domingo, 30 de novembro de 2014

Boa noite!


Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo.
Mark Twain

Deixas de ser pacifista e adepto da não violência

quando um aluno, dirigindo-se a um colega que está a passar junto da diretora de turma de ambos lhe diz: "Dá-lhe um apalpão" e depois se ri alarvemente como se de um herói se tratasse.

O Natal está em toda a parte

O espírito de Natal tirou bilhete e foi substituído por um outro espírito que de natal não tem nada, a não ser a época do ano em que ocorre. Os centros comercias, as lojas e as ruas começam a exibir decorações de Natal. A música de algumas lojas são compilações das mesmas canções estafadas de ano após ano rodarem nas playlists e sistemas de som dos centros comerciais. O Pai Natal (quem?!) chega aos centros comerciais, à baixa, à loja X e Z a toda a hora e instante. Há parques infantis com casas coloridas cobertas de neve (tão típica do nosso país!) com gnomos de ar cansado e sorriso triste que tomam conta dos Tomás, Afonsos, Matildes, Mafaldas e Guilhermes deste mundo que, como crianças bem educadas) lhes puxam os barretest e dão chutos nas canelas (só para saber de que cor serão as nódoas negras das pessoas com pernas verdes e vermelhas).

Os pais das pdc's andam atarefadíssimos a entrar e sair de lojas para comprar coisas que depois vão oferecer a outras pessoas, algumas das quais só estão na lista de Natal, porque "parece mal não dar nada". O stress das compras (e em particular, das compras de última hora) fazem perder a paciência a um santo e o que nelas é gasto daria para passar uns bons dias de férias com a família no verão ou ir para fora naquele fim-de-semana prolongado.

Não tarda, começam as televisões a anunciar a milionésima reposição do Sozinho em Casa. este ano, a parte 19 - Natal com as Duendes Marotas do Pai Natal.

Isto não é Natal. Ainda não é Natal
Natal é outra coisa.
Substancialmente diferente.

The End

Eis-me chegado ao charco para mais uma semana de trabalho. Já arrumei (quase) tudo, fiz a cama de lavado e pus a comida no frigorífico. Fui a casa. E soube bem, apesar de ter passado muito tempo no entra e sai de lojas, que teceram uma conspiração chamada black friday. A ideia é ir gastar dinheiro em-algumas-coisas-que-se-necessitam-e-em-muitas-outras-que-não-são-assim-tão-imprescindíveis-como-isso-mas-já-que-estão-com-desconto-levo-também...

Foi um fim-de-semana com a lobita, claro. E foi bom.

A parte menos boa é quando se tem de arrumar a tralhar para vir embora para este charco, que sendo simpático e tudo, não é o meu charco. Muito menos o charco/toca do Sapo e da Lobita, como tínhamos o ano passado. E é triste ter de se estar longe de quem nos faz nós por causa do trabalho.

Assim sendo, estou disponível para acolher propostas de trabalho honesto, remunerado de forma justa. A partir de... Agora!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Preciso de uma agenda nova

E não tem nada a ver com o facto de estarmos praticamente no último mês do ano. Está mais relacionado com o facto de depois de ter escrito o último post, a lobita me ter dito que pretende fazer no próximo ano um trilho na Serra da Estrela, ir a Gredos, fazer a Senda del Oso e a Peña de Francia. Gosto disso!

Este fim-de-semana acho que vou comprar umas botas novas! e se calhar, começar a praticar nos tempos livres.
Tenho saudades de caminhar, de andar com um objectivo definido e fazer caminho! Apetece-me andar no mato! De mochila às costas e dormir em tenda, comer pouco, beber água e sentir as dores nos músculos e nos ossos do esforço físico.

Não se deixem enganar: não sou masoquista. Mas o prazer que retiro de um duche quente é incomparavelmente maior depois de dois ou três dias sem me lavar. Aprecio muito mais a maciez do colchão e o calor da cama depois de uma caminhada longa. Descubro novos sabores na comida, quando andei a sandes, água e fruta, carregada às costas e comida à pressa numa qualquer sombra ou num abrigo de beira do caminho. Até o vestir roupa lavada ganha um novo colorido.

Chegar a casa e tirar a mochila das costas, despir a roupa suja e suada, abrir a água quente e tomar um duche é indescritível. Deixar a água levar o cansaço dos dias e as dores do corpo. Se já experimentaram, sabem do que falo. Se ainda não experimentaram, não imaginam o que estão a perder!


Portugal

Hoje para me distrair um pouco, fui dar um passeio pelas redondezas. No regresso, vinha a revisitar os sítios que percorri e outros que conheci há mais tempo.
O nosso país é fantástico. Temos uma diversidade de paisagens brutal, todas extraordinárias, que me fazem pensar porque motivo não nos conseguimos tornar mais competitivos economicamente. Não vou dissertar sobre o assunto. É uma pergunta retórica.

Hoje andei pelo vale do Douro e firmei um compromisso: Ou melhor dois! Não, não! Esperem! Três: subir o Douro de Barco. Descer o Douro de comboio e fazer o percurso da linha do Corgo a pé, tal como fizemos há uns anos, a Linha do Tua. Algo me diz que é espetacular percorrer os km daquela linha de comboio que está já desactivada.

Que tal?

ontem

...foi um dia de cão.
Muito trabalho, nenhuma diversão e de brinde, alunos mal educados que me tiraram a vontade de escrever. Quer dizer, não tiraram, mas achei melhor não postar nada ontem porque ia ser muito mais azedo que o costume.

Assim, contive-me, respirei fundo e fiquei aqui a remoer sozinho o sucedido. Por outro lado, ontem foi um dia produtivo. Fiz os testes de 8.º e 9.º, uma ficha de trabalho e ainda tratei das faltas (marcação e justificação) da minha direção de turma. Aproximam-se três semanas de terror: testes para corrigir, avaliação para fazer e reuniões e mais reuniões.

Vão ser três semanas sem parar, para depois parar durante duas semanas inteiras.
Vai valer a pena!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Trabalhar para aquecer

Propuseram-me ir com uns alunos a uma visita de estudo de uma manhã a uma localidade próxima. No meu dia sem componente lectiva. Para dar umas horas que ninguém me paga. Custa, no enquadramento actual, estar a dar horas que sei que de certeza não me vão ser pagas. Custa saber que trabalhamos tempo a mais, que vai muito além do nosso horário semanal de trabalho e que a paga que temos no final do ano é um chuto no rabo e que vamos passar mais um verão de incerteza sem saber se vamos ficar, onde vamos ficar e quantas horas. Custa sentir que o trabalho que fazemos não é recompensado, nem pelos colegas, pais e muito menos pelos alunos, e que nem no dia de receber o vencimento quase me dá uma coisinha má quando olho para a quantidade de dinheiro que o Estado me tira sem pedir licença. Mais de 30% do meu ordenado vai para pagar Segurança Social, IRS, taxas e sobretaxas.

De modo que um destes dia lá vou para a tal visita de estudo de uma manhã com uns alunos, trabalhar de graça, gastar tempo precioso para a preparação das reuniões de avaliação que começam logo na semana seguinte.

Toque de saída

Foi agora. Acabou de soar,
Agora começa a corrida mais louca do mundo para alunos, pais e professores. Todos com vontade de ir embora o mais depressa possível. Deixar para trás a escola. Esquecer o trabalho, os colegas. Apanhar o autocarro, pegar no carro, ir de boleia para casa de forma a poder chegar a casa e fazer aquilo que ainda vai dando algum gozo e permitindo aguentar melhor os dias: abrir o caderninho e riscar o dia no calendário do sindicato que está colado na contracapa.

Pegar nas coisas, terminar o post, publicar, fechar a mochila, desligar o pc e ir para "casa". Tretas!

à deriva

Às vezes sinto-me à deriva, meio perdido, sem saber se onde ponho os pés é suficientemente firme e seguro para me aguentar em pé.

Às vezes e só às vezes, apetece-me deixar ir o barco ao sabor da corrente. 

Só porque remar contra a corrente cansa, porque ter de estar sempre à espreita a verificar o tamanho das ondas, a direção e a força do vento, os barcos em sentido contrário, a verificar a corrente, as velas, pegar nos remos, evitar os escolhos e apaziguar as tentativas de motim da tripulação (sim que eu não sou fácil para ninguém, nem sequer para mim mesmo!) pode ser uma tarefa esgotante.

Esta etapa, não sei se a vou levar até ao fim. E o fim, não sei qual é. Vou fazendo as coisas que tenho para fazer, dentro das minhas limitações e vontade. Não me apetece fazer mais. Numa altura em que se fala tanto de motivação, não tenho motivação para fazer mais nem para fazer melhor. O meu público é o pior público do mundo. Não quer assistir ao espetáculo, nem fazer parte dele. E portanto, responsabilizam "o artista" como se fosse ele o responsável pela obrigatoriedade de assistirem ao espetáculo.

Cansa também estar tão longe de casa, longe da lobita, longe da família e dos amigos. Não me consigo habituar a isto. Provavelmente, não me quero habituar a isto, e por isso me custa tanto. É uma escolha consciente. Não consigo entender porque tenho de estar tão longe. Não é isto que quero para o resto da minha vida.

Eu sei que isto que estou a escrever, não é novidade para quem me lê. Não é a primeira vez, e não será certamente a última. Ando sempre à volta disto, nesta satisfação/insatisfação intermitente. Um bocadinho como o Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Duas faces da mesma moeda. Agora imaginem que ambas as faces da moeda têm um valor. Eu sei que está lá o valor, mas ainda não sei se o valor da face boa é superior ao  valor da face má.

E por isso, voltando ao início, sinto-me à deriva. E hoje o mar nem está agitado. É uma calmaria aborrecida que não me deixa sair daqui. Nunca mais passa...

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O que me apraz dizer sobre a prisão preventiva?

Nada.

Agora posso discorrer sobre outra coisa qualquer.
Por exemplo, sobre o cabrão do cão que ontem me arrancou uma parte do pára-choques da carrinha à dentada, Isto depois de eu ter parado na estrada para deixar passar um enorme rebanho de ovelhas e cabras que voltavam do pasto. Já depois de terem atravessado a estrada, o estúpido do cão, pôs-se a ladrar e a correr ao lado da roda da frente da carrinha. Como não o queria atropelar, parei e nessa altura o descerebrado do bicho ( já estou a imaginar os comentários dos defensores dos animais!) resolve arrancar à dentada um friso do pára-choques. Como não dei conta e porque era já fim da tarde, arranquei sem olhar para trás. Hoje de manhã dou pela falta do bocado de plástico. Não que se seja grave. Só não precisava disto agora. Precisamente na altura em que estou a tentar vender a carrinha.

Cenas!

Ri-te agora!


domingo, 23 de novembro de 2014

Sweet dreams


(eu sei que não era este o video que querias, mas o outro, o tal é um segredo secreto!)

Fim de semana no fim

Amanhã é dia de voltar à rotina. De vestir o fato e ir trabalhar.
Amanhã é dia vinte e quatro. E só ficam a faltar quatro semanas para descansar.
Amanhã começo a contar. Os dias que faltam para te abraçar.
Amanhã é segunda-feira. E só ficam a faltar três dias.
Amanhã tenho o dia cheio. De sono.

Boa noite.

Não sou de intrigas, mas...

Esta história do Socas cheira mal. Vá, na verdade, o próprio Socas cheira mal...
Desde os tempos da "licenciatura", do Freeport, da casa em Lisboa, da casa e da reforma milionária da mãe do Socas.

A história da detenção para interrogatório do Socas é só mais um capítulo fedorento, de tão oportuno que é. Será que alguém ainda se lembra dos "vistos dourados"?!

Pois. O espaço mediático dos vistos dourados e a carrada de detenções, suspensões de funções, demissões de secretários de ministérios e até de ministros fez Puff! como o chocapic. Já nem se ouve falar do assunto. Agora a onde é o Socas e lá estão as televisões a cavalgar a onda. A esmifrar toda e qualquer gota de leite da vaca.

Da justiça, nem palavra. A senhora é cega e agora também surda-muda. Ninguém lhe arranja um RSI?!

You are my sweetest downfall


ao teu lado

Sim, agora também escrevo ao teu lado.
Sabe bem, sabes?

Poder ter o privilégio de poder estar a escrever e a sentir o calor do teu corpo ao mesmo tempo. É reconfortante saber que existes, mesmo aqui ao lado. Que posso sentir-te respirar pelo movimento da roupa da cama. E que os teus pés de entrelaçam nos meus. Que estás ao alcance do meu braço, que te posso envolver o corpo num abraço perfeito e ficar nele até ser manhã outra vez.

Quando dormimos, vamos fazendo uma estranha coreografia que acontece quando um de nós se mexe e o outro acompanha, verificando se tudo está bem, com a procura do outro: mão, ombro ou um beijo rápido que dura apenas o tempo que demoramos a adormecer novamente. Apenas sabendo que tudo está bem porque estás aí a tomar conta de mim.

Boa noite Lobita.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Alguém me explica?...

Estou numa casa sem tv cabo e portanto, estou condenado à estupidificação de cada vez que ligo a televisão. É verdade que cada vez vejo menos televisão e cada vez menos sinto a falta. Na escola, existe um aparelho de tv na sala dos professores que, para mal dos meus pecados está sempre ligado. Ora, durante a manhã e a tarde, mesmo que não queira acabo por ser forçado a ouvir alguns dos programas que por lá passam. Acho uma vergonha. Todos eles. Com a excepção da RTP2 que tem uma programação infantil durante uma boa parte do dia (poucos serão os miúdos que assistirão aos bonecos, mas...) todos os outros canais têm os mesmo programas, com os mesmos tipos de convidados, temas, apresentadores e público.

Ao ver um desses programas apercebo-me que os estúdios de televisão são hoje grandes centro de dia para cuidados paliativos geriátricos. De má qualidade. Lamentável que entre estórias de vida e casos reais em que se explora a miséria humana, a pobreza de espírito de uns e a falta de sorte de outros, se façam apelos à participação em pseudosorteios (não serão antes azareios?!) através de linhas telefónicas de valor acrescentado para atribuir supostos prémios em cartão de valor X, Y ou Z. É isto que hoje temos na televisão. Um dos meios de comunicação mais poderosos e influentes, limita-se a receber cidadãos séniores e aos outros que não consegue albergar saca-lhes o dinheiro da reforma por meio de expedientes pouco claros.

Para ajudar a compor o cenário, aos fins-de-semana é mais ou menos a mesma coisa, mas em vez de velhotes e de estúdios, temos palcos e cenários de mau gosto, por onde passam artistas ditos populares (eu não os conheço!) acompanhados por aspirantes a bailarinas que a única coisa que fazem é mostrar grandes percentagens de corpo roliço, que vão agitando ao som de algo vagamente parecido com música. Nos intervalos das atuações lá aparecem os mesmos palermas a apelar ao povinho que ligue para o número que eles vomitam cinquenta vezes por minuto.

O que aconteceu à televisão? Não há uma série, um filme ou até um programa de entretenimento que não imbecilize ainda mais este nosso povo? Estamos a viver uma ditadura de reality shows, novelas e noticiários em tom português suave. Discute-se mais os penteados dos jogadores de futebol, do que as razães pelas quais o Ricardo Salgado não está preso. Fala-se mais da Casa dos Segredos do que do Orçamento de Estado. Glorifica-se o putativo futuro candidato a Primeiro Ministro sem se lhe conhecer uma ideia concreta para o país.

O que dizer de um país que teve (tem?) um Governo que manda terminar um programa cultural como foi o caso do Acontece, na RTP2 e que em troca tem agora um canal que durante 24 h por dia, sete dias por semana se dedica a dar visibilidade às "estrelas (de)cadentes" que estão na Casa dos Segredos? São estes os modelos que queremos para as nossas crianças e jovens? Quantos são os pais que vêm estes programas com os filhos e se dão ao trabalho de explicar aos garotos que aquilo que ali se passa, para além de errado, é criado e provocado por uma produção que muitas vezes parece tão acéfala e ignorante como os concorrentes que escolheu?

Enquanto estivermos neste ambiente degradado e degradante com a cumplicidade de todos e com a ajuda preciosa dos meios de comunicação social que temos, não estou a ver grandes saídas para o país.

Voz e guitarra

Voltei a tocar viola (ou como agora se diz, guitarra, que é mais fino).

É incrível como depois de ter estado algum tempo sem tocar, consigo, ainda assim me recordar de algumas músicas completas, com letra e tudo e ainda que com a voz completamente destreinada, as consigo ainda cantar. Este post não é um autoelogio.

É sobre ter arranjado disposição para voltar a pegar na viola e arrancar uns sons e tentar cantar umas coisas. Há uns anos, era o prato do dia. Não havia fim-de-semana que não o fizesse. E cantava bem e bem mais do que agora. Com e sem motivo, sozinho, acompanhado, em casa, no carro em viagem e até na escola me aconteceu dar por mim a trautear uma outra música.

Sinto saudades de cantar. O tempo que cantei na Universidade, num coro, foram fantásticos. A adrenalina do palco, o desconforto antes de se abrir a cortina, o arrepio na espinha e a pele de galinha que sentia quando, no final da música que estávamos a cantar, tínhamos a noção que tinha corrido bem, com todas as vozes dos quatro naipes perfeitamente combinadas, produzindo harmonia... Sensação fantástica da qual tenho algumas saudades. Consigo sentir quase a mesma coisa ouvindo, mas estar lá, dar a voz e sentir que se teve um bom desempenho é muito bom.

Lembro-me das aulas de preparação vocal no teatro da faculdade com uma cantora lírica que vinha de Lisboa de propósito para nos ensinar e ensaiar. Que prazer que era esforçarmo-nos e puxar pela voz para chegarmos lá, onde ela achava que nós eramos capazes de chegar e onde tantas vezes nos conseguiu levar. Não vos minto quando vos digo que saí de lá exausto, pálido e quase a tremer, porque ela puxava mesmo por nós. E era tão bom!

Hoje noto que a voz já não tem a flexibilidade que tinha. Também, quando não se pratica, a tendência é para haver um pior desempenho. Cada vez mais acredito que todo o nosso corpo precisa de treino para fazermos algo bem. Seja uma tarefa que exija preparação física ou intelectual. O nosso cérebro também necessita de exercício. A voz também. E este ano voltei a dor conta disso, quando no início do ano lectivo comecei a ter algumas dores de garganta e cansaço vocal por ter estado a falar duas ou três horas seguidas. Sinto falta de cantar.

Amanhã é o fim

Da semana.
Dos dias de trabalho.
Dos dias sem te ver sorrir, sem te poder abraçar, sem conseguir sentir o sabor dos teus lábios e o calor do teu abraço.
Porque não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe, amanhã é o fim da semana e a oportunidade de diluir um pouco as saudades provocadas pela tua ausência física. E eu, que já ando a ressacar, preciso de me colar a ti, de sentir o toque da tua pele, o gosto da tua boca, absorver o teu olhar e ouvir-te rir como só tu sabes rir: como se de uma menina pequenina e travessa se tratasse.

E isso é tão bom!

É já amanhã!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida

Hoje, numa conversa com o meu colega de casa, a propósito de um comentário que ele fez, lembrei-me desta passagem da música cantada pelo Caetano Veloso.

É muito assim.

Quando gostamos, tornamos o impossível, possível. Damos voltas, arranjamos tempo, disponibilidade e disposição. Encontramos uns trocados quando estamos sem guito e ficamos melhor dos sintomas dos achaques que nos afetam. Tudo para podermos estar com quem nos faz falta, preenche, completa e nos faz sentir especiais. A parte bonita disto tudo, é que fazemos tudo isso sem quase dar conta, como se não fosse nada de extraordinário ou que requeresse esforço. A mim parece-me muito isto.

Não sou nenhum especialista em relacionamentos. Já tive alguns, e todos terminaram. Umas vezes mais por minha responsabilidade, outras por mais responsabilidade da outra pessoa, mas sempre com responsabilidades partilhadas. A porção de responsabilidade que cada um teve é uma discussão estéril que não aproveita a ninguém. Não estou a branquear nada, nem a sacudir a água do capote. O sapo assume o que faz e o que não faz.

Mas dizia eu que não sou especialista em relacionamentos. Porém, permitam-me que diga isto: quando nos sentimos gostados e conseguimos fazer a outra pessoa sentir-se gostada, estamos claramente no bom caminho. Mesmo que vá ter um fim (e tem sempre!), mesmo que dure pouco (que seja vivido com intensidade!) ou que se chegue à conclusão que nos iludimos com uma parte do outro, e que tomamos essa porção de ilusão pelo seu todo.

Dar e receber, na mesma medida é a medida certa. Há quem diga que amar sem medida é - essa sim! - a medida certa do amor, e talvez tenham razão. Cá para mim, que sou um sapo no seu charco, digo que amar sem medida é a medida certa quando da outra parte existe igual atitude e comportamento. E quando assim, dar e receber na mesma medida, tal como escrevi há pouco, é a medida certa.

Porque quando alguém recebe demais, alguém deu demais, e bem entendido, deu-se demais e gastou recursos que lhe poderão vir a fazer falta. E isso não me parece nem justo, nem prudente.

boletim meteorológico

Quando não há assunto fala-se do tempo.

Pois seja!

O tempo está frio. E chuvoso. E também esteve nevoeiro.

E amanhã mais do mesmo!

É tudo!

Obrigado. Boa noite!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Food.inc

Tenho andado a mostrar aos meus alunos de nono ano o documentário Food.Inc que retrata a forma como são obtidos os alimentos que temos à nossa disposição nos supermercados. O documentário centra-se nos Estados Unidos da América, mas acaba por retratar um pouco o que vai acontecendo na Europa, embora (espero!) a uma escala menor.

A forma como os animais são tratados e criados com o único objetivo de os tornar maiores no menor espaço de tempo possível, sem atender aos mais elementares direitos dos animais, alimentados com rações à base de milho (cultura subsidiada pelo governo americano) em explorações agrícolas semelhantes a fábricas A forma como as multinacionais tratam os seus trabalhadores, aproveitando-se de situações de exclusão social, explorando-os com condições de trabalho perigosas para a sua saúde, com baixos salários, tirando vantagem da imigração ilegal e da necessidade de alguns, com a complacência e cumplicidade das autoridades.

Mais uma vez, este documentário tira a máscara ao país autoproclamado pátria da Liberdade, defensor dos fracos e oprimidos. Corrupção, ligações perigosamente suspeitas entre poder político e económico em que claramente se identificam dos dois lados da barricada, as mesmas caras, em tempos diferentes. Compadrio, promiscuidade, interesses ilegítimos que fazem crescer casos de contágio por E. coli bacter, salmonela, diabetes do tipo II e a noção clara de que o baixo custo que os alimentos processados que estas indústrias (agro)alimentares produzem, trazem uma factura escondida de muito grandes dimensões que os decisores escolhem não querer ver.

Companhias como a Monsanto que espalham a sua ditadura de medo e terror entre os agricultores, preocupados que estão apenas e só com o lucro...

Vejam o documentário. É extenso, mas na minha opinião vale muito a pena. Nem que seja para nos questionarmos sobre as nossas escolhas enquanto consumidores, e que diferença podemos fazer.

Aqui.


Resumo do dia

Acordar um pouco mais tarde que o habitual, que o horário hoje o permite. Trabalhar de manhã, vir almoçar a casa, voltar ao trabalho, sair por volta das 17h30, ir à oficina para que o sapo-mobile dê luz dos dois olhos e ir às compras, conforme planeado ontem.
Voltar para casa, fazer o jantar, comê-lo, passar os olhos pela tv e vir para o quarto que a sala é gelada e está um frio que não se pode cá por estas bandas.

Escrever as notícias do dia, trocar sms com a lobita e esperar que o sono venha.

De resto, não sei muito que dizer/fazer do dia de hoje.

Foi mais um dia a contar os dias que faltam para ir embora. Vai voltar a ser assim: passar a semana a desejar que o fim-de-semana seja já amanhã. E que quando finalmente chegue a sexta-feira às 17h20, querer que o tempo pare para poder viver. A 100%.

Um dia a pensar no que fazer. A pesar vantagens e desvantagens antes de tomar decisões. Que têm de ser tomadas com alguma brevidade (os meus alunos não sabiam o que esta palavra existia, nem o que queria dizer!).

Um dia que já passou e só faltam dois.

Está quase!
Estamos quase!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Férias precisam-se

Já passou o meio do primeiro período. Na verdade, já falta menos de um mês para terminarem as aulas por este ano (civil!), E que bem que sabe sentir que a primeira parte do ano (que é aquela que mais me custa) está quase no fim. Sei que o que falta ainda vai custar, mas também sei que dentro de cinco semanas estarei de interrupção letiva e que vou poder estar em Coimbra mais do que um dia seguido e ver a família. Não por muito tempo, que a lobita e o sapo vão apanhar ar depois do Natal e só voltam depois do Ano Novo, mas ainda assim, vai saber bem. Mesmo que isso implique andar para cima e para baixo umas poucas de vezes nesses dias. Mesmo assim!

Este ano não tem sido fácil e merecemos uma folga.
E sim! Já andamos a pensar nas férias de verão...

Amanhã

É dia de compras.
Tem de ser. Acabou-se a sopa que trouxe da Guarda e além disso é dia de carne. E talvez de arroz. Ando com vontade de arroz. De cenoura. Com batatas fritas de pacote, salada de tomate e cebola. Nada dessas coisas do demo.

É tempo de controlar os apetites e de dar descanso ao corpo, não vá o Diabo tecê-las.

Amanhã é dia de entrar um pouco mais tarde e sair mais cedo. Por isso, tenho de ir procurar um local, nesta terra perdida para lá do sol posto, onde se pode comprar comida.

Amanhã, se o tempo o permitir, é dia de ir dar uma volta pela vila e ver o que há, embora me queira parecer que só na quinta-feira o farei.

Amanhã, só ficam a faltar dois dias. Para te poder abraçar e dormir com a lapa colada a mim.

Frio

Tenho os pés gelados. Isto não me acontecia há uns anos. Raramente tinha os pés frios. Agora, ando com os pés frios amíúde. Não sei se é da idade, da temperatura ou de ter visto por mais do que dois segundos a casa dos segredos na tv que está na sala dos professores e que, invariavelmente, está naquele espécie de canal televisivo que é conhecido por tvi.

Não vou dissertar sobre a qualidade do canal, nem do programa referido. Não me posso dar ao luxo de gastar o meu precioso plafond de internet banda larga com isso.

Tenho os pés gelados. Não tarda vou escaldar os pés ou encher o saco de água quente(!)

Conseguem imaginar? O sapo no seu charco com os pés sobre um saco de água quente?

domingo, 16 de novembro de 2014

1! 2! 3!

E aqui vai. Começou! As teclas pressionadas pelos dedos vão originando o aparecimento de carateres no ecrã. O que vai resultar deste carregar quase aleatório é ainda imprevisível mas tem de resultar em algo que me alivie, me faça sentido, que faça sentir algo de bom e positivo.

Porque não tenho sido bom para mim. Nem para ti.
Demasiado negativo, pessimista. Queixo-me demais. Chateio-me demais. Enervo toda a gente demais. E já me começo a cansar de tanta gente à minha volta a pedir o mesmo: Calma! Porque de facto, me anda a faltar essa calma. Esse bem precioso (e escasso) difícil de encontrar, ao contrário da fúria e da raiva que tantas vezes me domina e me transformar em algo ainda pior e mais repugnante e feio do que este sapo verde que sou.

Raiva e fartura. Não me lembro de dizer tanta vez e durante um período de tempo tão longo que estou farto. E sim, acho que estou principalmente farto de mim. Este ano não tem sido fácil. E ainda não acabou. Também teve coisas boas, é verdade. Mas para já ainda não estou capaz de as valorizar face ao que de menos bom nos aconteceu.

Tal como disse de uma das últimas vezes que aqui escrevi, o caminho não tem sido fácil. Antes tortuoso e cheio de escolhos que já por algumas vezes nos fizeram ir ao chão e quase desistir. Mas ainda cá estamos. Com mais umas nódoas negras. Com mais algumas cicatrizes. Mas ainda firmes. Ainda determinados a dar a esta estranha união lobita-sapo mais uma hipótese. Mais uma chance de provar que afinal, não estamos pré-determinados a nada e que, de facto, podemos ser bem sucedidos. Ou seja, felizes!

Pois. Isto não é um propósito firme de emenda. Nem um acto de contrição. Não é uma promessa, porque já não ouso prometer nada a ninguém (nem a mim!) nem uma declaração de (boas) intenções, que disso, segundo consta, está o inferno cheio.

É apenas o que é e nada mais além disso.
Agora disso, o que podemos fazer?...  As possibilidades são infinitas! E isso é que dá pica!



O novo charco do sapo

Não, não atualizei o design o blog.
Não, não tenho outro blog com este nome.

É só mais uma mudança de casa. Só mais uma. Este ano é a terceira. Sim, sou um sapo com grande rotatividade de charcos. Acho que sofro daquele mal "estou-bem-onde-não-estou-só-quero-ir-onde-não-vou." Ou então tenho uma profissão que não permite ficar muito tempo no mesmo poiso.

De há uns anos a esta parte, parece que a minha vida é andar com os tarecos às costas de charco em charco. Sim, eu sei, "conheces sítios novos" ou então "quebras a monotonia", mas cá para mim vai sendo tempo de parar um pouco. De criar algumas raízes. De ter um poiso mais certo.

Hoje estou a escrever do meu novo charco. A lobita não está comigo. Vai a caminho do seu outro covil. Mas há-de vir cá. Eu quero. E ela também.

Apesar de trabalhar aqui desde o início de Setembro, só agora concretizei a mudança -  o cansaço, os km e a despesa acumulada começou a fazer mossa em mim, no carro e na carteira. Assim, apesar de estar longe, não me vou cansar tanto, passo menos tempo na estrada, reduzo as despesas com deslocações e ganho tempo para trabalhar e para mim. É claro que perco outras coisas: o conforto do outro charco, o apoio da família da Lobita, as refeições quentes e a horas certas, a internet gratuita... Mas vai valer a pena.

Temos de fazer por isso.
Para que valha a pena.
Para que seja todos os dias um bocadinho melhor.

E vai ser!
Eu quero!

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

3

Dizem que é a conta que Deus fez. Não sabia que Deus era dado à aritmética, mas parece-me bem. Afinal, porque não? Segundo dizem, já que criou tudo o que existe, porque não haveria de dominar a arte de somar, subtrair, multiplicar e dividir?

Três. Podem ser trinta e seis. Mas também podem ser mil e noventa e seis. Para os mais picuínhas, 26304. 1 578 240. 94694400.

Para mim, muito mais do que números, são momentos de felicidade (e cá vai outro número) a dois. Contigo. Porque contigo tudo tem outro sentido. Mesmo quando não faz sentido algum.

E no meio da falta de sentido, faz falta ter alguém que consegue fazer com que a vida tenha sentido. Alguém que nos faz falta. De quem se sente a falta. Mesmo quando está em nós.

O caminho tem sido tortuoso. 
Mas cheio de coisas bonitas e boas. 
E paisagens de cortar a respiração. 

Tu. Eu.
Nós. 
Este estranho animal que resulta de uma lobita e de um sapo.