quarta-feira, 16 de maio de 2012

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Ontem, depois de ouvir e ler as notícias que dão conta do encerramento compulsivo dos Centros Novas Oportunidades das escolas públicas, senti um ligeiro arrepio na espinha. Não que goste do modo de funcionamento desses centros, criados com boas intenções (quero acreditar que sim!), mas que em 90% dos casos, resultaram em fraudes completas ao nível de reconhecimento de competências que a esmagadora maioria dos formandos não tinham, não têm e contudo são detentores de papéis que dizem precisamente o contrário. Medo!

O arrepio que senti deve-se ao elevado número de pessoas que  trabalham nesses centros, desde professores, técnicos de encaminhamento, técnicos de reconhecimento e validação, técnicos administrativos e que de uma penada, ficam sem trabalho.

Não é fácil lidar com o desemprego. Ao contrário do primeiro ministro, não acho o desemprego uma oportunidade. Mas também não penso que seja uma fatalidade. A verdade é que há empregos disponíveis. Sim, mal pagos. Para os quais se tem qualificações a mais, mas que garantem emprego. E ganhar pouco é melhor que não ganhar de todo. Criar o próprio posto de trabalho também é uma possibilidade. Mais difícil, mas se calhar alguns de nós têm o secreto desejo de poder fazer uma determinada actividade a tempo inteiro. E isso não é de todo descabido, quando de repente, nos vemos com muito tempo livre nas mãos.

Investir em nós, na nossa formação é sempre positivo. Voltar a estudar é por isso uma possibilidade que se apresenta, pelo menos, para quem tem direito a subsídio de desemprego!.

Emigrar é outra possibilidade. Já que fomos aconselhados a emigrar, já que é uma ideia recorrente há já alguns anos, porque não? Deixar o medo para trás e partir? Tenho dois braços e duas pernas, alguma coisa dentro da cabeça e o trabalho não me assusta. Pelo menos posso tentar, certo?

Ontem a lobita surpreendeu-me ao dizer que tinha ficado a pensar em emigrar. Vamos?

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