terça-feira, 5 de junho de 2012

Cada macaco no seu galho

Ou como as pessoas facilmente se esquecem do seu lugar e tomam inciativas e posições que não apenas não são da sua competência como para ale´m disso se acham no direito de meter a foice em seara alheia.

Como já escrevi aqui algumas vezes, sou adepto do vive e deixa viver. Mas quando se começa a ultrapassar os limites da sã convivência e da razoabilidade e do bom senso e se mandam bocas e comentários sobre assuntos que não lhes dizem respeito, tenho uma certa tendência para mandar a boa educação às malvas e partir para a ignorância. No meu local de trabalho existe uma quantidade de pessoas, que ocupando cargos e desempenhando funções na estrutura se esquece de cumprir as obrigações de que está incumbido, parecendo que apenas tem direitos. Como é que os alunos hão-de pensar diferente, se são estes os exemplos com que convivem diariamente?

Ao longo deste ano, rara foi a vez que tive necessidade de um funcionário no piso e que este estivesse no seu local de trabalho. Rara a vez em que o meu superior hierárquico soube responder a alguma questão de uma forma clara e inequívoca. De resto, na maior parte do tempo, embrulhou-se com as palavras e acaba por balbuciar qualquer coisa semelhante com um "Não sei. Vai lá abaixo perguntar".

A inércia de quem ocupa lugares de quadro, ganha o dinheiro gordo (eu sei que as coisas estão difíceis, mas ganhar 1100 euros mensais, com sete turmas, três disciplinas e sete níveis a 300km de casa é substancialmente menos que ganhar cerca de 3000 euros mensais à porta de casa, ter quatro turmas, marcar reuniões por email, na véspera e nem sequer cópia da convocatória ou ordem de trabalhos enviar.

É injusto. A vida é injusta, eu sei. Mas também prevejo que dado o estado de coisas será necessário que haja mudança. Não por força de Lei ou da troika, mas força da consciência individual e colectiva que nos deve ir orientando. Ganhar consciência do que se é, do que se poderá ser, trabalhar nesse sentido é uma das formas de conseguirmos ser todos mais produtivos, mais felizes e menos amargos.

Sou só eu que sinto orgulho  num trabalho bem feito?

2 comentários:

  1. Desculpa o comentário mas quem ganha 3000€????????? Eu sou do quadro há 16 anos, ganho 1300€ e estou a 60km de casa, ou seja, faço 120km por dia onde também gasto combustível e portagens. E para efectivar há 16 anos tive de ir para o Algarve, perto de 700km e deixar o meu filho com 3 meses. Por isso antes de criticarmos os profs do quadro deveriamos pensar que se calhar eles também já passaram por situações difíceis só para conseguir alguma estabilidade sendo do quadro!

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    1. Olá Isa. Nada para desculpar. Estava a referir-me a um caso em particular, como terás certamente percebido pela leitura que fizeste do post. Não pretendo caracterizar grupos. Não é esse o meu objectivo. Este blog é um espaço pessoal onde, entre outras coisas, me permito deixar por escrito o que por variadas razões não posso dizer. Não questiono as dificuldades que alguns professores do quadro passaram para conseguir efectivar, como é o teu caso. Questiono apenas o facto de professores do quadro, por serem do quadro acharem que não precisam de continuar a realizar o seu trabalho e a sua função com profissionalismo, rigor e exigência. Bem hajas!

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