sexta-feira, 9 de setembro de 2011

e agora?

Quando se sente o coração em sobressalto, a dizer-nos para fazer o que sabemos não poder fazer, dizer, escrever, entra-se numa luta interna entre razão e emoção em que o vencedor está à partida declarado. Mas só está declarado o vencedor pela impossibilidade total de ser permitido dar largas à emoção. Porque se fosse possível, estava agora a ir para a porta da tua casa e só saía de lá depois de te ver, de chorar contigo, de te abraçar, de te dizer o quanto sinto a tua falta e quanto te quero. Perguntaram-me se o que sinto por ti não seria o resultado de uma carência prolongada, dirigida a ti apenas porque estavas lá, disponível e disposta a ouvir, a aceitar-me e a ser amada; se não estaria a projectar em ti, o resultado da ausência de me sentir querido e amado durante tanto tempo. Não sei responder. Não tenho uma resposta suficientemente convincente para mim mesmo, quanto mais para os outros. Sei que sinto a tua falta. Que tenho saudades tuas. Das nossas conversas intermináveis na net. Da partilha de música e de imagens. Dos comentários em ritmo acelerado. Das tolices. Dos sorrisos. Saudades de te ver. De te abraçar. Do toque das tuas mãos. Dos beijinhos à esquimó, que insistias em chamar à chinês. Das tolices que inventávamos só para fazer o outro rir. Não há outra coisa a dizer: tenho saudades tuas. Muitas. Gosto de imaginar, que apesar de tudo, és capaz de, na tranquilidade do teu quarto, parares para escutar o teu coração e sentires que estou lá a encher-te de mimos e carinhos.

...e os olhos marejados vão sustendo a custo as lágrimas que teimam em brotar das memórias de ti :'(

6 comentários:

  1. Sei bem daquilo que falas. A saudade é assim mesmo, vai-nos moendo devagarinho. É preciso dar tempo ao tempo.
    O importante é não perder a esperança e re-começar. Dá uma nova oportunidade a ti mesmo e lembra-te que somos seres altamente apaixonáveis, somos sempre capazes de amar, muitas e muitas vezes.

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  2. É sempre bom pensar que não somos os únicos, certo?
    Já agora, gostei do texto :)

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  3. Eu é que quase que tive de suster as lágrimas ao ler isto...

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  4. M: Nesta fase não sei o que quero, nem sei o que me faz falta, no que ao assunto deste post diz respeito. Apenas sei o que sinto. O futuro é uma incógnita. E neste aspecto em particular é algo em que não posso pensar, sob pena de não me conseguir libertar do jugo deste sentimento.

    Sei que sim, que somos capazes de amar muitas e muitas vezes. E isso é o que me vai fazendo continuar a tentar...

    L: Para mim, pensar que não sou o único é um fraco consolo. Não fico feliz por saber que há outros que estão na mesma situação que eu. Não retiro daí qualquer alívio. Preferia apenas não ter de sentir assim.

    CurlyGirl: Eu fui deixando-as rolar enquanto o escrevia. Estou preso por convenções sociais e por pequenos pormenores. Pudesse eu fazer o que me apetece e o que o coração pede, e as lágrimas seriam de alegria!

    Obrigado pelos vossos comentários!

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  5. As saudades, eternas assassinas da paz de espírito de quem ama... é inútil dizer para não pensares nisso. Sei que quanto mais se evita, mais o pensamento busca o que não deve. Mas pelo menos arruma o assunto. Combina um café, qualquer coisa que não vá contra as tais convenções sociais de que falaste. Podes eventualmente até te surpreender e perceber que o sentimento já não é igual, e que talvez seja mais fácil guardar tudo na memória. Worked for me.

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  6. Sabes Turtle, a tua sugestão é boa mas impossível de pôr em prática. Quem me dera poder combinar um café! O assunto está arrumado, uma vez que não há nada que possa fazer. O que não tem remédio, remediado está.

    Eu sei que o tempo cura tudo. Só que há dias em que custa muito, como certamente sabes.
    Ainda bem que te estás a conseguir arrumar! :)

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