tem piada nenhuma. A vantagem é que os papéis não nos tratam mal, não respondem e não fazem pouco da nossa cara.

Vamos a isto, que o fim está próximo!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Boa Noite!



imagens do charco


às vezes penso em mudar de vida

Tirar outro curso e fazer algo que me permita ajudar as pessoas. Ajudá-las a melhorar. Não sei se a torná-las melhor, se a dar-lhes ferramentas para que, se assim o entenderem, façam e sejam mais e melhor.

Eu mesmo sinto que estou a precisar de fazer alguma coisa que me ajude a entrar novamente nessa via de ser mais e melhor. Não que esteja mal, mas simplesmente não estou bem. Eu noto-o e os que me rodeiam também. Até porque têm de levar com o meu lendário mau feitio a toda a hora e instante.

Já considerei a hipótese de me matricular novamente na Universidade para tirar uma nova licenciatura. Já pensei em fazer um curso de fisioterapia. Pondero ainda a possibilidade de fazer um outro curso. Uma outra aprendizagem não formal, que não confere diplomas nem certificados de habilitações. Para isso, precisaria de me desprender de coisas, de pegar em poucas outras coisas, traçar um plano e ir.

E é uma ideia recorrente, esta de ir. Tenho dias em que adormeço a pensar nisto e me consigo ver de mochila às costas a caminhar por estradas e caminhos e atalhos, por montes e vales. Viver a aprender a viver. Sem filtro e sem rede. Sem plano B. Indo e aprendendo.

Às vezes penso em mudar de vida. E acobardo-me e acomodo-me por receio de não ser capaz e por temer as reacções dos outros.
Às vezes penso em mudar de vida.
Penso.
Mas ainda aqui estou.

à beira do fim

Estamos quase a terminar o primeiro período lectivo. Só faltam mais duas semanas para encerrar este primeiro terço do ano e dar lugar a duas semanas de interrupção. Vem em bom momento! O cansaço e a fartura de trabalho, junto com a distância e aquela sensação de vazio que sinto quando estou num sítio que não é o meu (mas também, já não sei muito bem qual é o meu sítio) fazem aumentar a necessidade de sair daqui e ir viver.

Não, a escola não é má. Não, os miúdos não são maus. São maus, principalmente para eles mesmos. Não, os colegas não são quezilentos nem complicados, nem andam a ver quando é que o outro escorrega para depois lhe atirar com tudo e mais um par de botas.

Eu é que estou a precisar de passar mais do que um fim-de-semana longe daqui. Fora daqui. Com outras pessoas. Estar com amigos. Estar com a família. Estar com a Lobita. Conhecer sítios novos. Sítios diferentes.
Tirar fotografias.
Fazer filmes.
Fazer tolices.
Brincar e rir.
Abraçar e beijar mais.
Ser mais feliz.
Contigo.

Cenas estranhas

Acabei de saber que o meu endereço de email aparece no computador de uma prima da lobita que está a 500km daqui, de quem eu não tenho nem endereço de email, nem número de telemóvel e que o único ponto de contacto é o facebook. Mistério!

domingo, 30 de novembro de 2014

Boa noite!


Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo.
Mark Twain

Deixas de ser pacifista e adepto da não violência

quando um aluno, dirigindo-se a um colega que está a passar junto da diretora de turma de ambos lhe diz: "Dá-lhe um apalpão" e depois se ri alarvemente como se de um herói se tratasse.

O Natal está em toda a parte

O espírito de Natal tirou bilhete e foi substituído por um outro espírito que de natal não tem nada, a não ser a época do ano em que ocorre. Os centros comercias, as lojas e as ruas começam a exibir decorações de Natal. A música de algumas lojas são compilações das mesmas canções estafadas de ano após ano rodarem nas playlists e sistemas de som dos centros comerciais. O Pai Natal (quem?!) chega aos centros comerciais, à baixa, à loja X e Z a toda a hora e instante. Há parques infantis com casas coloridas cobertas de neve (tão típica do nosso país!) com gnomos de ar cansado e sorriso triste que tomam conta dos Tomás, Afonsos, Matildes, Mafaldas e Guilhermes deste mundo que, como crianças bem educadas) lhes puxam os barretest e dão chutos nas canelas (só para saber de que cor serão as nódoas negras das pessoas com pernas verdes e vermelhas).

Os pais das pdc's andam atarefadíssimos a entrar e sair de lojas para comprar coisas que depois vão oferecer a outras pessoas, algumas das quais só estão na lista de Natal, porque "parece mal não dar nada". O stress das compras (e em particular, das compras de última hora) fazem perder a paciência a um santo e o que nelas é gasto daria para passar uns bons dias de férias com a família no verão ou ir para fora naquele fim-de-semana prolongado.

Não tarda, começam as televisões a anunciar a milionésima reposição do Sozinho em Casa. este ano, a parte 19 - Natal com as Duendes Marotas do Pai Natal.

Isto não é Natal. Ainda não é Natal
Natal é outra coisa.
Substancialmente diferente.

The End

Eis-me chegado ao charco para mais uma semana de trabalho. Já arrumei (quase) tudo, fiz a cama de lavado e pus a comida no frigorífico. Fui a casa. E soube bem, apesar de ter passado muito tempo no entra e sai de lojas, que teceram uma conspiração chamada black friday. A ideia é ir gastar dinheiro em-algumas-coisas-que-se-necessitam-e-em-muitas-outras-que-não-são-assim-tão-imprescindíveis-como-isso-mas-já-que-estão-com-desconto-levo-também...

Foi um fim-de-semana com a lobita, claro. E foi bom.

A parte menos boa é quando se tem de arrumar a tralhar para vir embora para este charco, que sendo simpático e tudo, não é o meu charco. Muito menos o charco/toca do Sapo e da Lobita, como tínhamos o ano passado. E é triste ter de se estar longe de quem nos faz nós por causa do trabalho.

Assim sendo, estou disponível para acolher propostas de trabalho honesto, remunerado de forma justa. A partir de... Agora!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Preciso de uma agenda nova

E não tem nada a ver com o facto de estarmos praticamente no último mês do ano. Está mais relacionado com o facto de depois de ter escrito o último post, a lobita me ter dito que pretende fazer no próximo ano um trilho na Serra da Estrela, ir a Gredos, fazer a Senda del Oso e a Peña de Francia. Gosto disso!

Este fim-de-semana acho que vou comprar umas botas novas! e se calhar, começar a praticar nos tempos livres.
Tenho saudades de caminhar, de andar com um objectivo definido e fazer caminho! Apetece-me andar no mato! De mochila às costas e dormir em tenda, comer pouco, beber água e sentir as dores nos músculos e nos ossos do esforço físico.

Não se deixem enganar: não sou masoquista. Mas o prazer que retiro de um duche quente é incomparavelmente maior depois de dois ou três dias sem me lavar. Aprecio muito mais a maciez do colchão e o calor da cama depois de uma caminhada longa. Descubro novos sabores na comida, quando andei a sandes, água e fruta, carregada às costas e comida à pressa numa qualquer sombra ou num abrigo de beira do caminho. Até o vestir roupa lavada ganha um novo colorido.

Chegar a casa e tirar a mochila das costas, despir a roupa suja e suada, abrir a água quente e tomar um duche é indescritível. Deixar a água levar o cansaço dos dias e as dores do corpo. Se já experimentaram, sabem do que falo. Se ainda não experimentaram, não imaginam o que estão a perder!


Portugal

Hoje para me distrair um pouco, fui dar um passeio pelas redondezas. No regresso, vinha a revisitar os sítios que percorri e outros que conheci há mais tempo.
O nosso país é fantástico. Temos uma diversidade de paisagens brutal, todas extraordinárias, que me fazem pensar porque motivo não nos conseguimos tornar mais competitivos economicamente. Não vou dissertar sobre o assunto. É uma pergunta retórica.

Hoje andei pelo vale do Douro e firmei um compromisso: Ou melhor dois! Não, não! Esperem! Três: subir o Douro de Barco. Descer o Douro de comboio e fazer o percurso da linha do Corgo a pé, tal como fizemos há uns anos, a Linha do Tua. Algo me diz que é espetacular percorrer os km daquela linha de comboio que está já desactivada.

Que tal?

ontem

...foi um dia de cão.
Muito trabalho, nenhuma diversão e de brinde, alunos mal educados que me tiraram a vontade de escrever. Quer dizer, não tiraram, mas achei melhor não postar nada ontem porque ia ser muito mais azedo que o costume.

Assim, contive-me, respirei fundo e fiquei aqui a remoer sozinho o sucedido. Por outro lado, ontem foi um dia produtivo. Fiz os testes de 8.º e 9.º, uma ficha de trabalho e ainda tratei das faltas (marcação e justificação) da minha direção de turma. Aproximam-se três semanas de terror: testes para corrigir, avaliação para fazer e reuniões e mais reuniões.

Vão ser três semanas sem parar, para depois parar durante duas semanas inteiras.
Vai valer a pena!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Trabalhar para aquecer

Propuseram-me ir com uns alunos a uma visita de estudo de uma manhã a uma localidade próxima. No meu dia sem componente lectiva. Para dar umas horas que ninguém me paga. Custa, no enquadramento actual, estar a dar horas que sei que de certeza não me vão ser pagas. Custa saber que trabalhamos tempo a mais, que vai muito além do nosso horário semanal de trabalho e que a paga que temos no final do ano é um chuto no rabo e que vamos passar mais um verão de incerteza sem saber se vamos ficar, onde vamos ficar e quantas horas. Custa sentir que o trabalho que fazemos não é recompensado, nem pelos colegas, pais e muito menos pelos alunos, e que nem no dia de receber o vencimento quase me dá uma coisinha má quando olho para a quantidade de dinheiro que o Estado me tira sem pedir licença. Mais de 30% do meu ordenado vai para pagar Segurança Social, IRS, taxas e sobretaxas.

De modo que um destes dia lá vou para a tal visita de estudo de uma manhã com uns alunos, trabalhar de graça, gastar tempo precioso para a preparação das reuniões de avaliação que começam logo na semana seguinte.

Toque de saída

Foi agora. Acabou de soar,
Agora começa a corrida mais louca do mundo para alunos, pais e professores. Todos com vontade de ir embora o mais depressa possível. Deixar para trás a escola. Esquecer o trabalho, os colegas. Apanhar o autocarro, pegar no carro, ir de boleia para casa de forma a poder chegar a casa e fazer aquilo que ainda vai dando algum gozo e permitindo aguentar melhor os dias: abrir o caderninho e riscar o dia no calendário do sindicato que está colado na contracapa.

Pegar nas coisas, terminar o post, publicar, fechar a mochila, desligar o pc e ir para "casa". Tretas!

à deriva

Às vezes sinto-me à deriva, meio perdido, sem saber se onde ponho os pés é suficientemente firme e seguro para me aguentar em pé.

Às vezes e só às vezes, apetece-me deixar ir o barco ao sabor da corrente. 

Só porque remar contra a corrente cansa, porque ter de estar sempre à espreita a verificar o tamanho das ondas, a direção e a força do vento, os barcos em sentido contrário, a verificar a corrente, as velas, pegar nos remos, evitar os escolhos e apaziguar as tentativas de motim da tripulação (sim que eu não sou fácil para ninguém, nem sequer para mim mesmo!) pode ser uma tarefa esgotante.

Esta etapa, não sei se a vou levar até ao fim. E o fim, não sei qual é. Vou fazendo as coisas que tenho para fazer, dentro das minhas limitações e vontade. Não me apetece fazer mais. Numa altura em que se fala tanto de motivação, não tenho motivação para fazer mais nem para fazer melhor. O meu público é o pior público do mundo. Não quer assistir ao espetáculo, nem fazer parte dele. E portanto, responsabilizam "o artista" como se fosse ele o responsável pela obrigatoriedade de assistirem ao espetáculo.

Cansa também estar tão longe de casa, longe da lobita, longe da família e dos amigos. Não me consigo habituar a isto. Provavelmente, não me quero habituar a isto, e por isso me custa tanto. É uma escolha consciente. Não consigo entender porque tenho de estar tão longe. Não é isto que quero para o resto da minha vida.

Eu sei que isto que estou a escrever, não é novidade para quem me lê. Não é a primeira vez, e não será certamente a última. Ando sempre à volta disto, nesta satisfação/insatisfação intermitente. Um bocadinho como o Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Duas faces da mesma moeda. Agora imaginem que ambas as faces da moeda têm um valor. Eu sei que está lá o valor, mas ainda não sei se o valor da face boa é superior ao  valor da face má.

E por isso, voltando ao início, sinto-me à deriva. E hoje o mar nem está agitado. É uma calmaria aborrecida que não me deixa sair daqui. Nunca mais passa...

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O que me apraz dizer sobre a prisão preventiva?

Nada.

Agora posso discorrer sobre outra coisa qualquer.
Por exemplo, sobre o cabrão do cão que ontem me arrancou uma parte do pára-choques da carrinha à dentada, Isto depois de eu ter parado na estrada para deixar passar um enorme rebanho de ovelhas e cabras que voltavam do pasto. Já depois de terem atravessado a estrada, o estúpido do cão, pôs-se a ladrar e a correr ao lado da roda da frente da carrinha. Como não o queria atropelar, parei e nessa altura o descerebrado do bicho ( já estou a imaginar os comentários dos defensores dos animais!) resolve arrancar à dentada um friso do pára-choques. Como não dei conta e porque era já fim da tarde, arranquei sem olhar para trás. Hoje de manhã dou pela falta do bocado de plástico. Não que se seja grave. Só não precisava disto agora. Precisamente na altura em que estou a tentar vender a carrinha.

Cenas!

Ri-te agora!


domingo, 23 de novembro de 2014

Sweet dreams


(eu sei que não era este o video que querias, mas o outro, o tal é um segredo secreto!)

Fim de semana no fim

Amanhã é dia de voltar à rotina. De vestir o fato e ir trabalhar.
Amanhã é dia vinte e quatro. E só ficam a faltar quatro semanas para descansar.
Amanhã começo a contar. Os dias que faltam para te abraçar.
Amanhã é segunda-feira. E só ficam a faltar três dias.
Amanhã tenho o dia cheio. De sono.

Boa noite.

Não sou de intrigas, mas...

Esta história do Socas cheira mal. Vá, na verdade, o próprio Socas cheira mal...
Desde os tempos da "licenciatura", do Freeport, da casa em Lisboa, da casa e da reforma milionária da mãe do Socas.

A história da detenção para interrogatório do Socas é só mais um capítulo fedorento, de tão oportuno que é. Será que alguém ainda se lembra dos "vistos dourados"?!

Pois. O espaço mediático dos vistos dourados e a carrada de detenções, suspensões de funções, demissões de secretários de ministérios e até de ministros fez Puff! como o chocapic. Já nem se ouve falar do assunto. Agora a onde é o Socas e lá estão as televisões a cavalgar a onda. A esmifrar toda e qualquer gota de leite da vaca.

Da justiça, nem palavra. A senhora é cega e agora também surda-muda. Ninguém lhe arranja um RSI?!

You are my sweetest downfall


ao teu lado

Sim, agora também escrevo ao teu lado.
Sabe bem, sabes?

Poder ter o privilégio de poder estar a escrever e a sentir o calor do teu corpo ao mesmo tempo. É reconfortante saber que existes, mesmo aqui ao lado. Que posso sentir-te respirar pelo movimento da roupa da cama. E que os teus pés de entrelaçam nos meus. Que estás ao alcance do meu braço, que te posso envolver o corpo num abraço perfeito e ficar nele até ser manhã outra vez.

Quando dormimos, vamos fazendo uma estranha coreografia que acontece quando um de nós se mexe e o outro acompanha, verificando se tudo está bem, com a procura do outro: mão, ombro ou um beijo rápido que dura apenas o tempo que demoramos a adormecer novamente. Apenas sabendo que tudo está bem porque estás aí a tomar conta de mim.

Boa noite Lobita.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Alguém me explica?...

Estou numa casa sem tv cabo e portanto, estou condenado à estupidificação de cada vez que ligo a televisão. É verdade que cada vez vejo menos televisão e cada vez menos sinto a falta. Na escola, existe um aparelho de tv na sala dos professores que, para mal dos meus pecados está sempre ligado. Ora, durante a manhã e a tarde, mesmo que não queira acabo por ser forçado a ouvir alguns dos programas que por lá passam. Acho uma vergonha. Todos eles. Com a excepção da RTP2 que tem uma programação infantil durante uma boa parte do dia (poucos serão os miúdos que assistirão aos bonecos, mas...) todos os outros canais têm os mesmo programas, com os mesmos tipos de convidados, temas, apresentadores e público.

Ao ver um desses programas apercebo-me que os estúdios de televisão são hoje grandes centro de dia para cuidados paliativos geriátricos. De má qualidade. Lamentável que entre estórias de vida e casos reais em que se explora a miséria humana, a pobreza de espírito de uns e a falta de sorte de outros, se façam apelos à participação em pseudosorteios (não serão antes azareios?!) através de linhas telefónicas de valor acrescentado para atribuir supostos prémios em cartão de valor X, Y ou Z. É isto que hoje temos na televisão. Um dos meios de comunicação mais poderosos e influentes, limita-se a receber cidadãos séniores e aos outros que não consegue albergar saca-lhes o dinheiro da reforma por meio de expedientes pouco claros.

Para ajudar a compor o cenário, aos fins-de-semana é mais ou menos a mesma coisa, mas em vez de velhotes e de estúdios, temos palcos e cenários de mau gosto, por onde passam artistas ditos populares (eu não os conheço!) acompanhados por aspirantes a bailarinas que a única coisa que fazem é mostrar grandes percentagens de corpo roliço, que vão agitando ao som de algo vagamente parecido com música. Nos intervalos das atuações lá aparecem os mesmos palermas a apelar ao povinho que ligue para o número que eles vomitam cinquenta vezes por minuto.

O que aconteceu à televisão? Não há uma série, um filme ou até um programa de entretenimento que não imbecilize ainda mais este nosso povo? Estamos a viver uma ditadura de reality shows, novelas e noticiários em tom português suave. Discute-se mais os penteados dos jogadores de futebol, do que as razães pelas quais o Ricardo Salgado não está preso. Fala-se mais da Casa dos Segredos do que do Orçamento de Estado. Glorifica-se o putativo futuro candidato a Primeiro Ministro sem se lhe conhecer uma ideia concreta para o país.

O que dizer de um país que teve (tem?) um Governo que manda terminar um programa cultural como foi o caso do Acontece, na RTP2 e que em troca tem agora um canal que durante 24 h por dia, sete dias por semana se dedica a dar visibilidade às "estrelas (de)cadentes" que estão na Casa dos Segredos? São estes os modelos que queremos para as nossas crianças e jovens? Quantos são os pais que vêm estes programas com os filhos e se dão ao trabalho de explicar aos garotos que aquilo que ali se passa, para além de errado, é criado e provocado por uma produção que muitas vezes parece tão acéfala e ignorante como os concorrentes que escolheu?

Enquanto estivermos neste ambiente degradado e degradante com a cumplicidade de todos e com a ajuda preciosa dos meios de comunicação social que temos, não estou a ver grandes saídas para o país.

Voz e guitarra

Voltei a tocar viola (ou como agora se diz, guitarra, que é mais fino).

É incrível como depois de ter estado algum tempo sem tocar, consigo, ainda assim me recordar de algumas músicas completas, com letra e tudo e ainda que com a voz completamente destreinada, as consigo ainda cantar. Este post não é um autoelogio.

É sobre ter arranjado disposição para voltar a pegar na viola e arrancar uns sons e tentar cantar umas coisas. Há uns anos, era o prato do dia. Não havia fim-de-semana que não o fizesse. E cantava bem e bem mais do que agora. Com e sem motivo, sozinho, acompanhado, em casa, no carro em viagem e até na escola me aconteceu dar por mim a trautear uma outra música.

Sinto saudades de cantar. O tempo que cantei na Universidade, num coro, foram fantásticos. A adrenalina do palco, o desconforto antes de se abrir a cortina, o arrepio na espinha e a pele de galinha que sentia quando, no final da música que estávamos a cantar, tínhamos a noção que tinha corrido bem, com todas as vozes dos quatro naipes perfeitamente combinadas, produzindo harmonia... Sensação fantástica da qual tenho algumas saudades. Consigo sentir quase a mesma coisa ouvindo, mas estar lá, dar a voz e sentir que se teve um bom desempenho é muito bom.

Lembro-me das aulas de preparação vocal no teatro da faculdade com uma cantora lírica que vinha de Lisboa de propósito para nos ensinar e ensaiar. Que prazer que era esforçarmo-nos e puxar pela voz para chegarmos lá, onde ela achava que nós eramos capazes de chegar e onde tantas vezes nos conseguiu levar. Não vos minto quando vos digo que saí de lá exausto, pálido e quase a tremer, porque ela puxava mesmo por nós. E era tão bom!

Hoje noto que a voz já não tem a flexibilidade que tinha. Também, quando não se pratica, a tendência é para haver um pior desempenho. Cada vez mais acredito que todo o nosso corpo precisa de treino para fazermos algo bem. Seja uma tarefa que exija preparação física ou intelectual. O nosso cérebro também necessita de exercício. A voz também. E este ano voltei a dor conta disso, quando no início do ano lectivo comecei a ter algumas dores de garganta e cansaço vocal por ter estado a falar duas ou três horas seguidas. Sinto falta de cantar.

Amanhã é o fim

Da semana.
Dos dias de trabalho.
Dos dias sem te ver sorrir, sem te poder abraçar, sem conseguir sentir o sabor dos teus lábios e o calor do teu abraço.
Porque não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe, amanhã é o fim da semana e a oportunidade de diluir um pouco as saudades provocadas pela tua ausência física. E eu, que já ando a ressacar, preciso de me colar a ti, de sentir o toque da tua pele, o gosto da tua boca, absorver o teu olhar e ouvir-te rir como só tu sabes rir: como se de uma menina pequenina e travessa se tratasse.

E isso é tão bom!

É já amanhã!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida

Hoje, numa conversa com o meu colega de casa, a propósito de um comentário que ele fez, lembrei-me desta passagem da música cantada pelo Caetano Veloso.

É muito assim.

Quando gostamos, tornamos o impossível, possível. Damos voltas, arranjamos tempo, disponibilidade e disposição. Encontramos uns trocados quando estamos sem guito e ficamos melhor dos sintomas dos achaques que nos afetam. Tudo para podermos estar com quem nos faz falta, preenche, completa e nos faz sentir especiais. A parte bonita disto tudo, é que fazemos tudo isso sem quase dar conta, como se não fosse nada de extraordinário ou que requeresse esforço. A mim parece-me muito isto.

Não sou nenhum especialista em relacionamentos. Já tive alguns, e todos terminaram. Umas vezes mais por minha responsabilidade, outras por mais responsabilidade da outra pessoa, mas sempre com responsabilidades partilhadas. A porção de responsabilidade que cada um teve é uma discussão estéril que não aproveita a ninguém. Não estou a branquear nada, nem a sacudir a água do capote. O sapo assume o que faz e o que não faz.

Mas dizia eu que não sou especialista em relacionamentos. Porém, permitam-me que diga isto: quando nos sentimos gostados e conseguimos fazer a outra pessoa sentir-se gostada, estamos claramente no bom caminho. Mesmo que vá ter um fim (e tem sempre!), mesmo que dure pouco (que seja vivido com intensidade!) ou que se chegue à conclusão que nos iludimos com uma parte do outro, e que tomamos essa porção de ilusão pelo seu todo.

Dar e receber, na mesma medida é a medida certa. Há quem diga que amar sem medida é - essa sim! - a medida certa do amor, e talvez tenham razão. Cá para mim, que sou um sapo no seu charco, digo que amar sem medida é a medida certa quando da outra parte existe igual atitude e comportamento. E quando assim, dar e receber na mesma medida, tal como escrevi há pouco, é a medida certa.

Porque quando alguém recebe demais, alguém deu demais, e bem entendido, deu-se demais e gastou recursos que lhe poderão vir a fazer falta. E isso não me parece nem justo, nem prudente.

boletim meteorológico

Quando não há assunto fala-se do tempo.

Pois seja!

O tempo está frio. E chuvoso. E também esteve nevoeiro.

E amanhã mais do mesmo!

É tudo!

Obrigado. Boa noite!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Food.inc

Tenho andado a mostrar aos meus alunos de nono ano o documentário Food.Inc que retrata a forma como são obtidos os alimentos que temos à nossa disposição nos supermercados. O documentário centra-se nos Estados Unidos da América, mas acaba por retratar um pouco o que vai acontecendo na Europa, embora (espero!) a uma escala menor.

A forma como os animais são tratados e criados com o único objetivo de os tornar maiores no menor espaço de tempo possível, sem atender aos mais elementares direitos dos animais, alimentados com rações à base de milho (cultura subsidiada pelo governo americano) em explorações agrícolas semelhantes a fábricas A forma como as multinacionais tratam os seus trabalhadores, aproveitando-se de situações de exclusão social, explorando-os com condições de trabalho perigosas para a sua saúde, com baixos salários, tirando vantagem da imigração ilegal e da necessidade de alguns, com a complacência e cumplicidade das autoridades.

Mais uma vez, este documentário tira a máscara ao país autoproclamado pátria da Liberdade, defensor dos fracos e oprimidos. Corrupção, ligações perigosamente suspeitas entre poder político e económico em que claramente se identificam dos dois lados da barricada, as mesmas caras, em tempos diferentes. Compadrio, promiscuidade, interesses ilegítimos que fazem crescer casos de contágio por E. coli bacter, salmonela, diabetes do tipo II e a noção clara de que o baixo custo que os alimentos processados que estas indústrias (agro)alimentares produzem, trazem uma factura escondida de muito grandes dimensões que os decisores escolhem não querer ver.

Companhias como a Monsanto que espalham a sua ditadura de medo e terror entre os agricultores, preocupados que estão apenas e só com o lucro...

Vejam o documentário. É extenso, mas na minha opinião vale muito a pena. Nem que seja para nos questionarmos sobre as nossas escolhas enquanto consumidores, e que diferença podemos fazer.

Aqui.


Resumo do dia

Acordar um pouco mais tarde que o habitual, que o horário hoje o permite. Trabalhar de manhã, vir almoçar a casa, voltar ao trabalho, sair por volta das 17h30, ir à oficina para que o sapo-mobile dê luz dos dois olhos e ir às compras, conforme planeado ontem.
Voltar para casa, fazer o jantar, comê-lo, passar os olhos pela tv e vir para o quarto que a sala é gelada e está um frio que não se pode cá por estas bandas.

Escrever as notícias do dia, trocar sms com a lobita e esperar que o sono venha.

De resto, não sei muito que dizer/fazer do dia de hoje.

Foi mais um dia a contar os dias que faltam para ir embora. Vai voltar a ser assim: passar a semana a desejar que o fim-de-semana seja já amanhã. E que quando finalmente chegue a sexta-feira às 17h20, querer que o tempo pare para poder viver. A 100%.

Um dia a pensar no que fazer. A pesar vantagens e desvantagens antes de tomar decisões. Que têm de ser tomadas com alguma brevidade (os meus alunos não sabiam o que esta palavra existia, nem o que queria dizer!).

Um dia que já passou e só faltam dois.

Está quase!
Estamos quase!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Férias precisam-se

Já passou o meio do primeiro período. Na verdade, já falta menos de um mês para terminarem as aulas por este ano (civil!), E que bem que sabe sentir que a primeira parte do ano (que é aquela que mais me custa) está quase no fim. Sei que o que falta ainda vai custar, mas também sei que dentro de cinco semanas estarei de interrupção letiva e que vou poder estar em Coimbra mais do que um dia seguido e ver a família. Não por muito tempo, que a lobita e o sapo vão apanhar ar depois do Natal e só voltam depois do Ano Novo, mas ainda assim, vai saber bem. Mesmo que isso implique andar para cima e para baixo umas poucas de vezes nesses dias. Mesmo assim!

Este ano não tem sido fácil e merecemos uma folga.
E sim! Já andamos a pensar nas férias de verão...

Amanhã

É dia de compras.
Tem de ser. Acabou-se a sopa que trouxe da Guarda e além disso é dia de carne. E talvez de arroz. Ando com vontade de arroz. De cenoura. Com batatas fritas de pacote, salada de tomate e cebola. Nada dessas coisas do demo.

É tempo de controlar os apetites e de dar descanso ao corpo, não vá o Diabo tecê-las.

Amanhã é dia de entrar um pouco mais tarde e sair mais cedo. Por isso, tenho de ir procurar um local, nesta terra perdida para lá do sol posto, onde se pode comprar comida.

Amanhã, se o tempo o permitir, é dia de ir dar uma volta pela vila e ver o que há, embora me queira parecer que só na quinta-feira o farei.

Amanhã, só ficam a faltar dois dias. Para te poder abraçar e dormir com a lapa colada a mim.

Frio

Tenho os pés gelados. Isto não me acontecia há uns anos. Raramente tinha os pés frios. Agora, ando com os pés frios amíúde. Não sei se é da idade, da temperatura ou de ter visto por mais do que dois segundos a casa dos segredos na tv que está na sala dos professores e que, invariavelmente, está naquele espécie de canal televisivo que é conhecido por tvi.

Não vou dissertar sobre a qualidade do canal, nem do programa referido. Não me posso dar ao luxo de gastar o meu precioso plafond de internet banda larga com isso.

Tenho os pés gelados. Não tarda vou escaldar os pés ou encher o saco de água quente(!)

Conseguem imaginar? O sapo no seu charco com os pés sobre um saco de água quente?

domingo, 16 de novembro de 2014

1! 2! 3!

E aqui vai. Começou! As teclas pressionadas pelos dedos vão originando o aparecimento de carateres no ecrã. O que vai resultar deste carregar quase aleatório é ainda imprevisível mas tem de resultar em algo que me alivie, me faça sentido, que faça sentir algo de bom e positivo.

Porque não tenho sido bom para mim. Nem para ti.
Demasiado negativo, pessimista. Queixo-me demais. Chateio-me demais. Enervo toda a gente demais. E já me começo a cansar de tanta gente à minha volta a pedir o mesmo: Calma! Porque de facto, me anda a faltar essa calma. Esse bem precioso (e escasso) difícil de encontrar, ao contrário da fúria e da raiva que tantas vezes me domina e me transformar em algo ainda pior e mais repugnante e feio do que este sapo verde que sou.

Raiva e fartura. Não me lembro de dizer tanta vez e durante um período de tempo tão longo que estou farto. E sim, acho que estou principalmente farto de mim. Este ano não tem sido fácil. E ainda não acabou. Também teve coisas boas, é verdade. Mas para já ainda não estou capaz de as valorizar face ao que de menos bom nos aconteceu.

Tal como disse de uma das últimas vezes que aqui escrevi, o caminho não tem sido fácil. Antes tortuoso e cheio de escolhos que já por algumas vezes nos fizeram ir ao chão e quase desistir. Mas ainda cá estamos. Com mais umas nódoas negras. Com mais algumas cicatrizes. Mas ainda firmes. Ainda determinados a dar a esta estranha união lobita-sapo mais uma hipótese. Mais uma chance de provar que afinal, não estamos pré-determinados a nada e que, de facto, podemos ser bem sucedidos. Ou seja, felizes!

Pois. Isto não é um propósito firme de emenda. Nem um acto de contrição. Não é uma promessa, porque já não ouso prometer nada a ninguém (nem a mim!) nem uma declaração de (boas) intenções, que disso, segundo consta, está o inferno cheio.

É apenas o que é e nada mais além disso.
Agora disso, o que podemos fazer?...  As possibilidades são infinitas! E isso é que dá pica!



O novo charco do sapo

Não, não atualizei o design o blog.
Não, não tenho outro blog com este nome.

É só mais uma mudança de casa. Só mais uma. Este ano é a terceira. Sim, sou um sapo com grande rotatividade de charcos. Acho que sofro daquele mal "estou-bem-onde-não-estou-só-quero-ir-onde-não-vou." Ou então tenho uma profissão que não permite ficar muito tempo no mesmo poiso.

De há uns anos a esta parte, parece que a minha vida é andar com os tarecos às costas de charco em charco. Sim, eu sei, "conheces sítios novos" ou então "quebras a monotonia", mas cá para mim vai sendo tempo de parar um pouco. De criar algumas raízes. De ter um poiso mais certo.

Hoje estou a escrever do meu novo charco. A lobita não está comigo. Vai a caminho do seu outro covil. Mas há-de vir cá. Eu quero. E ela também.

Apesar de trabalhar aqui desde o início de Setembro, só agora concretizei a mudança -  o cansaço, os km e a despesa acumulada começou a fazer mossa em mim, no carro e na carteira. Assim, apesar de estar longe, não me vou cansar tanto, passo menos tempo na estrada, reduzo as despesas com deslocações e ganho tempo para trabalhar e para mim. É claro que perco outras coisas: o conforto do outro charco, o apoio da família da Lobita, as refeições quentes e a horas certas, a internet gratuita... Mas vai valer a pena.

Temos de fazer por isso.
Para que valha a pena.
Para que seja todos os dias um bocadinho melhor.

E vai ser!
Eu quero!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

3

Dizem que é a conta que Deus fez. Não sabia que Deus era dado à aritmética, mas parece-me bem. Afinal, porque não? Segundo dizem, já que criou tudo o que existe, porque não haveria de dominar a arte de somar, subtrair, multiplicar e dividir?

Três. Podem ser trinta e seis. Mas também podem ser mil e noventa e seis. Para os mais picuínhas, 26304. 1 578 240. 94694400.

Para mim, muito mais do que números, são momentos de felicidade (e cá vai outro número) a dois. Contigo. Porque contigo tudo tem outro sentido. Mesmo quando não faz sentido algum.

E no meio da falta de sentido, faz falta ter alguém que consegue fazer com que a vida tenha sentido. Alguém que nos faz falta. De quem se sente a falta. Mesmo quando está em nós.

O caminho tem sido tortuoso. 
Mas cheio de coisas bonitas e boas. 
E paisagens de cortar a respiração. 

Tu. Eu.
Nós. 
Este estranho animal que resulta de uma lobita e de um sapo.


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O caminho faz-se caminhando




É agora!
É hora!

Do ensino

A cada dia que passa, vou-me perguntando se vale a pena continuar a insistir nisto. Se vale a pena. Se tiro proveito de me levantar cedo, estar longe de casa, fazer km em barda, ter alunos que não se respeitam, que não me respeitam, que não sabem, não querem saber e não vêem sentido em estar horas (demasiadas!) dentro da escola.

Já aqui o disse e repito: os miúdos gostam da escola. Não gostam é daquelas coisas limitadas por toques de campaínha que se chamam "aulas". Isso é que aborrece. Se a escola não tivesse aulas era altamente! Se! Mas a escola tem aulas. TEMOS PENA!

Desaparecer. Deixar o ensino. Esquecer a escola. Perder a memória de todas as vezes que me insultaram, e à inteligência. Comentários, bocas, conversas paralelas, insultos, Uma falta de saber-estar que chega a ser constrangedor estar com criaturas destas na mesma sala. Estou cansado disto.

Estou cansado de ter ficar contente porque fiquei colocado.
Estou cansado de ter ficar contente porque fiquei colocado e com horário completo.
Estou cansado de ter ficar contente porque fiquei colocado e com horário completo a quase 300km de casa.
Estou cansado de ter ficar contente porque fiquei colocado e com horário completo a quase 300km de casa, fazer diariamente 180km, quatro vezes por semana.
Estou cansado de ter ficar contente porque fiquei colocado e com horário completo a quase 300km de casa, fazer diariamente 180km, quatro vezes por semana e ver a família e amigos uma vez a cada quinze dias (com sorte).

Estou cansado desta ditadura da felicidade e do contentamento, que nos obriga a ficar felizes e contentes, a sorrir e a agradecer de mãos unidas ao Crato o privilégio de ter trabalho. Porque ser professor em Portugal, hoje em dia deve ser um privilégio. Principalmente depois de 16 anos a trabalhar. 





Etapas

Na minha volta a Portugal, calhou-me mais um buraco.
E vão 17 escolas, em tantos outros anos de docência.

Cada dia que passa mais sinto que o ensino não é para mim. Entre turmas ditas "normais", "regulares" e as irregularidades de  CEF's, PCA's, PIEF's e Profissionais, inventaram o ano passado os Vocacionais.

A fina flor do entulho.

Cursos em que, e parafraseando um colega de um dos conselhos de turma, "eles fingem que aprendem e tu finges que ensinas!"

E quem não sabe fingir?

terça-feira, 3 de junho de 2014

Taliban Meireles ou António Variações revisited



Há gente com muito tempo livre.
E ainda bem! :D

Como?

Como é que fazes?
Como é que consegues dormir?
Como é que consegues olhar-te ao espelho todos os dias e não te esbofeteares selvaticamente?
Como é que consegues repousar essa cabecinha cheia de merda no travesseiro e dormir descansada?
Como é que consegues ser falsa, hipócrita e cínica e manter esse ar seráfico de quem está a trabalhar em prol do bem da humanidade?

Vai morrer longe!



(Ia chamar-te puta, mas essas ao menos vendem o que têm. Não andam a enganar os outros fazendo-se passar por vítimas quando são os maiores beneficiários de esquemas obscuros para desviar fundos que não te pertencem.)



segunda-feira, 2 de junho de 2014

Morena ;)


voltar

Com vontade de ficar por lá. Passear pelas ruas de mão dada, de máquina ao ombro a fazer bonecos do que apetece, com o vento a afagar a pele e o sol a queimar.

Passear por entre ruas antigas, feitas de pedra mais antiga ainda, pisada por tantos e tantas (tantas e tantas vezes) que as desgastam até ficar só pó. Só pode ficar pó depois de desgastada a pedra antiga que cobre as ruas por onde me perco.

Pó e a sombra projectada pelas casas e muros da cidade coada que foi a luz do sol. É bonito o teu brilho sob esta luz. A tua expressão doce, embalada pela candura amarelada do entardecer. O teu olhar cheio de amor. O teu abraço terno. O aconchego do teu abraço terno. A tepidez do teu corpo. A vontade de ficar.

O vento embala-nos para a partida. Corremos pela estrada na direcção oposta. Cada vez mais perto. Cada vez mais longe. Quase a chegar, com vontade de partir.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

O dia seguinte

É sempre um dia mais interessante.

Tem muito mais piada ouvir e ler as declarações, comentários, opiniões e "bitaites" no dia seguinte, do que em cima do acontecimento. Só porque nos dá tempo para reflectir um pouco.

Que a campanha foi uma vergonha, foi. Entre apelos ao voto contra o desGoverno, programas eleitorais com 80 promessas eleitorais para consumo interno quando o que está em causa é a Europa, o desnorte foi mais do que muito. Depois temos a abstenção recorde, que já se adivinhava.

Nunca achei que o PS conseguisse uma vitória esmagadora sobre a coligação. Afinal, com a excepção do D que está na sigla do PSD um e outro são feitos à imagem e semelhança. Dizerem-se de direita ou esquerda é uma questão de semântica. Da mesma forma que ser-se canhoto ou destro não é garantia de coisa nenhuma. Até poderão ter havido diferenças de fundo mas no fundo, agora não há diferenças.

Discursos de vitória?
É fantástica a capacidade que alguns têm de transformar derrotas em vitórias. Os únicos a poder cantar vitória na noite passada são Marinho Pinto (eleito pelo discurso populista e não pela súbita simpatia popular pelo MPT) e, apesar de tudo, a CDU. Tudo o mais é ficção provocada pelas mentes delirantes de boys dos respectivos aparelhos partidários.

Abstenção. Como resolvê-la? Não sei... Poderia ser útil ter partidos políticos e políticos que se dessem às pessoas, no sentido de as ouvirem e de irem ao encontro das necessidades das pessoas, sem perder de vista o cada vez mais necessário rumo para o país e para o seu colectivo.

Mudar o sistema de voto. Seria desejável mudar o sistema eleitoral, mas enquanto não se chega lá, mudar o sistema de voto já não era mau. Tecnologicamente, não deve ser nada de muito complicado. Uma base de dados, uma autenticação, acessível a partir de qualquer ponto do globo e resolve-se o problema das deslocações para poder exercer o direito de voto. Como querem que as pessoas votem, se não lhes dão ferramentas para isso?

Nos anos em que estive a trabalhar longe de casa, sempre tive o cuidado de programar as minhas idas de fim-de-semana de forma a coincidirem com as datas das eleições para poder ir votar. Mas isto sou eu que vivia sozinho e que tinha essa possibilidade. Mas nem toda a gente que está deslocada no país consegue fazê-lo, seja por motivos familiares ou profissionais. Seria muito fácil fazê-lo por via eletrónica. O que gastaria na implementação do sistema seria compensado pelas valores que não seriam pagos a quem está nas secções de voto e pelo dia de "folga" que deixaria de existir e ser gozado por quem tem essa tarefa. Já para não falar nos critérios que estão na base de escolha das pessoas que estão nas mesas de voto...



segunda-feira, 19 de maio de 2014

missing some?


son(h)os

Uma noite de sono profundo.

Daquelas noites que nos proporcionam um sono inteiro, repousado e retemperador, daqueles sonos em que parece que mergulhamos em nós e na nossa  consciência e conseguimos começar a esboçar mais futuro para nós mesmos, fazendo as pazes com o passado e o presente.

Uma noite de sono em que envoltos em sonho, encontramos o trilho que perdemos algures lá atrás. Em que fica mais claro o desenho do que queremos ser, fazer, viver e experimentar. Esse mergulho no rio da consciência que ajuda tudo a ficar mais claro. A água da corrente leva o que está a mais e refresca o que é essencial e fundamental para a nossa vida.

Um sono regenerador capaz de dar sentido definido à vida em vez deste chove-mas-não-molha, do quase que podia ser mas não foi, não é e que dificilmente será. Capaz de nos orientar num sentido e tudo fazer para que nesse sentido, tudo se una e seja uno.

O sapo sente que está a precisar de um sono destes.

Daqueles em que se acorda novo e retemperado, cheio de energia e de propósitos, de desafios para vencer e para os quais há vontade de fazer seja o que for. O sapo precisa de dar um salto. Sente-se cada vez menos sapo e mais lagarta. Arrasta-se e não salta. E toda a gente sabe que a natureza do sapo é saltar.

Nem que seja em sonhos.
Nascidos em sonos profundos.

Sai a que horas?



lições para a vida

Um ano.
Um ano para aprender:

- que não há almoços grátis.
- que não se pode confiar em muita gente.
- que as pessoas te mentem enquanto te olham nos olhos e te sorriem.
- que a amizade e os valores cristãos estão sobrevalorizados.
- que fui (e continuo a ser) usado.
- que há gente boa a ser permanentemente desvalorizada.
- que viver à custa do dinheiro dos trabalhadores mantém empresas abertas e as chefias com boas regalias.
- que, (como eu já sabia) até com os erros se aprende.
- que não me adapto a esta realidade.
- que isto não é para mim.
- que me tenho de lembrar de tanto do que agora escrevi.


como é?

Quando tudo parece correr torto; quando as coisas não são o que se esperava; quando se está a fazer esforços para continuar, como é que se continua em frente?

Quando o desnorte se apodera da gente; quando não se sabe o que fazer (mas se vai fazendo alguma coisa) como é que se arranja vontade de ir levando a vida adiante?

Quando se sabe o que se tem de mudar e se está a procurar a melhor forma de o fazer, mas tudo parece continuar como sempre esteve, como é se encara o futuro com optimismo?

Quando se tenta ir fazendo alguma coisa que vai no sentido do que se falou e se encontram obstáculos que vão no sentido oposto das decisões tomadas, como é que faz?

Como é que mantém o registo calmo e tranquilo quando tudo parece ferver e já é difícil respirar?
Como é que se ajuda e se é ajudado?
Como é? 


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A vontade

É a de ir.
É a de desaparecer.
É a de pegar em meia dúzia de coisas e fazer caminho.
É a de ir sem destino, sem hora marcada, sem horário, sem trajecto definido.
É a de ver com os meus olhos e construir mais da minha verdade; abalar as minhas certezas; abrandar ideias feitas e experimentar outras ideias. Mais coloridas, mais musicais, mais vibrantes e refulgentes de vida.

É a de viver.
É a de fazer caminho. E só se faz caminho andando.
E eu não quero agora, aqui ficar parado.

Ir.
Para todo o lado. Por todo o lado.

FIM (perto do)

Nova baixa.
Mais uma a juntar ao rol dos que já se foram.

Pelo meio, já houve quem eu segurasse e houve quem me segurasse. Penso que me tenho aguentado. Penso que não me aguentarei muito mais. Penso e penso e penso e não consigo encontrar motivos para me manter lá.

Trabalhar e não receber é mau.
Trabalhar, não receber e ser completamente desconsiderado e desrespeitado está a fazer-me mal. E isso vê-se na forma como me sinto, me trato e trato os que me estão mais próximos e não. Não quero mais isto para mim.

O tempo de serviço dá jeito? Sim, Sem dúvida.
O ordenado, ainda que fora de tempo, também dá muito jeito.

O respeito pelos outros, a decência e o reconhecimento são fundamentais. Principalmente quando o resto falha.

Não gosto de pessoas que são tão manipuladoras que me conseguem fazer sentir mal por receber o ordenado com dois meses de atraso. Como se estivessem a ser generosas e magnânimas por me pagarem o que me devem com atraso. E ainda assim fazem questão de assinalar que me vão pagar. Como se fosse um favor que me fazem. Como se tivesse de ficar agradecido por se terem lembrado de mim, um mero trabalhador.