segunda-feira, 4 de março de 2013

Luta

Fim-de-semana de luta, de protesto, de manifestações.
Mais de um milhão nas ruas. Mais cartazes e palavras de ordem, frases de protesto, cantigas de intervenção.
A guerra dos números é irrelevante.
Relevante é a capacidade mobilizadora, não do movimento Que se lixe a troika, mas do descontentamento. O descontentamento que todos vêm e que alguns sentem. Os números do desemprego. Sabendo nós que nestes números não constam os que estando desempregados, já não estão a receber subsídio de desemprego. Relevante é a quantidade de pessoas, que mesmo estando empregadas não conseguem fazer face às despesas fixas e têm de recorrer à assistência de ipss, associações, bancos alimentares, caritas, bombeiros, vizinhos e a tudo o que conseguirem para poderem ter o que comer. Relevante é o número de emigrantes jovens e menos jovens que têm saído do país à procura do que aqui não conseguem encontrar. Relevante e assustador.

 Relevante é o mutismo do Governo. Não por ser este ou por ser outro. Mas pelo deserto de ideias. Pela insensibilidade social. Pela persistência em aplicar uma receita que comprovadamente não funciona.

Precisamos de um novo Governo. Não interessa muito se de esquerda, se de direita.
Precisamos de uma nova oposição. Não interessa se de esquerda, se de direita.
Precisamos de novos políticos. De homens e mulheres que estejam mais interessados em dar um rumo ao país do que no culto da personalidade (ou falta dela!). Que tenham como prioridade o povo e em responder às suas (do povo) legítimas aspirações.

Precisamos de políticos na oposição - em toda a oposição - que se preocupem com o país e não com as suas agendas pessoais. Que não tenham medo de ceder para construir compromissos de estado. Não sou favorável ao Bloco Central. Sou favorável à definição de áreas prioritárias de actuação e à construção de políticas que não mudem a cada ciclo governativo, só porque mudou a cor do galo na capoeira.

Precisamos de um rumo. Andamos à deriva. Estamos a perder tempo. E dinheiro.

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