quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sou a favor de regras

Embora possam ser injustas, cegas, aplicarem-se a todos de uma forma indiscriminada, sou a favor de regras. Lamento que tenhamos de as ter. Lamento que o livre arbítrio e a consciência que cada um tem de si e dos outros não chegue para guiar o comportamento e atitudes. Não sou perfeito.

Não tenho a ilusão de que sou ou de que alguma vez serei. Hoje vivemos rodeados de regras que nos lembram que para receber temos de dar. Que existe algo chamado sociedade, que poucos saberão definir o que é mas que impõem normas, procedimentos e regulamentos que todos deveriam cumprir, mas que a maioria não cumpre. Há quem passe muito tempo a estudar as regras. A criá-las e a aperfeiçoá-las. E há outros tantos, que passam ainda  mais tempo a engendrar esquemas que permitam contornar as regras.

O meu trabalho é enquadrado por um conjunto muito alargado de regras, de regulamentos internos, de normas e de preceitos que, devidamente aplicadas, garantiriam uma ambiente tranquilo de cooperação e de solidariedade que teria como resultado aprendizagens e construção de conhecimentos formais e não formais úteis e proveitosos, ajudariam a construir a personalidade e a consciência cívica e critica dos alunos, promovendo neles atitudes e competências que lhes poderiam ser úteis pela vida toda.

Um dos grandes problemas é que quem deveria garantir que essas normas e regras  fossem cumpridas, não o faz, fazendo daqueles que as aplicam uns meros fantoches. Cumpre-se o que está nos papéis, e por se cumprir  são os que mais sofrem nas mãos dos alunos, já que os outros professores pouco ou nada fazem. É que exigir o cumprimento de regras dá trabalho. É exigente. Dá muito mais trabalho dar aulas com matéria e conhecimentos aos meninos, do que sumariar matéria, e passar aulas inteiras a ver filmes. Dá-me a volta à tripa. É revoltante.

Sou a favor das regras quando estas se aplicam a todos.
Sou a favor das regras, quando quem as cumpre e faz cumprir não sai prejudicado no final de contas.
Regras para encher papel, para além de não passarem de letra morta, são perigosas, porque são usadas de acordo com interesses pouco claras. Não devemos ter nas escolas dois pesos e duas medidas. Que exemplos se dão aos miúdos?

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