sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Testes, avaliações e outras drogas

Drogas, no sentido de porcarias.
E sim, os testes e as avaliações são e vão ser uma porcaria.

Exemplos:
Numa turma de vinte e seis alunos tenho cinco positivas. Duas alunas entregaram o teste em branco. Numa outra turma, o mesmo filme: dezasseis alunos, dois testes em branco. Sou só eu que acho isto estranho? Dão-se ao trabalho de se levantar, de estar nas aulas, para isto? Isto está tudo ao contrário.

Ontem um colega decidiu sentir o pulso a uma das turmas de nono ano relativamente ao aproveitamento. Resultado: em dezasseis alunos, apenas um não terá níveis inferiores a três. A maioria dos alunos da turma terá avaliação negativa a pelo menos quatro disciplinas.

É perante isto que me surge uma pergunta: O que é que eu estou a fazer naquela escola, com aqueles alunos?

2 comentários:

  1. Olá, já visito este cantinho há algum tempo. Nunca comentei, mas o tópico escola interessa-me muito.
    Fico destroçada, se assim posso dizer quando falas dos alunos porque me coloco no papel de mãe.
    Não porque discorde do que dizes mas porque tenho um filho com 12 anos que frequenta o 7º ano. Pelos resultados dos testes só vai ter positiva a Ciências Naturais (excluindo ERM e EF), considero-me uma mãe exigente que controla os tpc's, que fala constantemente com a DT, que vejo as datas dos testes e estou sempre a obrigar (é mesmo obriga-lo) a estudar.
    Não sei o que se passa com as crianças e adolescentes de hoje em dia, não sou passiva dou umas palmadas e aplico castigos e os resultados são nenhuns.
    O feedback que me chega da escola é que é uma criança educada, dócil, meiga, com características pouco vulgares para a idade dele mas no que diz respeito a notas é o que se vê.
    Articulo psicóloga com pedopsiquiatra e os resultados continuam. Entendo que para os professores é completamente frustrante ensinar, esforçar-se e não obter resultados. Mas eu como mãe não sei como o responsabilizar mais.
    Desculpa o discurso e não sei como vais entender isto, mas este é o outro lado, onde por mais esforços que se façam não se veem resultados e por isso mesmo também é esgotante e frustrante.

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    1. Olá Anónima.
      Não tens de pedir desculpa. De maneira nenhuma.

      Não tenho respostas para te dar, infelizmente. Gostava de poder, de uma forma simples, dar-te pistas para solucionar o teu (e também o meu) problema. Eu entendo que para os miúdos a escola é aborrecida. Qualquer outra coisa comparada com a escola ganha aos pontos, em interesse, à escola. Até porque com televisão, internet, consolas de jogos, telemóveis xpto e todo tipo de aparelhos e demais actividades.

      Como contornar isto? Tentar fazer com que os garotos vejam sentido na escola. Que é útil. Que é importante para ele. Para o futuro dele. (Claro que no estado em que o país está, talvez seja um pouco mais difícil ver esperança no futuro, e portanto fazê-lo sentir essa importância). O que é que interessa ao teu filho? O que é que o move? Que áreas é que o o interessam? Que sonhos é que ele tem?

      Tenta ir por aí... Não serei a melhor pessoa para te aconselhar, mas quem sabe consegues chegar mais perto dos resultados que gostavas que ele tivesse? Costumo dizer aos meus alunos que as notas, não são para mim, nem para os pais deles. Que naturalmente que fico contente quando dou mais positivas que negativas, mas que no limite é indiferente. Que é a eles que lhes deve fazer diferença. Porque é a vida deles. O futuro deles.

      Nalgumas turmas, principalmente do nono ano, digo-lhes que é pena que eles se desprezem tanto, ao ponto de ficarem contentes com níveis negativos.

      Vai passando por cá. A porta está sempre aberta.

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