segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Redes sociais

O sapo tem uma página no facebook. Ultimamente o sapo pouco tem usado o facebook. Vai vendo as novidades, dando os parabéns, adicionando uma ou outra pessoa. O sapo gosta de fotografia e o facebook do sapo tem uns poucos de álbuns de fotografias.

Hoje vi pelo facebook este vídeo.
Muita gente a comentar. Que iam "desamigar-se" de algumas pessoas, que iam fazer uma limpeza étnica, ao melhor estilo conflito dos Balcãs, à lista de amizades do fb. Que era inadmissível ter pessoas na lista de "amigos" que nunca tinham comentado o que se publica, com quem nunca tinham interagido(?) na rede social, e patati, patatá...

Penso que será relativamente fácil fazer um video (está interessante e tem o mérito de pôr as pessoas a reflectir sobre as práticas relacionais, ainda que virtuais!) onde se exprima uma opinião e um ponto de vista. Não sei até que ponto será eficaz do ponto de vista da mudança de hábitos das pessoas. Porque ver o video e pensar "é isto mesmo! vou já eliminar este e aquela e mais o outro!" é uma coisa bem diferente de chegar à lista de amigos e eliminar mesmo as pessoas! Ou limitar o acesso ao que podem ver da nossa página. Parece que ficamos com alguma forma de sentimento de culpa (gosto muito pouco desta palavra!). Como se estivéssemos a defraudar as expectativas das pessoas a quem fizéssemos isso!

O conceito do facebook é interessante. Mas rapidamente descamba quando chama a todos os nossos contactos "amigos". Já nos aconteceu a todos receber um pedido de "amizade" de alguém e pensar "Ãh?! Quem? Este quer ser meu amigo/a? Antes rebentar-me uma veia na cabeça!!!" E aí, o vídeo toca na ferida: ou o conceito de amigo da esmagadora maioria de nós é muito muito relativo ou anda muita gente desesperada! Sempre me fez alguma confusão a rapidez com que as pessoas se chamam de amigos. Eu tenho amigos. Poucos. Mas os suficientes!

Tenho alguns amigos que fiam melindrados quando lhes digo que não são os meus amigos de todas as horas. Mas que são os amigos de muitas horas. Não o digo para chatear, para os fazer sentir mal ou para de alguma forma me salientar no meio deles. Digo porque é o que sinto. Se os meus amigos todos se juntassem, conseguiriam escrever toda a minha vida. (ou quase toda porque há coisas que nem a mim confesso!) Mas há amigos com quem gosto de estar mais numas situações e outros noutras. E isto não faz de mim melhor nem pior.

Tenho amigos indefectíveis. Daqueles que não viram as costas nem que eu mate a avó para vender os dentes de ouro. E esses são os que habitam comigo na minha reserva da vida privada. Que vão sabendo de tudo, embora nem sempre na altura em que as coisas acontecem. Que me levantam quando fui atropelado por uma manada em fúria. Levantam, cuidam de mim, ajudam a tratar das feridas e, no processo, me dão forte e feio na cabeça para ver se ganho juízo. E sim, estão no facebook. Mas não é por lá que interajo com eles. Não é por comentar o que escrevem ou publicam no fb que me sinto mais próximo deles.

Engraçado como as ferramentas de comunicação podem servir para nos afastarmos das pessoas e mantermos as pessoas afastadas de nós. Pôr um gosto ou um :) ou lol numa qualquer publicação, faz com que sintamos, que de certa forma, a nossa obrigação de contacto com aquela pessoa está cumprida. E isso é como desenhar uma linha, um limite que não queremos que seja ultrapassado. Isso ou pura e simplesmente deixar de comentar (seja de que forma for) o que pessoas que já foram importantes, mas que deixaram de o ser, fazem, escrevem, onde estiveram... Mas quem fala do facebook, fala dos telemóveis... Quem é que nunca deu graças por estar ao telemóvel quando se cruzou com alguém na rua com quem não quer falar? Ou pior: quem é que nunca fingiu estar ao telemóvel para evitar conversar com alguém?

Tchiiiiiii! tantos braços no ar! :D

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