sábado, 12 de novembro de 2011

No meio da ponte (capítulo 7)

"Agora que me levanto, agora que me decidi, vem a parte mais difícil. Não é o seguir viagem no novo caminho que escolhi. Não é o largar a carga do caminho anterior. Não é o deixar para trás o conhecido e partir à aventura. É o dizer àqueles que me esperam no outro caminho, que afinal, não é por lá que quero ir. Que não é por ali. Que não é com ele. Como fazer ver aos outros que o caminho que escolhi me faz sentir mais feliz, mais completa, mais amada e me permite ser mais e melhor com os outros e comigo? Como é que se faz isto sem causar muitos danos? Porque me preocupo com as outras pessoas, com o outro caminho. Como consigo dizer a toda a gente que já se foi sentando à espera que fosse por ali que, afinal, vou por outro lado? Que ainda não conheço bem, que ainda não sei onde me vai levar, onde muita coisa é incerta mas que vai ser o que eu quiser que seja?

Sim, porque no caminho que escolhi, há uma série de trilhos para percorrer, e desta vez, vou fazer-me mais a vontade. Quero que o caminho seja partilhado. De forma consciente. Curva a curva. Bocadinho a bocadinho. Passo a passo. Porque sei que me respeitas e que me vais pedir sempre para ser eu mesma. Mesmo quando ser eu mesma te deixar um bocadinho triste. Faz parte.

Como é que consigo dizer a toda a gente?
Mostrando-lhes o quanto estou bem, por ter encontrado e descoberto este novo caminho na minha vida. Mantendo-me por perto deles, mostrando-lhes que não tenho de deixar de ser quem sempre fui, nem de fazer coisas que não quero, que não desejo apenas porque alguém espera que o faça. Deixando que o sol que me pões no coração invada todo o meu corpo, os gestos, as palavras e o que faço para que todos se possam aperceber do quanto é importante para mim o teu amor e a tua presença na minha vida. E como te tornaste parte de mim, sem quase ter dado conta.

Como é que consigo dizer a toda a gente?
Acho que já sei como: sendo feliz!"

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