quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Do fundo do poço

Cair num buraco, num poço não é agradável, nem simpático, nem bom, nem positivo. Mas também não tem de ser mau, uma desgraça, um descalabro. Volto a dizer que não é agradável. Não estou a fazer a defesa da situação, nem a tentar tornar confortável, algo que não o é. Claramente!

Chegar ao fundo do poço sendo algo, em si, pouco agradável tem pelo menos uma virtude: depois de se lá chegar só se pode subir. Até porque ficar no fundo do poço não é alternativa. Por mais que seja tentador ficar a observar o que nos rodeia, a água é fria e escura, não se passa lá nada.

E nós somos seres de luz e calor. É por isso que temos tendência para procurar a saída. A saída num poço, por mais distante que esteja, é fácil de identificar: é de lá que vem a luz, ainda que ténue do sol. Da lua e das estrelas. É por essa mesma abertura que nos podem lançar a corda ou a escada que nos permitirá mais facilmente, sair do poço.

Estar no fundo do poço, mergulhados na nossa pouca sorte, envolvidos nas situações que nos fizeram cair dentro dele, rodeados de paredes, incapazes de chegar à saída e sem ninguém para nos ajudar é complicado. Ter pessoas que nos atiram cordas, que nos pedem que a agarremos e deixarmo-nos ficar à espera de não se sabe bem o quê, é trágico.

Ter consciência de tudo isto e abandonarmo-nos a esta sorte é... nem sei bem o quê.

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