quinta-feira, 14 de março de 2013

O país a afundar

Hoje chegou a notícia que Portugal, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano, é o país do mundo que mais desceu no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) calculado anualmente pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Somos orgulhosamente o 43º país mais desenvolvido. Nada de mau nisso. Só que em 2004 eramos o n.º 23. O mais curioso, é que por exemplo, a Grécia, manteve o seu 29º lugar. De facto, não somos a Grécia. Quem nos dera!

O IDH é um indicador composto calculado com base em quatro indicadores simples que medem três grandes domínios: o rendimento, o ensino e a saúde. O rendimento é medido através do PIB per capita, o ensino através da taxa de alfabetização de adultos e a taxa de escolarização, a saúde através da esperança média de vida à nascença. É redutor, não aborda dimensões como o bem-estar, a cultura, a felicidade, o respeito pelos direitos humanos, o fosso entre ricos e pobres, mas é o que temos de mais fiável para avaliar o "desenvolvimento" das nações e das sociedades. Resumindo e concluindo, um país que invista nas pessoas, é bem classificado, um país que não aposte nas pessoas é menos bem classificado. Se as políticas forem no sentido do longo prazo, em vez de se legislar à pressa para tapar buracos ou fazer jeitos a amigos como tantas vezes acontece por cá, as probabilidades de melhorar a classificação no IDH aumentam. É fácil de perceber porque caímos na lista. O Governo vai dizer que é a crise a responsável, mas a crise não aumentou impostos nem diminuiu salários. A crise não criou comunidades intermunicipais que a única utilidade que terão será o providenciar lugares para os boys dos partidos. A crise não construiu oito estádios de futebol para um campeonato da europa quando a UEFA apenas exigia seis. Não é a crise que diz que o Parlamento tem de ter 230 deputados e que o governo tem de ter 11 ministros e quase 30 secretários de estado. Mais os subsecretários e essa nobre profissão que dá pelo título de assessor. Todos pagos a peso de ouro e com regalias e privilégios que deveriam fazer corar de vergonha os próprios de cada vez que dizem nos meio de comunicação social que é preciso fazer mais cortes.

Vou ficar por aqui que já tenho a tensão arterial a subir. :/

Estamos em 43.º lugar no ranking do IDH. E a descer!

2 comentários:

  1. E eu a pensar que estávamos um pouco melhor que a Grècia! É assustador saber que descemos tantas posições. É assustador saber que países como Barbados, por exemplo, investe mais nas pessoas.
    Às vezes fico envergonhada com este país...

    Obrigado pelo esclarecimento

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