sábado, 19 de novembro de 2011

da televisão

Por opção, mais ou menos inconsciente deixei de ver televisão em finais do mês de Abril. Na verdade e apesar do charco antigo estar servido de tv com não-sei-quantos-canais, pouca atenção prestava à tv, uma vez que com o horário que tinha e às horas que chegava a casa apetecia-me mais dormir do que ainda ir para a frente da televisão.

As excepções foram dois ou três jogos de futebol e um outro programa. Mas não sei qual a programação actual dos quatro canais generalistas. De maneira que não sinto a falta da "caixa que mudou o mundo" em frente à qual famílias ficam a vegetar às horas das refeições, trocando o diálogo e a partilha pelo olhar fixo no ecrã. Há fenómenos engraçados em que a mesa é posta em função da televisão, ficando lugar vazio na direcção do aparelho.

Não sinto a falta. Não tenho grandes saudades. Talvez de uma série ou outra, mas não tenho saudades. A programação é tão, mas tão má que salvo honrosas excepções a um ou outro filme ou documentário, não dá vontade de ver. O tele-lixo é a regra. E tele-lixo é um expressão simpática para o degredo em que se tornou a programação das televisões com programas da manhã e da tarde que estupidificam as pessoas e que exploram as estórias reais de pessoas que acabam por ser usadas como atracções circenses de um qualquer freak show.

A exploração do homem pelo homem, continua. Expôr as misérias, as doenças, os problemas familiares,o crime, as traições, para alcançar audiências, para ter share é pouco menos degradante do que ser humilhado na praça pública. E a responsabilidade e o bom senso de quem dirige os canais de televisão onde fica?

2 comentários:

  1. Cultiva-se a pequenez. Quanto aos reality shows, para além de alimentarem a personalidade naturalmente coscuvilheira da vida alheia da maioria das pessoas, ainda explora uma outra vertente: tentam aumentar o ego. Porque ao verem pessoas que primam pela ignorância e falta gritante de QI, sentem-se melhor com elas mesmas. Algo ao bom gosto português, "há quem esteja/seja pior do que eu". É a pequenez em que vivemos.

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  2. Turtle: é que é mesmo isso! Só não consigo decidir se é um acaso ou uma estratégia ardilosa, muito bem montada para manter as pessoas minimamente contentes com a vida delas quando comparadas com as vidas que aparecem na televisão! Teorias da conspiração... :D

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