sábado, 1 de outubro de 2011

Sábado

Hoje lembrei-me de como eram os sábados da minha infância. Levantar cedo. Ir ao mercado com os meus pais. O cheiro do peixe e das flores estão tão presente que o sinto ainda no ar. Depois, voltar para casa e mudar a roupa da cama, limpar o quarto que dividia com o meu irmão e pôr a mesa ou ajudar o meu pai a grelhar o peixe para o almoço. Ver televisão, almoçar e depois de almoço fazer nada! A meio da tarde ir andar de bicicleta. Ler um livro, dormir a sesta. Ao lanche comer crepes que a minha irmã mais velha fazia, barrados com doce. Ou polvilhados com açúcar e canela.

Depois quando entrei para os escuteiros os sábados passaram a ser diferentes. De manhã por casa (se não houvesse actividade no fim-de-semana ou trabalho na sede). Almoço e depois de almoço ir para a reunião. Por volta das 3 da tarde e sem hora para acabar. Foram quase 20 anos assim. E que bons anos! Grandes e gratas memórias. Recordo alguns episódios com muita emoção.

Mais recentemente os sábados eram dias de arrumações: mudar a roupa da cama, ir ao mercado, limpar a casa, pôr a máquina a lavar, estender e apanhar a roupa. Almoçar e acabar as limpezas. E por volta das cinco da tarde ir à pastelaria da esquina comprar bolos (E bons!!) e pão. Lanchar. E decidir o que se faria a seguir.

Dar um giro, passear, ver montras, jantar fora, ir a casa de alguém, ficar em casa e ver um filme...

Hoje é diferente. A situação é diferente. Conto só comigo. A casa não é minha. Não a hei-de sentir nunca como tal. Estou aqui de empréstimo, de passagem, por um tempo definido. De maneira que os sábados não sabem a nada. Tirando o facto de não ter de ir trabalhar, é um dia da semana que passa como os outros. Mas passa! E isso é bom. Porque no próximo fim-de-semana vou sair daqui e vou estar com amigos. Em Braga e no Porto. Não vou a casa dos meus pais, mas vou a casa de amigos, aquela família que temos a possibilidade de seleccionar. Até podem ser esquisitos na mesma, mas são os nossos amigos esquisitos. E a ordem das palavras não é arbitrária: os nossos amigos esquisitos. Mas antes disso, nossos amigos.

2 comentários:

  1. Os nossos amigos são a nossa segunda casa. Pelo menos, os meus são. E isso é tudo.

    :)

    Beijocas.

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  2. Sim. Pelo menos sentimo-nos igualmente bem! E isso não tem preço.

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