terça-feira, 12 de março de 2013

Dança das cadeiras

Imaginem só como será o conclave onde se escolhe o próximo Papa.

115 Cardeais, 115 cadeiras. Um trono, supostmente o de Pedro. Temos portanto, uma das maiores 'dança das cadeiras' já realizadas! Condimento extra: 115 homens, vestidos com sotainas, solidéu e uma boa parte deles com idade para estarem sentados no lar à espera que lhes seja servido o lanche no intervalo das "Tardes da Júlia" a correr às voltas da sala.

Para apimentar mais a coisa, e porque correr cansa, os cardeais procuram inspiração, não através da oração, mas através da inalação de orégãos holandeses queimados numa fogueirita. Supostamente, esta fogueira serve para queimar os votos, e de vez em quando sai fumo pela chaminé. Mas só sai fumo quando o ar fica tão denso que lá resolvem abrir um pouco o registo da chaminé e assim poderem correr à volta da cadeira sem faróis de nevoeiro. Enquanto dura a corrida, uma banda gregoriana ataca com vigor a discografia completa dos Enigma, banda sonora obrigatória no Vaticano. Há duas "votações" por dia, o que significa que sai fumo pela chaminé as tais duas vezes por dia, o que corresponde a quando tiram a cinza da lareira e renovam o stock de orégãos. Só há fumo branco quando um dos velhos cardeais, completamente atafulhado de orégãos, perde a compustura e decide aliviar-se na fogueira.

Nesse momento, e porque no processo, chamuscou a ponta da gaita, para compensar o cardeal é declarado Papa. Tão entupido, que nem se lembra do próprio nome, quando lho perguntam responde um nome qualquer ao calha e de seguida atribuem-lhe o número de série.

E pronto: Habemus papam!


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