domingo, 12 de fevereiro de 2012

Impressões

Ontem foi um dia especial. Uns amigos, ao fim de quase doze anos de namoro, casaram-se. Casamento bonito, cerimónia simples e emotiva, coro afinado e votos de tudo e mais um par de botas, desde felicidade eterna, crianças (rápido e em força!) saúde, amor, paz, compreensão, cumplicidade, capacidade de diálogo, paciência e carinho... podia continuar, mas acho que já ficaram com uma ideia.

A dado momento da homília, o padre falava em Cristo como sendo o sal e a luz da vida, e diz esta frase: 'O mundo hoje está cheio de gente que apaga luzes.' como imagem para representar as dificuldades que o casal tem pela frente, os obstáculos e as barreiras que tanta vez dão vontade de apagarmos a luz e fecharmos a porta.

Quando ouvi isto, ocorreu-me que há pessoas que apagam ou tentam apagar a luz dos outros. Não porque lhes faça diferença, que não seja bonita, mas porque lhes permite ver o quanto vivem na obscuridade, nas trevas. Mais por inoperância própria do que por força das circunstâncias. A vida prega-nos partidas, apanha-nos de surpresa, dá-nos uns sustos, troca-nos as voltas, deixa-nos à toa. Mas isso não é motivo para ficarmos presos ao que de menos bom nos acontece. É preciso dar a volta, contornar o obstáculo, partir pedra e seguir. Não nos podemos deixar ficar presos. Nem devemos permitir que os acontecimentos da vida nos deixem ficar tristes e amargos. Muito menos permitir que essa amargura nos torne azedos por dentro ao ponto de tudo fazer para apagar a luz dos outros que estão à nossa volta.

Fracos daqueles que para se sentirem um pouco menos miseráveis, inúteis, tristes, ocos e vazios, apagam (ou tentam apagar) a luz dos que os rodeiam. Deveriam talvez sair da penumbra em que estão mergulhados e ver que no exterior há uma centelha de luz que quer brilhar forte.

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