quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Planos

É bom fazer planos!
Mesmo que seja para algo que só vai acontecer daqui a oito meses!
Fazer e concretizar contigo, os planos que fazemos juntos, os nossos planos, é fantástico, sabes?

Queres continuar a fazer planos para nós, comigo?

Fim de ano

Vão começar a surgir os balanços do ano.
Este ano não me apetece fazer balanço. Não contem comigo para isso. A parte interessante do balanço é o ir de um lado ao outro. Como num baloiço. Ir para a frente e esticar as pernas e no voltar encolhê-las para ganhar mais balanço.

É este tipo de balanço que quero. Aquele balanço que embala e ajuda a dormir descansado. Como quando viajamos de carro ou autocarro. E nos deixamos embalar e adormecer pela viagem.

Por vezes, dou por mim a pensar que a vida é tão mais simples quando se é criança. E que é tão mais fácil viver quando se é pouco consciente do que nos rodeia e das consequências que podem resultar dos nossos actos. Sim eu sei que é um pau de dois bicos. mas por vezes, trocava de boa vontade.

O ano está a chegar ao fim. Se correu bem? Estamos vivos. Sobrevivemos. Venha o próximo. Mais um calendário carregadinho de surpresas e desafios.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

o melhor do mundo são as crianças

O meu sobrinho tem quatro anos. E esteve cá em casa dois dias das férias da escolinha dele. É um miúdo engraçado, bem disposto. Brinca às escondidas, com os carrinhos, canta e dança ao som das músicas infantis, corre e pula.

Num desses dias virou-se para a avó e disse-lhe: "Nas próximas férias venho para cá. E vou pegar numa faca e corto-te toda. Mas não me corto a mim!"

Dr Jekyll e Mr Hyde?!

Natal

Este ano, não foi só o bacalhau a ficar de molho. Passei um Natal como nunca tinha passado antes: nas Urgências do hospital e desde que de lá vim, de cama. Durante o dia 24, a coisa ainda se foi aguentando. Durante a noite, foi um bocadinho pior. Não dormi nada, sempre a sonhar com o mesmo, febre e dores de garganta. Ontem de manhã lá fui ao hospital. Pois que é uma infecção aguda atípica. Portanto, antibiótico e ben-u-ron. E pronto! É isto.

Se o Natal correu bem? Pois correu. Sobrevivemos a mais um jantar de família sem que tenha havido danos de maior.

Agora é esperar que entre hoje e amanhã esta coisa se resolva para poder ir ter com a lobita que tenho saudades dela. Muitas.

Portanto, ainda que um pouco fora de tempo: Feliz Natal. E tudo, e tudo!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Música de Natal.

O David Fonseca tem uma tradição de gravar todos os anos por esta altura, uma versão sua de uma qualquer música desta época festiva de Natal. Este ano gravou uma versão de uma música de John Lennon chamada Happy Xmas (war is over). O video é este.


Há mais vídeos de outras músicas que ele gravou em anos anteriores.
Em 2011:

em 2009

em 2007



São só alguns. Eu gosto. Espero que gostem.

E já agora, um Bom Natal!

tem sido mais ou menos isto


Final do 1.º período


Terminou na 4.ª feira o primeiro momento de avaliação de alunos deste ano lectivo. Quer isto dizer, que pegando no dados obtidos pela observação das aulas, pelo registo dos trabalhos de casa, pelos registos da participação e do comportamento, pelos resultados obtidos nos testes de avaliação sumativa, pela postura, empenho, respeito pelo outro, pelas faltas de material e obviamente pelo comportamento, se fez a avaliação do que fizeram os alunos ao longo do primeiro período lectivo.

Este ano tenho seis turma, cerca de cento e quinze alunos. Já tive anos com mais turmas e mais alunos. Do que não tenho memória é de ter atribuido a tantos alunos num só período uma avaliação de nível um. Das seis turmas que tenho, apenas numa não atribui nível um a qualquer aluno.

Como é que se tem nível um? Ora bem, vejamos: não indo às aulas, com faltas injustificadas. Outra opção: ir às aulas, mas não realizar qualquer tarefa relacionada com a aula, nomeadamente, não passar nada do quadro, não fazer as actividades propostas, não participar na aula, não trazer livro e nos dias de teste, assinar o nome, escrever o número e a turma e esperar pacientemente pelo final da aula.

Certamente que haverá outras maneiras, mas estas são as mais comuns este ano lectivo. Tenho alunos que se dão ao desplante de entregar os testes em branco. E ainda se riem. E gabam-se junto dos colegas que não fizeram nada. Como se de um motivo de orgulho se tratasse. Alunos (eles e elas) para quem é totalmente indiferente ter oito, nove ou dez negativas. Até porque, segundo dizem, não se chumba no Natal nem na Páscoa.

Na aula de auto e heteroavaliação tenho por hábito, antes do preenchimento da ficha de autoavaliação de lhes transmitir a ideia que eles não estão a "pedir notas"; que devem autoavaliar-se não em função do que desejam mas em função do seu desempenho ao longo das aulas. Após o preenchimento das fichas de autoavaliação costumo falar com cada aluno, relativamente aos seus pontos fortes e menos fortes. Indicar possíveis sugestões sobre o que poderá ser feito por todos para melhorar o desempenho e consequentemente o resultado.

Tem sido frequente os alunos dizerem que nunca tinham feito uma auto e heteroavaliação desta forma. Tem sido frequente alunos ficarem surpreendidos com o que lhes digo no final de cada período relativamente à maneira como se comportam e agem nas aulas, a sua postura perante o estudo e o trabalho e a forma como se comportam perante os colegas e os professores.

A parte mais curiosa destas aulas é o silêncio que se gera na sala de aula porque todos querem saber o que tenho para lhes dizer. Não sobre a avaliação de Geografia. Sobre eles mesmos.

No fundo, parece-me que parte da solução dos problemas que os garotos apresentam na escola deriva da falta de orientação. Seja por parte dos pais, seja por parte de quem deles é responsável. Seja devido à influência (perniciosa?) dos meios de comunicação, com a televisão à cabeça, mas também à brutal quantidade de informação com que são (somos) bombardeados 24h por dia (e às vezes também à noite!).

Falta tempo e oportunidade para deixar os garotos crescer enquanto garotos.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Do fundo do poço

Cair num buraco, num poço não é agradável, nem simpático, nem bom, nem positivo. Mas também não tem de ser mau, uma desgraça, um descalabro. Volto a dizer que não é agradável. Não estou a fazer a defesa da situação, nem a tentar tornar confortável, algo que não o é. Claramente!

Chegar ao fundo do poço sendo algo, em si, pouco agradável tem pelo menos uma virtude: depois de se lá chegar só se pode subir. Até porque ficar no fundo do poço não é alternativa. Por mais que seja tentador ficar a observar o que nos rodeia, a água é fria e escura, não se passa lá nada.

E nós somos seres de luz e calor. É por isso que temos tendência para procurar a saída. A saída num poço, por mais distante que esteja, é fácil de identificar: é de lá que vem a luz, ainda que ténue do sol. Da lua e das estrelas. É por essa mesma abertura que nos podem lançar a corda ou a escada que nos permitirá mais facilmente, sair do poço.

Estar no fundo do poço, mergulhados na nossa pouca sorte, envolvidos nas situações que nos fizeram cair dentro dele, rodeados de paredes, incapazes de chegar à saída e sem ninguém para nos ajudar é complicado. Ter pessoas que nos atiram cordas, que nos pedem que a agarremos e deixarmo-nos ficar à espera de não se sabe bem o quê, é trágico.

Ter consciência de tudo isto e abandonarmo-nos a esta sorte é... nem sei bem o quê.

Boas novas natalícias

Hoje o sr. MEC anunciou à saída do Conselho de Ministros que foram aprovadas as regras e normas para o Concurso de Vinculação Extraordinária de Docentes. Candidatos? Mais de dez mil. Vagas seiscentas.

Palavras para quê?

Ah e boas festas... :/

Adeus desterro!

Ontem foi um dia bom!
Depois de ter as últimas reuniões de avaliação deixei o desterro.

Muitos pontos positivos!:
- terminou o primeiro período lectivo;
- durante duas semanas vou estar cá por cima;
- mais perto da família, dos amigos e da lobita;
- volto à minha zona de conforto;
- vou para casa.

Sempre achei que estar fora era algo de positivo. E é! Mas ainda assim, voltar ao nosso meio, ao sítio onde crescemos, onde temos as nossas raízes, onde estão aquelas pessoas que nos conhecem de sempre, com quem é mais fácil estar e ser porque não nos julgam, é sempre bom!


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Testes, avaliações e outras drogas

Drogas, no sentido de porcarias.
E sim, os testes e as avaliações são e vão ser uma porcaria.

Exemplos:
Numa turma de vinte e seis alunos tenho cinco positivas. Duas alunas entregaram o teste em branco. Numa outra turma, o mesmo filme: dezasseis alunos, dois testes em branco. Sou só eu que acho isto estranho? Dão-se ao trabalho de se levantar, de estar nas aulas, para isto? Isto está tudo ao contrário.

Ontem um colega decidiu sentir o pulso a uma das turmas de nono ano relativamente ao aproveitamento. Resultado: em dezasseis alunos, apenas um não terá níveis inferiores a três. A maioria dos alunos da turma terá avaliação negativa a pelo menos quatro disciplinas.

É perante isto que me surge uma pergunta: O que é que eu estou a fazer naquela escola, com aqueles alunos?

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Mês do consumismo (ainda mais) desenfreado

E pronto.
Entramos no último mês deste ano de 2012.
Ainda é cedo para pensar em balanços. Mais para o final do ano escreverei sobre isso.

Começa o mês em que se celebra o nascimento de Cristo e se comemora o Natal (não estou certo que sejam uma e a mesma coisa dado o circo que montam em torno deste acontecimento. Os centros comerciais estão cheios de enfeites, campanhas e promoções que uma parte cada vez mais crescente da população não vai conseguir adquirir. E provavelmente, também não precisa, porque não lhe faz falta.

A publicidade na televisão, nos jornais e revistas apela para os sentidos. Principalmente para o sentido de gastar o que se tem e o que não se devia gastar com coisas. sem nos fazer pensar na verdadeira necessidade de o fazermos.

Somos mais felizes por ter? Por exibir? Por mostrar que temos algo?
Somos mais felizes por isso? Por possuir bens materiais,  mais ou menos superflúos?

RIP

Faleceu.
O meu portátil entregou a alma ao criador. E assim deve estar a repousar no paraíso dos pc's portáteis com ecrã de 10,1".

Essa é parte da razão pela qual não tenho escrito. Não tenho onde. E mesmo agora, estou a arriscar, uma vez que me encontro no meu local de trabalho. E toda a gente sabe que não devemos consultar páginas pessoais no nosso local de trabalho, certo? ;)

Falta apenas levar o bicho a um amigo que é mais entendido nestas coisas de computadores do que eu para verificar para lá de qualquer dúvida que o pequenito morreu mesmo. Depois, é desmembrar o bicho e vendê-lo às peças. Para ajudar a financiar um novo. Ainda há menos de duas semanas lhe tinha substituido o ecrã e acrescentado RAM.

Paz à sua alma.

(Se alguém quiser contribuir, sinta-se à vontade para o fazer.)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Coisas estranhas que me inquietam o espírito

Se está frio, porque motivo tenho alunas que vêm para a escola de t-shirt a exibir o cabedal (sim, juro que é verdade) e depois trazem mantas polares nas quais se embrulham durante as aulas?


A estrada

Às vezes, dou por mim a pensar no que escrevo. É triste. Prefiro escrever sem pensar e deixar que sejam os dedos a deslizar sobre as teclas, enquanto fico a olhar para o ecrã e vejo as palavras surgir. Como se fosse magia. Como se fosse um outro eu a escrever aquilo que não sei como dizer. Que não sei pôr em palavras.

Este ano tenho muito tempo para pensar, principalmente quando estou em viagem. E tenho estado em viagem todos os fins-de-semana. Como a maior parte delas faço apenas com a minha companhia, às vezes noto que o pensamento desliza. Sem itinerário definido. Sem percurso escolhido. Umas vezes vai para perto, outras para mais longe. Umas vezes foca-se em pessoas, outras em coisas. Dou por mim a contar os traços da estrada. Ou os sinais de trânsito. Também já contei os candeeiros da iluminação pública. Ou os carros que se cruzam comigo. Ou nada.

Algumas vezes, dou por mim calado, rádio desligado, embalado pelos ruídos produzidos pelo carro: motor a trabalhar, pneus na estrada. Se estiver calor, o barulho do vento a assobiar nas janelas. Outro assobio: o das cigarras no Verão e a sombra das árvores projectada na estrada. Se chover, o vai-vem das escovas do pára-brisas. O cheiro da terra molhada. O impacto das gotas no carro. A água que se levanta da estrada quando cortada pelas rodas de um camião ou de um carro mais veloz. A condensação que se forma nos vidros que obriga a ligar a ventilação para desembaciar. Se for de dia, procuro ver a paisagem. Se for de noite, procuro primeiro a lua, depois as estrelas.

Cuidado com bichos que se atravessam na estrada!
Cuidado com os buracos!
Cuidado contigo que há quem te ame e prefira ter-te inteiro. Numa peça só.

E pronto, já estou  outra vez a pensar em ti. Porque, comece onde começar, invariavelmente mais cedo do que tarde, és tu que me livras da tarefa de contar postes ou traços ou carros. Que me salva da entediante tarefa de contar os quilómetros e de ver pela enésima vez a informação do computador de bordo. Que me tira do silêncio de vozes com um toque de telefone ou uma mensagem. Que me leva a empregar mais força na perna direita para que o tempo entre estar contigo seja menor. Que me faz pensar que temos de estar sempre preparados para o que a vida nos tem para oferecer. Se é bom ou mau, depois se verá. Nada de juízos precipitados.

Coisas por dizer

Desde que me lembro, que tenho o terrível defeito de dizer as coisas assim que me surgem na ideia. É verdade que agora em vez de dizer tudo o que penso, vou pensando mais no que digo. Mas ainda assim há momentos em que o ímpeto de deitar cá para fora o que me passa pela ideia é mais forte. Algumas vezes, ainda não acabei de falar e já estou a pensar que não o deveria ter dito.

É difícil ser eu. E não tenho a mais pequena dúvida que sou o meu pior inimigo. Que me desgasto com coisas de nada. Que me irrito com ninharias. Preocupo-me com coisas às quais a maior parte das pessoas não dá importância. Esse desgaste, irritação e preocupação não me acrescentam nada de bom. Antes pelo contrário. Apenas me fazem mal, porque me deixam inquieto, nervoso e às vezes até ansioso. Antes de pensarem "Olha! Aqui está mais um doidinho", deixem-me dizer que não. Li o livro "Como tornar-se um doente mal" do médico psiquiatra José Luis Pio Abreu, e à medida que ele vai viajando pelas doenças mentais, identificando os sintomas e os comportamentos, a verdade é que, apesar de aqui e ali encontrar semelhanças com aspectos do meu funcionamento, não é menos verdade que não consigo enquadrar-me dentro de nenhuma patologia. Provavelmente por estar ainda num estádio inicial da doença! :D

De modo, que sou apenas eu. 
Pouco comum, pouco normal (o que até acho que é uma coisa boa, dado o nível baixo que se tem de ter/ser para se enquadrar dentro dessa classificação de pessoas), pouco conformado. Com vontade que as coisas aconteçam JÁ!, pouco paciente (e sim, isso é um defeito!).


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Domingos de antigamente

Nos domingos de antigamente, acordava cedo. Por volta das nove da manhã. Porque a missa era às dez. E porque os escuteiros iam à missa das dez. Às vezes à do meio-dia. Mas a das dez é que era. A igreja ficava cheia e nós sentavamo-nos nas capelinhas laterais. Muitas brincadeiras, muitos risos e muitas palmadas dos Chefes que estavam connosco. Depois seguia-se a catequese. Isto foi assim durante muitos anos. Depois, acabou-se a catequese. E veio a segunda parte: ir ao café depois da missa era uma instituição. Íamos em grupo, a pé, ao café. Mas também nessa altura ia-se a pé para todo o lado. Voltávamos para casa por volta do meio-dia e meio, mais coisa menos coisa. Com coisas para contar. Outras para comentar. Outras para guardar dentro que não se podia contar a ninguém.

Este domingo fui à missa. Ou melhor, fui à segunda parte da missa. À saída da missa. Havia promessas de dirigente e duas jovens que foram minhas escuteiras nos exploradores e nos pioneiros, fizeram a sua investidura como dirigentes. Fui lá. Fui reencontrar pessoas que já não via há muito tempo. Algumas delas há demasiado tempo. Emocionei-me. O abraço de um amigo que está a passar por um momento pouco fácil. Os beijinhos de uma das novas dirigentes que verdadeiramente feliz me veio cumprimentar. O calor dos abraços de alguns amigos. A conversa (sempre) fácil e contínua com quem já não estava há mais de um ano. O ver nos olhos de alguns genuíno interesse por saberem de mim.

Sim, fiquei feliz. E sim, fiquei triste. Feliz porque me depois de tanto tempo "por fora" relembrei como é pertencer a algum lado, eu que agora não sinto que pertença a lugar algum. Triste por isso mesmo. Por me dar conta que não estou em lugar nenhum. Que não pertenço a sítio algum, a nenhum grupo, a nenhum meio.

As minhas raízes estão ali. Grande parte do que sou devo-o ao tempo que ali passei e às pessoas com quem o passei.
Parece-me muito longe no tempo. E na distância. E de mim mesmo. De quem eu era e do que sou.

Gostei de reviver os domingos de antigamente.
A repetir?

domingo, 18 de novembro de 2012

Ressuscitou!!!

O pc de onde vos escrevo teve duas tentativas de suicídio no ano lectivo passado. Em Novembro, o disco duro foi-se. Nessa altura, e graças a uma pessoa amiga, a coisa resolveu-se com rapidez, eficácia e sem custos. Em dois dias tinha o pc a funcionar outra vez.
Depois em Março, a coisa foi um bocadinho pior: a pasta da escola caiu de uma mesa com tanta perícia que aterrou a parte com que bateu primeiro no chão era justamente aquela onde estava o portátil.

Resultado? Quando abri o portátil e o liguei o ecrã estava partido, com algumas áreas mortas. Comecei a procurar uma solução na net. Encontrei sítios e anúncios onde vendiam o ecrã para substituir. Os preços é que não agradavam. Fui a sites nacionais e internacionais. Fui a lojas da especialidade. E andei desde Março até ontem com o ecrã escangalhado.

Em Setembro, ao falar com uma amiga ela diz-me que o marido tem conhecimentos na área e que vende umas coisas. Falei com ele e pedi-lhe que me encomendasse o ecrã e mais memória RAM, uma vez que o pc já é de 2008 e está um bocadinho lento. As coisas finalmente chegaram e na sexta-feira passada, fui buscar os componentes. Ontem, passei as primeiras horas do dia a desmontar e substituir o ecrã antigo pelo novo e mesmo sem nunca ter feito nada desse género, a verdade é que vos escrevo do pc com o ecrã colocado e a funcionar.

Não havendo fundos nem subsídio de natal não há possibilidade de trocar de pc, pelo que com a alteração da RAM e a substituição do ecrã, este computadorzinho tem de se manter ao serviço, pelo menos, mais um ano!

fds

Diferente. Em Coimbra.
Sem a lobita por perto que está num fim-de-semana familiar para os lado da capital.
Com a família. Vi os meus sobrinhos e estão ambos giros, crescidos e brincalhões. O maior tem umas tiradas engraçadas. Além disso, está numa fase em que não diz o -r e ainda sim o som do -s para ele vale -ch. Só ouvi-lo falar é uma delícia! A pequena já anda. Além disso só quer colo. E como estas duas crianças são netos únicos e sobrinhos únicos, os avós e os tios deste lado da família derretem-se com eles.

O dia de hoje passou-se entre andar pela net, tratar da roupa (lavar, secar e passar a ferro) apanhar um bocadinho de ar à tarde, estar com os miúdos e ir a casa de uns amigos. Amanhã não sei como será. Sei que depois de almoço, por volta das duas e meia vou iniciar a viagem de ida para baixo. E sim, é sempre a descer.

Amanhã é dia de regresso ao desterro. E, confesso! não me apetece nada. Mesmo nada.
De há uns tempos a esta parte, a ideia de tirar bilhete e ir afigura-se como a mais atraente e interessante. E embora sabendo que é um enorme risco, apetece-me ir. Meter as coisas na mochila, pô-la às costas e ir.

A ideia de tirar um ano sabático e ir dar uma volta, sem grandes planos, sem itinerário definido é, sem dúvida, muito apelativa. E louca.

Podemos ir?


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Para a lobita

Será demais pedir para estarmos juntos todos os dias?
Será demais querer que isso seja verdade?
Será demais desejar passar o máximo de tempo possível contigo, a fazermos o que tiver de ser feito, mas a desfrutarmos da companhia um do outro?

Provavelmente, dirão que estou mal habituado. Que o ter-te por perto me faz mal porque me cria alguma forma de dependência de ti. É claro que cria. É óbvio que sim. Afinal, estou apaixonado por ti. É a ti que eu quero ter por perto. E, se não for pedir demasiado, por muito tempo. Pronto, está bem! Para sempre! (embora ache que sempre é capaz de ser demasiado!!!)

Porque te sinto ausente e a ausência mói. E às vezes dói. E enquanto mói e às vezes dói, fico mais rabugento, mais implicativo, mais refilão, mais impaciente. Com mais vontade de mandar tudo às urtigas e ir ter contigo. Porque é contigo que as agruras da vida se tornam mais suaves. Que as tragédias ganham aspectos cómicos. Que nas tempestades surge uma aberta por onde espreita uma menina sorridente de ar travesso que me aquece o coração.

Será demais querer estar junto de quem se ama?

Só p'ra avisar!

Amanhã é sexta-feira!

devo estar a precisar de tomar qualquer coisinha

Esta semana já me esqueci de:
- um casaco;
- chaves da ex-casa;
- as chaves de casa dos meus pais;
- o carregador de isqueiro do telemóvel;
- dos lençóis em Coimbra;
- da chave de casa daqui do desterro (por duas vezes!)
- de tirar alguma coisa do congelador para fazer de jantar.

Será caso para me preocupar ou tal como alguns políticos da nossa praça que prometem uma coisa e não a concretizam, devo esperar que ninguém note nestes esquecimentos todos?

(Eu noto. E chateia-me!)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Facebook

Há coisas no facebook que são estranhas.
Outras questionáveis e outras ainda deploráveis.

Mas não é de nada disso que vou tratar. Vou apenas procurar que me ajudem a entender o porquê de haver tanta e tanta gente que faz questão de dizer que gosta das suas próprias publicações, fotografias, comentários, estados e demais locais onde seja possível clicar "gosto". É estranho, porque eu tenho o hábito de apenas publicar coisas de que gosto ou com as quais concordo. Ou seja, para mim, publicar algo já significa que gosto.

A pergunta que me assalta o espírito é trata-se de um reforço de ideia para os que possam estar distraídos ou é uma forma de onanismo virtual?

Sonho(s)

Quem sabe um dia?

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Greve

Amanhã é dia de Greve Geral.

Normalmente não faço greve. Normalmente vou trabalhar todos os dias, mesmo os de greve porque não acredito que as greves consigam mudar seja o que for na cabeça daqueles a quem a greve se destina: os governantes.

A minha greve é a greve de zelo. Aquela em que toda a gente vai para o seu local de trabalho para não fazer nada. O motorista do autocarro conduz o autocarro mas não cobra bilhetes, o polícia faz operações stop, mas não multa ninguém, o professor dá aulas mas não avalia os alunos. Penso que já perceberam a ideia.

A minha greve é a greve por tempo indeterminado. Aquela greve em que dure o tempo que for preciso, não há escola para ninguém até nos tratarem como pessoas, como seres humanos e nos respeitem. Como posso esperar que um miúdo me respeite se o meu país, os sucessivos Governos que me contratam todos os anos (e vão quinze!) me despede todos os anos (e vão igualmente quinze!) e nem se digna pagar a compensação de caducidade de contrato a que tenho direito por Lei? Como posso esperar ser considerado pela sociedade se essa mesma sociedade de algum tempo a esta parte vê como principal defeito do sistema educativo o professor?

Defendo uma greve por tempo indeterminado. Claro que para isso, os sindicatos de professores, que se dizem defensores dos direitos dos seus sócios, deveriam ter um fundo para ajudar a suportar o custo da greve dos professores que aderissem. Afinal, um por cento do vencimento todos os meses para os sindicatos, deveria servir para isso.

Amanhã faço greve. Vou perder um dia de salário. Muitos milhares de pessoas vão perder um dia de salário. Quero acreditar que o vão fazer para que possam continuar a ter salário nos muitos outros dias de trabalho que terão depois desta greve.

O rumo tem de mudar. Não podemos continuar a empobrecer desta forma. Não podemos continuar a trabalhar nestas condições. Há professores a menos. Há respostas educativas insuficientes. Há incapacidade das escolas resolverem todos os seus problemas. Há falta de participação dos pais e dos próprios alunos na escola. A escola tem de se centrar no seu papel essencial: ensinar. Eu sou professor, não sou psicólogo, nem assistente social, nem vigilante de crianças, nem bibliotecário, nem burocrata, nem profissional de saúde, nem pai, nem encarregado de educação, nem terapeuta ocupacional.

Pagam-me para ensinar. Para ser um facilitador de conhecimentos. Para espicaçar mentes, semear dúvidas, levantar questões, provocar pensamentos, gerar incerteza.

Amanhã faço greve, porque entre outros motivos, não tenho conseguido ter espaço para fazer nada disto. Porque em Janeiro me vão tirar ao vencimento cerca de 100 euros por mês. E eu estou a 320km de casa. Recebo pelo meu trabalho €1130 mensais. Não tenho ajudas de custo para alojamento (que pago mensalmente e sem recibo para IRS). Também não tenho ajudas de custo para deslocações. Não recebo €0,32 por quilómetro como os nossos deputados e o meu carro (com mais de cinco anos e que foi pago por mim) fez desde agosto de 2011 quarenta e seis mil quilómetros. A este ritmo, não durará mais dois anos.

Amanhã faço greve. E tu?

Ganhar calo

Tocar guitarra ou viola, implica ser capaz de coordenar movimentos diferentes entre a mão (ou os dedos) da mão que pisa as cordas para obter os tons e a mão que dedilha ou faz o ritmo.

Tocar guitarra ou viola é coisa que não tenho feito ultimamente. Ainda assim, trouxe comigo a viola onde aprendi a tocar (NOT!) e que está para lá de moribunda, mas da qual ainda se consegue arrancar algum som minimamente parecido com o de uma viola.

Quando cheguei a casa do "treino" e depois de pousar as coisas e me esticar em cima da cama, estive a ensaiar uns acordes para ver do que ainda me lembro. Lembro-me pouco. Preciso de praticar muito, para conseguir tocar alguma coisa vagamente parecido com música. Muito tempo parado tirou-me a agilidade manual para afagar as cordas. Noto que mais facilmente faço barulho do que consigo fazer música. Longe vão os tempos em que levava a viola para todo o lado: escola, acampamentos, saídas com amigos, praia, actividades de escuteiros, jantares de família/amigos/trabalho. Andava sempre na mala do carro. Mas sempre, mesmo. Daí o estar tão mal tratada, com o braço empenado e aqui e ali (lamento dizê-lo) partida. Um pouco rachada também. Porém continua com o mesmo cheiro. Da madeira envernizada. Embora o verniz já esteja estalado.

Tocar guitarra ou viola é algo que sempre quis fazer. Aos dezasseis anos resolvi aprender. Aprendi com um grupo de amigos através de um outro amigo que domina o instrumento como poucos. Andei em "aulas" semanais durante um ano. A primeira música que aprendi a tocar foi "O meu chapéu tem três bicos". Trocávamos músicas uns com os outros, tirávamos letras de músicas populares na altura, gravadas em cassetes, nuns gravadores manhosos e estávamos horas naquilo: play, pause, rewind, play, pause, rewind... Não havia internet nem sites de partilha de músicas. Nem de letras das músicas.

Foi-me útil, saber tocar. Acabei por entrar em grupos na universidade, toquei num rancho, numa tuna. Toquei e cantei na rua músicas de natal, janeiras, fogos de conselho, missas, promessas de escuteiros e em casamentos e baptizados. Juntei o gosto pelo canto ao de tocar um instrumento e houve alturas em que era a fazer ambas as coisas que me sentia bem. Cantar e tocar tornou-me mais alegre. E ao estar alegre as pessoas mais facilmente se sentam à minha volta. E cantar é o ponto de partida para a conversa. Grandes conversas tive e grandes amigos fiz ao som da viola.

Por isso, trouxe a viola comigo. Para sozinho, voltar a fazer algo que me faz sentir mais mal que bem, mais alegre que triste, me distrai das menoridades do dia-a-dia e me deixa mais alegre.

Depois disto, só preciso de ganhar calo nos dedos.

Puxar pelo físico

que da cabeça já não se tira grande coisa.

Hoje o meu colega de casa, que é professor de educação física desafiou-me para ir correr. Fiquei indeciso. Correr na escola, com os miúdos por lá, não me pareceu grande ideia, mas porque as dores de costas são muitas e porque não tenho feito actividade física nenhuma, resolvi ir. Fui. E por pouco não ficava lá. Comecei a correr com ele, mas ao fim de três voltas à pista (que tem apenas 160m) já sentia a pulsação acelerada, a cara afogueada, os bofes com vontade de conhecer o mundo cá fora e uma vontade enorme de não dar nem mais um passo. Porém como havia alunos meus a assistir a esta triste figura, aguentei estoicamente mais outras três voltas a correr. A esta altura, já todo eu era suor e cansaço. Resolvi andar. Dei mais umas três voltas.

O meu colega, para abrandar o ritmo (só se for o dele!) corria nas rectas e andava nas curvas. Diz que é para treinar a resistência.
Só se for a dele, que a minha já tinha acabado no final da segunda volta. Quando me senti menos tonto e capaz de pôr a língua para dentro, ainda o imitei: corria nas rectas e andava nas curvas. Deu para mais uma volta. Depois encostei às boxes. Com a desculpa dos alongamentos, sentei-me num banco a pensar na vida. Se é que se pode chamar "pensar na vida" ao acto de tentar ganhar fôlego, controlar  a respiração e fazer os possíveis para deixar de ouvir o coração nos ouvidos. Depois disso, ainda dei mais duas voltas a andar, uma a correr e recolhi ao pavilhão com a pouca dignidade que consegui conservar.

Resultado: estou mal. Muito mal, Vá. Cereja em cima do bolo, o meu colega disse-me que tinha estado hoje na aula de 5.º ano a fazer corrida e que houve miúdos a correrem mil metros em cinco minutos. Sim, estou envergonhado. Mas não vou desistir. Vou voltar a ir correr com ele (em sentido figurado, claro!).

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Cansaço

Noto-me mais cansado.
Principalmente porque ando menos paciente e mais implicativo (Ainda mais?! Como é possível?! pois eu também não sei.)
As viagens semanais começam a deixa a sua marca. No mínimo, entre sexta e segunda faço entre setecentos e mil quilómetros. Demasiadas horas a conduzir. Demasiadas horas sentado ao volante.
As costas estão a pagar essa factura. No duro. Mas eu preciso de ir. Não consigo ficar aqui e estar longe das pessoas que me dizem alguma coisa. Que me são importantes. As pessoas que contam.

Tenho de perder as manias e dispôr-me a a fazer 35km para ir à piscina. A natação teve um papel importante na diminuição das dores nas costas há uns anos. Está na altura de regressar. Antes natação que medicamentos.

O cansaço nota-se também na paciência, leia-se, na falta dela.
Ando mais calado, menos expansivo, menos brincalhão, menos animado. Por isso, trouxe a viola velha neste fim-de-semana. Para ir tocando qualquer coisa. Nem que seja só para fazer barulho. :) Barulho, às vezes é bom. Para agitar as coisas!

Esta semana vai ser mais curta. Na quarta-feira vou aderir à greve. Vou dormir um bocadinho mais. Aproveitar para pôr o trabalho em dia. E não vou à escola. Recuso-me ir lá. Assim, a semana vai passar mais rápido. E o fim-de-semana vai chegar mais depressa. Não vou estar com a lobita até domingo à noite ou segunda-feira, mas ela vem comigo passar a semana. E isso é bom. Muito bom!

Nunca mais é sexta-feira. Ainda falta muito?!

work in progress


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Do meio da ponte para a minha vida

Assim foi. Assim é. E ainda bem!

Porque há horas felizes, encontros casuais com pessoas especiais. Porque a vida acontece quando menos contamos, quando menos estamos à espera. Porque apareceste quando nada o faria prever. Porque não estava à procura. Apenas estava disponível. No local e na hora certa. E tu vieste. E mais importante do que isso, ficaste.

Desde então, tornamo-nos inseparáveis (ou quase!). Os dias e as noites são melhores quando estamos juntos. Quando me fazes rir ou me abraças. Ou te pões aos pulinhos e a rir como uma menina pequenina. Ou quando te aconchegas em mim e ficas.

Ainda ontem estivemos juntos e amanhã estaremos novamente. Porque é assim que tem de ser. Porque é assim que o coração manda que se faça.

Vieste para ficar.
Viemos para ficar.
Estamos para durar.
Amo-te!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Verdades irrefutáveis #6

A chuva chegou. Em grande! E, claramente está a tentar recuperar o tempo perdido. Se continuar a chover assim, vai-se a ver e, afinal, o ano 2012 não é o mais seco dos últimos dez.

Resumo da matéria dada:

Outubro já lá vai. Novembro chegou.
Coisas boas:  (a ordem é aleatória)
- já passei dois meses inteiros no desterro, o que significa que na pior das hipóteses só faltam mais nove meses aqui;
- a carrinha está pronta depois de no dia 3 ter ficado avariada uma vez que o alternador decidiu entregar a alma ao criador de todas as peças mecânicas e afins e livrar-me de 125 euros que ele achava que me estavam a incomodar na conta;
- estive com a lobita 12 dias seguidos(!);
- revi amigos, perdão Amigos, daqueles que nos fazem sentir em sua casa, como da nossa se tratasse;
- tenho o trabalho em dia;
- chegou a chuva, o frio e as castanhas assadas: três coisas de que gosto!
- vou de fim-de-semana o que significa que vou estar três dias longe daqui, o que é sempre bom!


Coisas não tão boas mas que servem para valorizar ainda mais as coisas boas:

Desculpem, mas não vou elencar nenhuma. A vida é demasiado curta para ficar a perder tempo com as coisas menos boas. Estou a tentar recuperar o tempo que perdi nos últimos tempos a lamentar-me. Estou a tentar concentrar-me no que quero e no que desejo para a minha vida. Sei que não vou conseguir tudo. Mas isso é porque a vida nem sempre nos dá o que queremos, mas vai-nos dando o que precisamos!


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Terapia

Os meus fins-de-semana são a minha terapia. As viagens são longas, cansativas e dolorosas (as costas que o digam!). A despesa é enorme e o desgaste do carro e condutor também. Mas eu preciso de sair daquele lugar. Preciso de sentir que posso andar na rua à vontade sem ter receio de ser indultado por algum aluno mais parvo (que os há!) como me tem acontecido na escola este ano. Preciso de sentir que posso estar à vontade com os meus amigos, com a lobita, que podemos estar deitados até tarde se nos apetecer. Ou fazer o que nos apetece, só porque sim. Sem horários nem tarefas de carácter obrigatório.
Preciso do fim-de-semana para ganhar fôlego para mais 3 dias e meio no buraco. O charco do ano passado deu lugar a um buraco. O que é muito menos interessante!

A minha doença resolveu dar um ar da sua graça. Enviou-me um sinal de que tenho de mudar de atitude. De rumo. Ou de vida! Este fim-de-semana torna-se ainda mais importante também por isso. Para me dar hipótese de desligar. De tomar melhor conta de mim.

A próxima semana vai ser terrível em termos de trabalho, mesmo tendo um feriado pelo meio. Reuniões intercalares até bem tarde. Reuniões onde se fala muito e se diz pouco. Testes para corrigir. Actas para fazer e entregar. Mas por agora, é fim-de-semana e quero, preciso e tenho de descansar.

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Dias difíceis

Por cá tem havido.
Muitos. Noites mal dormidas. Pensamentos recorrentes sobre desistir. Vontade de chegar aos serviços administrativos e denunciar o contrato. Desaparecer daqui. Deixar o ensino.

Eu percebo que o ar ande pouco recomendável cá  no nosso país. Entendo que esse clima desfavorável, de desconfiança e de falta de esperança chegue aos alunos e que com mais ou menos consciência isso se reflicta na sua postura e empenho. Admito que o tempo que vivemos é difícil. Não é agradável ver todos os dias nas notícias que vão cortar mais isto e aquilo e mais além. E que pretendem reduzir os poucos benefícios que ainda vamos tendo.

Também dou de barato que a escola e o ensino são pouco apelativos para quem tem telemóvel, smartphone, duzentos canais, DVD, blueray, iPad, iPod, iPhone, ai-que-não-sei-que-outros-gadgets-mais-posso-comprar, e toda a sorte de parafernálias eletrónicas que se queiram lembrar.

O que não consigo aceitar é a falta de educação, as faltas de respeito e os comportamentos insolentes e mal-educados.

Sim, eu sei que as coisas têm a importância que lhes damos. Acontece que eu levo o meu trabalho a sério. Resultado? Estou a sentir-me incapaz de lidar com estes garotos.

Há solução? Claro! Mentalizar-me que já passei por pior. Que dentro em breve posso estar a embarcar numa nova aventura. Se não foi um casamento e um divórcio, o estar prestes a ser "depenado" para me livrar de um peso-morto que arrasto há mais de um ano, o ter uma doença crónica e ter estado internado umas quantas vezes, o andar pelo país há quinze anos com a casa às costas, longe de família e amigos; se não foi nada disto que me matou, não vão ser estes garotos que me vão quebrar. Não sei como, mas hei-de arranjar forma de resistir.

Isto não é uma guerra. Mas parece!


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Because I can't find the off switch!


Coisas boas acontecem

O diabo não está sempre atrás da porta.

Já se vê uma luz ao fundo do túnel.

As coisas começam-se a encaminhar.

Depois de avanços e recuos, pode ser que até ao final do ano o sapo se veja liberto de uma ligação que o anda a prender há demasiado tempo e que é importante para que possa cortar amarras, e torne mais fácil escalar "cada vez mais altos montes".

Espero mesmo que seja desta. MESMO.

2 semanas

Ao cabo de duas semanas, volto.

Volto mais triste. Menos crente na capacidade de recuperar ânimo neste país cada dia mais pobre, mais triste e mais resignado.
Volto com contactos para tentar, a muito curto prazo, dar o salto. Ir embora. Não estou a fugir de nada. Estou apenas a procurar melhor. É legítimo que o faça. Enquanto ainda tenho algumas hipóteses de o conseguir. Quando tenho alguém que está disposta a arriscar fazê-lo comigo, ao meu lado. Alguém que me faz todo o sentido e com quem quero ter a minha família.

Estes dias o ânimo é oscilante. Ora melhor, ora pior. Parece que me deixo animar e desanimar por aquilo que me é exterior. Tenho por vezes a sensação que estes dias de instabilidade atmosférica se fazem sentir em instabilidade de humores. Porém, se procurar bem, não tenho verdadeiro motivo para isso. Sei que o meu estado de espírito deve depender, em primeiro lugar, de mim. Que as acções e as palavras dos outros devem ser analisadas na justa medida da importância que esses tais outros têm para mim. Mas ainda assim, tenho alturas em que me sinto tão frágil que a dor que algumas palavras têm, chega a ter manifestações físicas. E isso é algo que não quero para mim. Que não quero que interfira no meu estado de espírito, no humor.

A vida é mais do que isto. Não é isto que quero para mim. Gosto de dar aulas e necessito de trabalhar, mas também gosto de ser respeitado quando o faço. Não é mariquice. É um direito que me assiste. Não tenho de suportar tudo. Não quero ser professor a qualquer  preço, nem a todo o custo. A minha profissão não me prende. Deve libertar-me e dar algum prazer. Não isto! Esta quase tortura e coacção psicológica a que me tentam submeter. no meu local de trabalho.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Do insulto

Nunca tiveram daqueles dias de caca em que só apetece chamar nomes e insultar do pior todos quantos vos desagradam? Eu já. E hoje é outro desses dias.

Dizer asneiras e palavrões pode ser libertador.
E como me preciso de libertar!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Hoje

Começo por dizer que se estão à espera de algo extraordinário, estão enganados. Melhor passarem para o blog seguinte na vossa lista de favoritos.

Desde que o ano lectivo começou que estou desejando que acabe. Já falei disto aqui até à exaustão. Podia continuar a escrever postas sobre as condições de trabalho, a distância da lobita, da família e dos amigos, do preço do gasóleo, do custo das portagens e das horas que passo em viagem entre casa e este lugar, dos alunos e da sua falta de capacidade de perceber a importância de obter conhecimentos e escolarização. Vou-me limitar à primeira frase deste parágrafo. Desde que o ano lectivo começou que estou desejando que acabe. De tal maneira que tenho um calendário autocolante colado na contracapa do caderno de anotações que levo para as aulas e que tenho, diligentemente riscado cada dia que passa, assim que chego a casa depois das aulas.

A vontade de estar aqui, é tanta que o meu cérebro está programado para funcionar em períodos de três dias e meio. Começa na segunda à noite quando chega ao desterro e desliga na sexta-feira depois de terminar as aulas por volta da hora do almoço. E aí entra novamente em ciclo de três dias e meio, mas agora de descanso e na maioria das vezes, longe daqui. O que só pode ser bom, claro!

Já estive em muitos sítios, conheço um pouco do país e não me lembro de ter estado a trabalhar num sítio tão pequeno, com tão pouca oferta de comércio e serviços, de actividades de lazer. Meia dúzia de cafés, um banco, três minimercados e preços exorbitantes.

Socorro!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Mais um fim-de-semana

Podia ter acabado melhor. Podia ter começado melhor a semana. Podias estar aqui comigo. Mas não acabou melhor o fim-de-semana, não começou melhor a semana, não estás aqui comigo. Paciência. Para a semana tenta-se outra vez.

É bom termos a possibilidade de errar de novo. De errar melhor. De aprender mais qualquer coisa. De estar com pessoas de quem se gosta. De rever amigos deste tempo que conhecemos noutros tempos. De partilhar ideias, argumentos, pontos de vista, sem receios de sermos julgados.

Muito tempo de viagem. Demasiado tempo de viagem. Muito tempo contigo. E ainda assim, sinto como se fosse muito pouco tempo contigo. Coisa relativa o tempo, não?

Pode ser bom, pode ser mau. Mais tarde se verá.

É isto. Sem tirar nem pôr. Avaliar as coisas à partida resulta, não poucas vezes, num exercício enganador. Porque nem tudo o que parece é, porque as aparências iludem, porque o primeiro milho é para os pardais. E quem diz coisas, diz pessoas. E situações.

 No entanto, não me parece que possamos viver desta maneira, sem sermos capazes de decidir se o que nos vai acontecendo é bom ou menos bom. Recuso o fatalismo e o determinismo enquanto formas de pensamento ou filosofias. Também não acredito que estamos pré-destinados a algo. Algures entre estes extremos estamos nós. Julgo eu, provavelmente de forma errada.

São muito poucas as certezas que tenho. Muitas mais as dúvidas. Do que mais certo temos, é a pessoa que nós somos. Aquilo que somos, que construímos e que projetamos para nós. Dai que seja urgente que nos empenhemos a fundo em nós. Isto não tem nada a ver com presunção, ideias de superioridade ou de uma visão egoísta ou centrada em mim ou qualquer tipo de ideia dessas. Tem a ver com a necessidade que sinto de segurança. E de segurança na única parte da minha vida que posso controlar: eu mesmo (e mesmo assim... :/ ).

A resistência às adversidades, à falta de "sorte", ao acaso ou ao destino, será tanto maior quanto cada um de nós se conheça bem. E tenha as suas ferramentas e recursos perfeitamente identificados para agir face à mudança. A acomodação ao dia-a-dia mata os sonhos que trazemos dentro. A monotonia do casa-trabalho-casa; a história gasta do nascer-crescer-trabalhar-morrer será talvez a forma mais rápida para levar uma vida infeliz. Se não se temperar tudo isto com pessoas e com actividades de que se goste, verdadeiramente!, de fazer o peso das rotinas é esmagador.

O poço pode ser fundo. Mas se olharmos para cima, vemos luz. E às vezes, na maior escuridão uma só luzinha chega para nos dar força e alento.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Este sou eu

Este sou eu. Com sono nos olhos, mas com vontade de escrever. Cansado de mais de quatro horas de viagem depois de sete horas de trabalho com garotos muito pouco interessados no que tenho para lhes dizer e ensinar.

Este sou eu, aqui deitado na cama no meu quarto em casa dos meus pais, já que a minha casa está para venda e eu não a posso comprar porque não ganho o suficiente para isso e porque não tenho pouso fixo. Afinal, o meu local de trabalho é Portugal. E isso é incompatível com residência fixa.

Este sou eu. Com dores de garganta. Com zumbido nos ouvidos e peso nos olhos. A sentir-me meio doente quando não me dá jeito nenhum adoecer agora. (nunca dá, eu sei!)

Este sou eu. Aqui a escrever a pensar em ti que estás, muito provavelmente deitada a dormir para que o tempo passe mais depressa e rapidamente seja amanhã. É o que eu devia estar a fazer mas, por mais cansado que esteja, aos dedos apetece-lhes bailar sobre o teclado polido de tanto uso.

Este sou eu. Confuso, baralhado, com tantas ideias a surgirem que nem sei por onde começar. Preocupado com um monte de coisas que infelizmente não dependem de mim para se resolverem. E com vontade de as resolver. Ideias de partidas e chegadas. De recomeços e de prosseguir o caminho em frente. De continuar a construir-me, mas agora melhor. Agora com algo menos áspero. Para que não me magoe tanto quando precisar de me abraçar e de te dar colo.

Este sou eu. Nem bom nem mau. Nem sim, nem não. Nem tudo, nem nada. Um resto do que fui, a semente do que poderei ser. Só existe o momento. Só existe o agora. O passado já acabou e o futuro ainda há-de vir.

Este sou eu a tentar lembrar-me para viver o presente: a oferta que a vida nos dá a cada momento. Momento único e irrepetível. Como eu.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Voluntarismo social

A estória conta-se mais ou menos assim:
Um casal com um filho de cadeira de rodas.
Um cheque que a Seguraça Social entregou aos pais para comprar uma cadeira nova, uma vez que o garoto cresceu e mal cabe na cadeira que tem,
Um pai que resolve gastar o dinheiro da cadeira de rodas nova do filho num carro novo.
Uma actividade que a escola está a desenvolver em que o miúdo deveria participar a 300 metros da escola.
Uma corporação de bombeiros que cobra 20euros para ir à escola buscar o garoto, deixá-lo no sítio da actividade da escola e levá-lo de volta. (sim, 20 euros por menos de um quilómetro).
20 euros que a família não tem (ou não quer ter).
Uma professora que resolve fazer um bolo e uma sobremesa para vender na escola para financiar a ida do garoto à actividade.
É isto.

Nem sei por onde começar. Eu bem que ando a tentar manter-me calmo e tranquilo, mas com a quantidade de estupidez que vejo em coisas tão simples (como esta) fica difícil.

Vou ali acalmar-me.
Pode ser que passe.
Desde que não ligue a televisão nas notícias...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Setembro quase no fim.

Felizmente. Dei por mim a dizer há pouco que depois desta semana, ficam a faltar só dez meses para as férias do verão. É terrível ter de pensar assim, para arranjar ânimo, mas na verdade só quero que isto passe. Ainda agora começou e já estou cheio. E não me venham com a conversa do "que sorte que tens em ter emprego" que hoje acho que vai tudo corrido a pontapé.

Esta coisa de termos de nos sentir conformados e resignados porque há outros que estão em circunstâncias piores, não me serve de consolo. Nunca serviu. Não ia ser agora. Andamos aqui, a viver a nossa vidinha pequenina, coitadinha, que não dá para mais, que isto está tudo tão difícil, que  a troika isto e o governo aquilo... Por vezes penso se não teria sido preferível que o 25 de Abril de 1974 não tivesse sido mais violento, com mais mortos, mais tiros. Que daí tivessem resultado viragens, não apenas políticas, mas de mentalidades. Que tivesse sido o momento certo para mudar. Mas mudar com rumo. Não nesta navegação à vista que nos tem orientado enquanto país e enquanto povo. Deu um resultadão, certo? Estamos mesmo bem agora!

Devíamos ter tomates para exigir mais. Para darmos mais. Para sermos mais interventivos, mais participativos. Para escrutinarmos melhor os actos de quem nos governa. De sermos mais informados sobre as propostas de quem se submete ao voto. De exigirmos menos conversa mole e mais ideias concretas sobre o que cada um pretende fazer com o país e para o país. Quais as ideias e projectos que tem e que quer implementar. Este Setembro de um milhão de pessoas na rua a protestar não pode ser esquecido e tem de se dar mais avisos aos políticos que eles não nos podem continuar a enganar, a mentir, a esconder factos, a usar golpes sujos para nos espoliarem do que é nosso. De que não se podem continuar a servir da coisa pública para benefício privado.

Setembro quase no fim. E a minha esperança também...

O outro lado

Somos por natureza esquizofrénicos ou apenas multifacetados?

Padecemos de alguma enfermidade do foro psicológico ou somos apenas humanos com todas as idiossincracias e contingências que esta condição confere?

Aos olhos de uns, somos loucos, aos olhos de outros competentes. Há quem nos ache boas pessoas, outros não nos querem ver nem pintados. Simpáticos ou antipáticos, generosos ou "mão-de-vaca", desprendido ou agarrado, complicado ou simples, bem-disposto ou mal-disposto, alegre ou triste, bonito ou feio, indiferente ou apenas diferente. Pacífico ou desordeiro, elegante ou boçal, preconceituoso ou inclusivo, tolerante ou intransigente... Somos tudo isto e mais. Muito mais. Porque o que cada um é, não se encerra no que se mostra.

Além disso, o que se mostra não é sempre o mesmo. E o mesmo é tão diverso, que às vezes nos sentimos perdidos sobre quem somos. Sobre a difícil tarefa que é decifrarmo-nos e ir construindo ideias e desconstruindo mitos e outras ideias pré-concebidas que outros têm, criam e difundem sobre nós. Justo ou injusto? Não sei. Preciso e necessário, sem dúvida. Para que, mesmo que os outros não saibam quem nós somos, nós saibamos sempre o que estamos dispostos a ser, a dar e a receber. Ou não!

Dúvidas existenciais

E agora, para algo completamente diferente!

http://www.publico.pt/Mundo/ha-uma-razao-para-que-as-janelas-dos-avioes-nao-abram-mas-mitt-romney-parece-ter-duvidas-1564451


Ninguém arranja um aviãozinho com janelas que abram, que o sr. possa pilotar sozinho?

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Festas de anos

Nunca tive uma festa de anos.
Daquelas, em que se convidam os amiguinhos da escola, e está tudo enfeitado com fitas e confetis e chapéus. Daquelas em que há jogos e danças organizadas pelos adultos, com música e balões e uma mesa cheia de comidas e sumos.

Nunca tive, e agora que penso nisso, nunca me fez falta. Sim, acho que teria gostado disso, mas na verdade, seria mais feliz por ter tido festas de aniversário dessas? O que sempre tive (quer dizer, quase sempre!) foi um jantar em família e por duas ou três ocasiões com um dois amigos, seguido de bolo de aniversário. Se excluir um aniversário em que a minha mãe se esqueceu (20, 21?) que eu fazia anos, e de um outro (26) que passei no hospital, de outro que estava a 400km de casa e passei sozinho, os outros aniversários foram sempre devidamente assinalados.

Na verdade, não gosto de fazer anos. Desde os 16, que sempre me parecem todos iguais. Sim, houve um ou outro que me soube bem, mas na generalidade é um dia como os outros. Só que com mais sms e telefonemas. E mais actividade na página do facebook. Tirando isso, fica o carinho dos amigos e da família. E agora da lobita.

O último aniversário, passei-o com ela. E um casal amigo. Fomo-nos estrear na gostosa arte do sushi. Gostámos de tudo. Menos da conta que por pouco não chegou aos três digitos. O que vale é que só se comemora o aniversário uma vez por ano! :)

Menos uma!

Menos uma semana no desterro!
Menos sete dias para o termo do ano lectivo e do contrato.
Cada dia que passa, é menos um dia para chegar às férias ou ao fim-de-semana, ao dia para te reencontrar, para estarmos juntos e sermos novamente, mais uma vez, sempre e cada vez mais UM. Só isso me motiva. Só isso me faz suportar a distância.

Esta semana decidi que para tornar mais fáceis as coisas, me vou mentalizar que só lá estou três dias e meio por semana. O que é o mesmo que dizer que é meia semana lá e meia semana cá.

Fica mais fácil! (ou é só impressão minha?!)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ir ou ficar. A difícil escolha de quem se encontra na encruzilhada

Continua a ser uma possibilidade. Há prós e contra, claro. Atendendo às actuais condições de vida no nosso país, tomado de assalto por medidas de austeridade (cada vez me causa mais engulhos, esta palavra!) justificadas e /ou injustificadas, porém sempre injustas porque diminuem a dignidade das pessoas que por elas são afectadas, pode parecer que fica fácil a escolha pelo caminho que leva à porta de saída. Mas para quem já não é tão novo assim, ficam sempre algumas questões. Algumas dúvidas que por vezes parecem querer pôr travão a uma decisão, que nalgumas ocasiões é desejada e noutras posta de lado.

Não é fácil escolher deixar o meu país. Muito menos por estes motivos. É verdade que é sempre uma escolha minha, mas ainda assim essa escolha é condicionada pela conjuntura actual, pelo cenário de desemprego e pela cada vez maior voracidade da máquina fiscal do Estado pelo património actual (e futuro!) dos contribuintes.

Há muitos anos que digo que quero ir. Por decisões tomadas com mais ou menos consciência, a verdade é que, neste momento é mais fácil ir do que há pouco mais de um ano. E simultaneamente  mais difícil. Por outras razões. Mas sair da nossa zona de conforto e partir para outro lado qualquer assusta. Outro país, outra cultura, outra língua, outro modo de vida. Não sei se melhor, se pior. Apenas diferente. Ainda assim, a ideia continua a atrair-me. E a ir, seria agora enquanto a questão da idade ainda não é muito problemática. Daqui para a frente será sempre mais difícil. Custa abandonar a família, os amigos, os sítios nossos conhecidos, o nosso meio.

Por outro lado, que mais se poderá descobrir para lá de nós mesmos? Que maravilhas estarão reservadas para nós, se e quando dermos o passo rumo ao exterior de nós mesmos e do que já conhecemos?

Muito bem posto!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Verdades irrefutáveis #4

Não aprendemos com os nossos erros. E quando aprendemos algo, temos a infelicidade de o esquecer com demasiada rapidez.

A ditadura da felicidade (ou o direito a estar triste)

Parece que impera numa parte da sociedade, é notícia de televisão e motivo de partilhas nas redes sociais, as acções que pessoas, isoladamente ou em grupo, tomam para fazer os outros felizes. Nada tenho contra isso. Acho até que um abraço grátis, vindo de um(a) estranho(a) pode fazer o nosso dia bem melhor. Já começo a achar preocupante, quando de repente, parece que não se pode estar triste. Como se a felicidade fosse algo que se pudesse criar por decreto. Por isso me faz alguma confusão aquelas pessoas que em determinados dias do ano têm de estar felizes como no seu aniversário ou na passagem de ano.

Deviamos ser todos felizes. Estou de acordo. Estou tão de acordo que quero acreditar que nós nascemos para sorrir e ser felizes. MESMO. Mas isso não significa que não tenhamos o direito de estar tristes.

Porque a tristeza é necessária para valorizarmos a felicidade e a alegria. É como a doença: existe para que saibamos dar valor à boa saúde e para que saibamos assumir comportamentos que a promovam. Por isso, defendo que não se deve tentar arrancar alguém, à força, à sua tristeza. É necessário que dentro de cada um surja a consciência que tem mais vantagens em estar alegre do que em estar triste. Que o que quer que seja que motivou a tristeza é transitório e não pode, não deve e não vai determinar por muito tempo o estado de espírito que apresentamos.

Eu sei que vamos ter motivos para sorrir. Em breve!

Relatório e contas

A M e o R casaram. Muitas felicidades aos dois, que conseguiram ter uma festa agradável, bonita, pouco pretensiosa e cheia de significado. A felicidade espelhada nas caras deles é mais do que compensadora de tudo! O sapo e a lobita gostaram de ter estado presentes neste momento especial para eles. Tudo de bom!

O sapo foi a casa. De lá foi ter com a lobita, e a verdade é que os dias ganham outra cor quando estamos juntos. Pelo menos para mim e para a lobita também (perdoem-me a imodéstia). Tirando as viagens e o cansaço que causam, tudo tranquilo. E é bom assim!

 Acabei por conhecer mais uns amigos da lobita. Gente boa. Simples e despretensiosos. Afinal a vida pode ser simples e, ainda assim, boa. Muito boa. Como é muito bom, estar contigo.

Apesar da distância e das circunstâncias actuais não serem as mais favoráveis para as nossas pretensões e projectos. Tudo a seu tempo. Com calma chega-se a todo o lado. Ouviste Sapo?

Vejam isto. Por favor! Vejam!


Temos de perguntar porque é que as coisas funcionam desta forma. Não serão estas as verdadeiras gorduras do Estado? Não estará o Estado todo envolto nesta massa gorda em que uns quantos untuosos vão tirando tudo quanto podem, enquanto passam gordura nos olhos dos outros, para que não vejam o que estão a fazer? Não é ainda tempo de varrer com esta gente?

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Como se escreve?

O que não se consegue traduzir em palavras, mas se sente tão dentro e tão fundo que não temos outra opção que não seja a de considerar verdadeiro e real o que se sente?

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Participação Cívica

 Não sei o que nos falta a todos. Somos uns fatalistas. Desencantados, desapaixonados por causas comuns que nos digam directamente respeito. Que pena não sermos o povo de Timor-Leste. Por esses, fizemos vigílias e manifestações e pressão internacional. E até estivemos do lado do govrno e o governo do lado do povo (por conveniência??) Somos capazes de grandes gestos de solidariedade quando nos estendem um saco do Banco Alimentar. mas acho que é por receio que um dia, possamos ser nós a ter de recorrer a ele. Quando somos chamados a lutar pelo nosso futuro, pelo nosso país, a dar o nosso contributo para tentar mudar algo que sabemos que está mal, que é injusto, que não vai dar resultado, preferimos ignorar. Fazer orelhas moucas. Assobiar para o lado e contar os cêntimos para ir tomar um café. Não sei se por defeito de formação pessoal e social, desvalorizamos as nossas opiniões, forças e poder de mudar aquilo que temos todo o direito (e o dever) de mudar.

É uma questão individual, porém são muitos indivíduos com o mesmo sintoma, o que resultam no problema da população. Quando falei em defeito de formação pessoal e social, não sei onde termina um e começa outro. Porque na verdade não fomos, enquanto povo "ensinados" a prestar atenção a estas coisas. Existe um outro défice estrutural no país: o défice de participação do povo nas instituições democráticas. Á excepção do voto, pouco ou nada mais fazemos. Talvez seja por aqui que se deva começar a mudança, e mais importante, a tomada de consciência do que cada um de nós é e pode ser na sociedade actual.


(escrito por mim numa discussão sobre as ultimas medidas de combate ao défice quando se questionava a questão da falta de reacção do povo português)

É isto. Tudo! Sem tirar nem pôr.

Hoje, na minha volta habitual pela imprensa na net, dei com um artigo do jornal Público que me deixou simultaneamente feliz e desalentado. Feliz, porque ainda vão havendo órgãos de comunicação social que fazem jornalismo e não se limitam a publicar as notícias enlatadas da agência Lusa. Triste, por ver a triste realidade a que chegou a minha profissão e os meus colegas em Portugal.

Não é que eu não soubesse: eu sabia e sei. Porém, lê-lo e sentir que há gente que sente o mesmo que eu sinto deixa-me sem alento e com muito pouca vontade de continuar. O artigo é longo. Mas merece a pena a leitura. Para que saibam por outras pessoas o que algumas vezes aqui tenho vindo escrever.

O artigo está aqui.

A sério. Especialmente tocante para mim, o terceiro testemunho.

Verdades irrefutáveis #2

O ambiente político em Portugal já esteve mais calmo.

Até o Paulo Portas vai reunir a Comissão Política e o Conselho Nacional!

Verdades irrefutáveis #1

O Vitor Gaspar é um robot enviado pelo Senhor do Mal para nos fazer da vida um inferno.

Da crise, das manifs e do que mais

No facebook, um amigo meu escreveu um post a incentivar à participação nas manifestações de sábado para assinalar o protesto contra as medidas de austeridade. Este meu amigo, que muito prezo e de quem gosto muito, sofre com a inactividade que é transversal à nossa sociedade no que diz respeito ao exercício da cidadania. odos nos queixamos no café, em casa, no emprego, mas quando temos oportunidade de ir para a rua exprimir o que nos vai na alma e contestar calamo-nos.

Há uns anos, houve uns senhores que fizeram uma música que exprime tão bem este sentimento. De certeza que conhecem! Hoje lembrei-me da música. E pensem lá se não é um retrato bem fiel do povo sereno e manso que nós somos...




Estados

Já cá não estás. E ainda não te foste embora. Não te vejo e, contudo, sinto-te. Abraço-te e quase consigo sentir o teu cheiro. Vejo-te o sorriso, as mãos, as unhas cor-de-rosa. O sorriso contagiante. Estás a dançar no corredor do supermercado. Sabes como fico pouco à vontade com isso. d Mas continuas a fazê-lo. E a verdade é que não gostando, gosto. É teu. É espontâneo. E é assim que tu és. :D

Estou com saudades, sim. Fazes-me falta. Porque és tu. E tu sabe-lo bem.

Agora mesmo vejo-nos a jogar UNO. A rir. A apanhar dezasseis cartas, porque por um acaso aleatório, as cartas se conjugaram assim. Ganhei. Perdi. E ganhei. E ganhei ainda mais porque te tive só para mim por quatro dias. E não sei como hei-de valorar isso. Mas é muito. Infinitos muitos!

Já dormes? Com a tv ligada? Com o telefone sem som? Sonhas comigo? Estamos juntos, certo? Estamos sempre juntos. Mesmo que a quatrocentos e muitos quilómetros.

<3-te

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Nada como mudar de casa

para se encontrarem amigos que não se viam há muito tempo.

Vem isto a propósito do arranjar as coisas para ir para o Alentejo. É a terceira vez que vou trabalhar para lá. Depois de Almodôvar e de Portalegre, chegou agora a terceira viagem ao Alentejo. Para ficar, claro. Até 31 de Agosto. Depois logo se vê (ou não!...)

Ora andava eu a preparar os livros, a impressora e mais uns dossiers quando finalmente encontro a pen de banda larga. Desaparecida que estava desde o meu regresso de Trás-os-Montes, surgiu agora. No momento exacto para me ajudar a estar um pouco mais ligado ao mundo. Não que o alentejo seja deserto, mas naquela vila em particular há muito que fazer. Como o sapo não é muito de cafés, resta-me ficar por casa. Escrever aqui no charco, ver as novidades no Facebook e ler as notícias no site do meu primo SAPO.

Estou então a intervalar de mais uma sessão de escolha de roupa e calçado, de roupa de cama, de livros, material escolar, música, fotos e afins.

Começo a ficar tão habituado a mudar de casa que estou a pensar em fazer mudanças... Assim como assim, o ensino está pelas ruas da amargura. Nunca se sabe!

É nestas alturas de (des)arrumações que me dou conta da quantidade de tralha que acumulo todos os anos. Ainda há pouco estive a rasgar papel para colocar no ecoponto. Não seria mais fácil viver com menos? Menos coisas, menos objectos, menos roupa, menos livros e mais tempo para as pessoas?





terça-feira, 4 de setembro de 2012

Porquês

Porque tem tudo de ser tão difícil?
Porque temos de estar longe um do outro, se o que queremos é estar juntos? (é, não é?)
Porque raio as mudanças que introduziram nos concursos te deixaram de fora?
Porque é que aluguei uma casa a meias, se o que quero é estar contigo, sem mais ninguém?
Porque é que temos de passar dias separados?

Porque motivo me zango, amuo, chateio, resmungo, falo alto, com maus modos para ti, se o que eu quero é abraçar-te, dar-te mimos, ter a tua companhia, sentir o teu carinho, o teu cheiro, ouvir o teu riso e a tua expressão de menina travessa?

Porque é que não sou capaz de perceber e entender que tu também estás triste por tantos motivos e que por isso, tal como eu, não te apetece fazer nada, nem ligar para ninguém, nem tratar de papéis, nem de consultas, nem coisa alguma? Porque é que fervo em tão pouca água?

Porque é que sinto raiva cá dentro? Raiva deste pseudo-sistema que exclui tantos dos bons e permite que tantos dos não tão bons continuem? Porque é que no meu país, tenho de me sentir satisfeito por ter obtido colocação a 350km de casa? Porque é que hoje em dia ter um emprego, trabalho, é um privilégio?

Porque é que tenho de estar feliz pelo que tenho se, quando olho à minha volta, não tenho o que mais preciso?

700km depois

Já fui e já voltei. Apresentei-me na escola. Arranjei casa (dividida com um colega que aquela gente pede 180€ por mês, sem recibo por um T0 no fundo do quintal e sem recibo). E até já lá dormi de ontem para hoje. Tive duas reuniões. Boring...

A distância entre cá e lá é de 350km aproximadamente. Demorei quatro horas e meia a chegar a casa. Estou cansado.
Vou ter as turmas todas do 3.º ciclo. E de bónus um PIEF. Que, ao que ouvi, é dos bons...

Tenho uma lista de coisas para arrumar, outra para comprar e tudo para arrumar, para na quinta-feira fazer o caminho descendente e por lá ficar por uns tempos. Em princípio só volto cá acima dia 15 de Setembro. A ver vamos.

Ainda agora começou e já estou cansado. Será normal?

domingo, 2 de setembro de 2012

Curiosidades

Só porque não há mais o que fazer, resolvi ver, através do google maps, qual a distância entre a escola onde estive a trabalhar no ano passado e aquela onde irei trabalhar este ano. O resultado é este: quinhentos e sessenta quilómetros. Graficamente fica-se com uma outra ideia da grandeza deste número:

Esclarecidos?
Pois bem, eu sei que podem estar a pensar: "Ah! Mas até ficaste colocado, olha a sorte que tens!" Ou: "E ainda por cima com horário completo! Nem todos conseguem! Poucos conseguem!" ou ainda "Se não quisesses ir para tão longe, não tivesses concorrido para lá!" Eu próprio já utilizei estes argumentos. Porém, não consigo deixar de achar estranho que uma pessoa tenha de se sentir feliz e contente por mais uma vez ter de andar com a casa as costas para ir trabalhar a mais de trezentos quilómetros de casa.

(re)começar

Do mal o menos. A colocação para mais um ano lectivo apareceu. Mas não consigo estar feliz. Não é feliz que me sinto. Aliviado talvez. Pelo menos durante mais um ano sei que vou poder continuar a garantir o pagamento da casa. Mas não consigo estar mais do que aliviado. De resto, sinto-me frustrado e um pouco triste também.

Triste porque a lobita ficou de fora. Triste porque será difícil voltar a ter o que tive no ano lectivo passado: partilhar casa com a mulher que amo. Aquela com que sempre sonhei e que nunca pensei que pudesse existir. Triste porque para além de tudo isto, vou trabalhar mais um amo a mais de trezentos quilómetros de casa.

Frustrado, porque fiquei colocado. Não me entendam mal: ter sido colocado é bom, mas ao fim de quatorze anos, a começar o décimo quinto ano como professor não consgo deixar de me questionar sobre se será boa escolha continuar a apostar numa carreira que, depois de todo este tempo, não me dá qualquer tipo de segurança, garantia ou perspectiva futura.

2.ª feira vai começar mais uma etapa desta já longa digressão por este país que está cada vez mais parecido com um charco lamacento. Pergunto-me se será a última e se não estará na hora de mudar de vida, de charco, e de profissão...