segunda-feira, 19 de setembro de 2011

do passado

Curioso ver que, à distância, os factos ocorridos ganham outras cores e outros cheiros. Provocam outro tipo de sensações. Despertam memórias, que estando adormecidas, se levantam da bruma e enquanto esfregam os olhos e se espreguiçam, nos assaltam com pormenores que até aí não havíamos lembrado. Os últimos dois meses e meio foram de uma produção anormal de texto. O que se enquadra bem dentro da personagem que agora encarno, este sapo verde e feio que vos escreve. Serve de catarse. De exercício de  ajuste de contas com o passado e de construção de esperança para o futuro. O presente, é para ser vivido. Não para ser pensado.

Sim, eu sei. Eu sei que as escolhas que faço hoje vão ter consequências no futuro, esteja ele mais ou menos longínquo. Mas se perco o tempo a ponderar cada escolha, acabo por me perder no tempo e, na eventualidade de chegar a uma conclusão, corro o risco de ser demasiado tarde e de a oportunidade que se ofereceu já ter passado. Eu sei que gosto de correr riscos, mas apenas aqueles em que a probabilidade de ser bem sucedido, ainda que seja temporariamente, constitui um benefício maior do que o eventual dano que daí possa advir. Não tenho tendências suicidas e não gosto de sofrer nem de fazer sofrer.

Por ter vivido e sentido na pele algumas situações desagradáveis no passado estou a tentar aplicar a teoria que fui aprendendo mas que não passei à prática. Refrear o entusiasmo e manter-me calmo (difícil p'ra caramba!). Dar tempo e espaço. Não sufocar. Dar na medida que se recebe. Deixar que a iniciativa seja partilhada. Fazer sentir que se gosta, e que se está presente, mas que não se está dependente.
Aplicar estas coisas que parecem simples e lógicas e que me levaram tanto tempo a perceber, não é nem vai ser fácil, porque há em mim um historial de me lançar sem rede e sem pára-quedas. Desta vez estou a tentar que seja diferente.

É que parecendo que não, magoa! :)


Eu sei que vais ler isto. 
E que talvez me chames tonto. 
Mas assim como assim, já começo a ficar habituado. 
E gosto, como sabes.

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