domingo, 6 de novembro de 2011

No meio da ponte (capítulo 5)

"Continuei sentada no meio da ponte.
Por mais dois dias, deixei-me ficar. A ouvir o meu coração. A deixar a decisão crescer dentro de mim. A ponderar os prós e os contras de escolher um dos caminhos que a ponte me permitia optar, uma vez que o salto sem rede e sem pára-quedas nunca foi uma verdadeira alternativa embora, admito!, por vezes me parecesse a melhor solução Que tonta que fui!

Ponderei e reflecti muito. Recolhi-me na minha concha e tomei uma decisão. Vou ter de viver com essa decisão o resto da minha vida, sabendo que nada é irreversível. Que 'há sempre uma maneira de recomeçar o que se quiser e que há sempre uma maneira de mudar o que não se quer'. Durante demasiado tempo, deixei-me levar. Pelo que não queria verdadeiramente, por circunstâncias várias que, começo a perceber agora, me prendiam ao que não era meu, ao que não correspondia às minhas aspirações e desejos. Estou a levantar-me do chão, da ponte, e dei já os primeiros passos na direcção do caminho que escolhi. São passos firmes. Pequenos, mas firmes. E sei bem que embora tenha a tentação de olhar por cima do ombro para ver o que acontece ao outro caminho, neste momento, (e é tão difícil!) não me posso permitir cuidar do caminho que não escolhi.

Estou agora decidida a fazer caminho novo. Sabendo de antemão, que novo caminho, novos desafios, outras realidades. Melhores ou piores? Logo se vê. Mas pelo menos saí do impasse, saí do meio da ponte decidida a viver. Decidida a sentir, a experimentar e estou a ousar lançar-me em algo que, (desejo muito!), venha a ser extraordinário.
Hoje sou mais eu. Hoje sou mais feliz."

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