quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Voz e guitarra

Voltei a tocar viola (ou como agora se diz, guitarra, que é mais fino).

É incrível como depois de ter estado algum tempo sem tocar, consigo, ainda assim me recordar de algumas músicas completas, com letra e tudo e ainda que com a voz completamente destreinada, as consigo ainda cantar. Este post não é um autoelogio.

É sobre ter arranjado disposição para voltar a pegar na viola e arrancar uns sons e tentar cantar umas coisas. Há uns anos, era o prato do dia. Não havia fim-de-semana que não o fizesse. E cantava bem e bem mais do que agora. Com e sem motivo, sozinho, acompanhado, em casa, no carro em viagem e até na escola me aconteceu dar por mim a trautear uma outra música.

Sinto saudades de cantar. O tempo que cantei na Universidade, num coro, foram fantásticos. A adrenalina do palco, o desconforto antes de se abrir a cortina, o arrepio na espinha e a pele de galinha que sentia quando, no final da música que estávamos a cantar, tínhamos a noção que tinha corrido bem, com todas as vozes dos quatro naipes perfeitamente combinadas, produzindo harmonia... Sensação fantástica da qual tenho algumas saudades. Consigo sentir quase a mesma coisa ouvindo, mas estar lá, dar a voz e sentir que se teve um bom desempenho é muito bom.

Lembro-me das aulas de preparação vocal no teatro da faculdade com uma cantora lírica que vinha de Lisboa de propósito para nos ensinar e ensaiar. Que prazer que era esforçarmo-nos e puxar pela voz para chegarmos lá, onde ela achava que nós eramos capazes de chegar e onde tantas vezes nos conseguiu levar. Não vos minto quando vos digo que saí de lá exausto, pálido e quase a tremer, porque ela puxava mesmo por nós. E era tão bom!

Hoje noto que a voz já não tem a flexibilidade que tinha. Também, quando não se pratica, a tendência é para haver um pior desempenho. Cada vez mais acredito que todo o nosso corpo precisa de treino para fazermos algo bem. Seja uma tarefa que exija preparação física ou intelectual. O nosso cérebro também necessita de exercício. A voz também. E este ano voltei a dor conta disso, quando no início do ano lectivo comecei a ter algumas dores de garganta e cansaço vocal por ter estado a falar duas ou três horas seguidas. Sinto falta de cantar.

2 comentários:

  1. E eu gosto tanto de te ouvir...
    Gosto qd cantas e tocas para mim...
    Gosto qd cantamos e assobiamos ao mesmo tempo, sem combinar...
    Gosto. <3

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  2. Especialmente quando vamos a cantar e começamos a assobiar nas mesmas partes das músicas! Riso instantâneo!

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